Drenagem protege a integridade do pavimento

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Não há mágica quando o assunto é custobenefício em obras de drenagem para aumentar a vida do pavimento. As medidas simples, porém, nem sempre são lembradas. Conhecimento da região em que está inserido o traçado da via é um dos fatores primordiais para essa relação, explica a engenheira especialista em drenagem da Prosul – Projetos, Supervisão e Planejamento Ltda, Marisa Pereira. Ela afirma que fatores inerentes a localidade tais como tipo de solo, condições pluviométricas e custo do transporte de cada insumo também têm de ser levados em conta. “Em termos genéricos, empregando-se materiais da própria região e utilizando as características geográficas para um traçado econômico, pode-se reduzir consideravelmente o custo das soluções de drenagem”. Segundo a engenheira, a solução depende da viabilidade técnico-econômica, pois atualmente as obras estão atreladas ao fator econômico nacional, em que nem sempre a melhor solução tecnológica pode ser empregada.


Marisa observa que as soluções de drenagem podem ser executadas, de modo geral, por duas procedências. A primeira é a do escoamento direto das precipitações pluviométricas, que podem ser subdivididas em contribuições de bacia e da própria rodovia (corte e aterros) e também as provenientes de lençóis d’água subterrâneos.


“Para solucionar a primeira situação, leva-se em conta o uso e ocupação do solo da bacia como um todo e as obras a serem executadas seriam dispositivos de drenagem superficial (sarjetas e valetas) e bueiros. Outra alternativa indicada é a adoção de camada porosa de atrito (CPA) – possuem granulometria mais aberta que o revestimento asfalto convencional – e/ou revestimento com blocos de concreto pré-moldado”, afirma. Em ambos os casos, a engenheira alerta que as águas superficiais infiltram pelo pavimento sem danificálo, porém é preciso que existam camadas drenantes abaixo dos mesmos. Fatores geométricos como inclinação transversal (abaulamento) e declividade longitudinal são primordiais para a drenagem superficial.


Já para a segunda situação, é preciso utilizar informações específicas de cada trecho da rodovia – sondagens, altura de lençol freático – e a solução seria a execução de drenos profundos, drenos raros, drenos transversais, longitudinais, laterais, camada drenante, entre outros tipos de drenos. “Com isso, a vida do pavimento poderá ser prolongada e sua integridade preservada”, avisa.


A engenheira especialista em pavimentação da Prosul, Ivy Souza Fernandes, explica que a tecnologia brasileira utiliza, para as obras de drenagem, os padrões mundiais tanto em projetos mais simples como nos mais complexos. Nos casos mais simples, Ivy afirma que os problemas são solucionados aplicando-se o princípio básico da drenagem, que é o de evitar que a superfície da rodovia seja totalmente plana, de modo que a água possa ser escoada e conduzida para os dispositivos de drenagem.


“Já nos projetos complexos, geralmente em rodovias de grande fluxo de tráfego, é prioritário melhorar as condições de drenagem da rodovia visando a preservação ambiental, especialmente com relação as cargas perigosas e reaproveitamento da água, como exemplo em rodovias alemãs”, afirma.
Fonte: Estadão


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