Duas plantas de regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) são a nova estratégia da Petrobras para atender rapidamente à crescente demanda nacional, principalmente depois dos problemas com a Bolívia. As duas plantas de regaseificação, uma na Baia de Guanabara (Rio de Janeiro) e outra no Porto de Pecém, no Ceará, ficarão em navios e serão responsáveis pelo aumento de 20 milhões m3/dia do combustível até 2011. A unidade da Baía de Guanabara será responsável por 14 milhões m³ enquanto a planta de Pecém, por 6 milhões m3/dia. O projeto das plantas de regaseificação é composto por três etapas. A primeira é quanto ao fornecimento do insumo, seguida por outras duas etapas que prevêem a instalação das unidades de regaseificação e de aluguel das embarcações que farão o transporte do insumo para o Brasil. No total, a Petrobras estima os custos de infra-estrutura da instalação das unidades em cerca de US$ 200 milhões, com previsão de funcionamento entre 2008 e 2009. As unidades vão funcionar como uma espécie de reserva, uma vez que o GNL é complementar à produção de gás natural no País e, também, à importação de gás da Bolívia. O processo de regaseificação permite devolver o gás liquefeito à sua condição gasosa. A escolha dos dois locais, pela empresa, foi por questões estratégicas. No caso de Pecém a seleção foi pela demanda projetada de quase 6 milhões m3/dia de gás com a operação conjunta de duas termelétricas e da Usina Siderúrgica do Ceará, além da proximidade com Recife (PE). Na Baía de Guanabara, a facilidade logística foi fundamental, já que o local é ponto estratégico para despachar o gás natural pela malha de gasodutos da região Sudeste. A empresa já está em processo de licitação com o objetivo da encomenda de navios de regaseificação de gás natural. Os navios serão do tipo FSRU (Floating Storage Regaseification Unit, sigla em inglês para unidade flutuante de estocagem e regaseificação). A Petrobras preferiu usar navios regaseificadores a construir plantas fixas, que demandariam investimentos mais pesados. Cada unidade fixa de regaseificação custa em média US$ 300 milhões. Para suprir as plantas de regaseificação no período em que estiverem instaladas, a Petrobras está sondando grandes fornecedores mundiais especificamente Shell, BP, BG, Suez, Sonatrac (estatal da Argélia), e estatais da Rússia e do Quatar. Segundo a assessoria, a meta da Petrobras é que o Brasil passe dos atuais 40 milhões m3 de gás natural comercializados por dia para 70 milhões m3 do insumo por dia, em 2011. Isso representaria um crescimento de quase 43% no período. A companhia investirá, até lá, US$ 7,5 bilhões somente no negócio de Gás e Energia. A ampliação da malha de gasodutos e a construção de terminais de regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) deve demandar US$ 6,5 bilhões desse total. O mercado brasileiro consome, oficialmente segundo dados do Ministério das Minas e Energia, 36 milhões m3/dia de gás natural, 4,5 milhões deles utilizados nas refinarias da Petrobras. Outros 6,3 milhões são usados nas termelétricas e 25,2 milhões nas distribuidoras. Deste total, 26 milhões m3 são provenientes da Bolívia e o restante, de fontes internas. Atualmente, só existe uma planta de GNL na América Latina que é em Trinidad Tobago, e uma outra está sendo construída no Peru.
Fonte: Estadão