A poluição do ar é um tema amplamente reconhecido como prejudicial à saúde humana. Por isso, diversos países, incluindo o Brasil, criaram legislações rigorosas para limitar a emissão de poluentes por veículos automotores. No Brasil, destacam-se o Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) e o Promot (Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares), que já geram benefícios concretos para a saúde pública.
Entretanto, os motores a combustão utilizados em máquinas fora de estrada, como os dos setores de mineração, construção civil, agronegócio e energia, ainda não são alvos diretos da legislação ambiental. A dúvida que surge é: qual o impacto real dessas emissões no meio ambiente? E será que já não seria o momento de aplicar limites também a esse segmento?
Simpósio internacional vai debater o tema
Essas questões estarão no centro do debate no I Simpósio Internacional de Combustíveis, Biocombustíveis e Emissões, promovido pela AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), nos dias 14 e 15 de maio, em São Paulo.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o órgão EPA (Environmental Protection Agency) estima que as máquinas fora de estrada são responsáveis por 44% do material particulado e 12% dos óxidos de nitrogênio emitidos no país — dados que mostram o impacto expressivo desse setor. A meta americana é ousada: reduzir essas emissões em 90%, inclusive com a melhoria do diesel, que deve ter até 99% menos enxofre.
E o Brasil, vai seguir o mesmo caminho?
Apesar da frota brasileira de máquinas ser menor que a americana, o impacto ambiental existe e precisa ser medido. Muitas empresas que operam no Brasil já produzem máquinas dentro dos padrões internacionais de emissão, voltadas à exportação. O desafio é alinhar essa capacidade à realidade nacional, promovendo legislações que favoreçam a saúde pública e o meio ambiente.