Estádio ganha reforço estrutural na reforma

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Foram posicionados absorvedores dinâmicos na arquibancada superior preservada para atenuar vibrações

Augusto Diniz

 

O estádio governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão, em Belo Horizonte (MG), reinaugurado em dezembro último para a Copa das Confederações 2013 e a Copa do Mundo 2014, sofreu reformas severas, mas manteve sua estrutura original, incluindo fachada – tombada pelo patrimônio público -, cobertura e arquibancada superior.

A empresa Solução Engenharia foi contratada pelo Governo do Estado de Minas Gerais antes mesmo da licitação da obra, para fazer análise das anomalias existentes, avaliando suas causas, determinando a vida útil do concreto e definindo as intervenções necessárias para corrigir e proteger as estruturas.

O diagnóstico foi fundamental para que o consórcio construtor, formado pela Construcap, Egesa e Hap, pudesse dar início às obras, em janeiro de 2010. O consórcio contratou a Engserj para projeto básico e executivo de terraplenagem, fundações, contenções, estruturas de concreto armado e protendido das áreas interna e externa.

Uma das medidas da Engserj foi avaliar as vibrações do estádios antes das intervenções. Nesse item, contou com o Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia da UFMG. O monitoramento das vibrações foi feito em quatro eventos de futebol que ocorreram nos meses de novembro e dezembro de 2009. Por ter sido detectado que o sistema estrutural estava sendo demasiadamente

Nesse item, a solução adotada foi a colocação de 176 absorvedores dinâmicos da Gerb no vigamento da arquibancada superior, uma das estruturas preservadas do Mineirão.

Cobertura

A fachada do Mineirão é constituída por 88 pórticos de concreto armado, formando o anel do estádio. “Cada pórtico é composto de dois pilares, sendo um externo, inclinado, e o outro interno, de grande rigidez, ligados ao topo por uma viga inclinada que suporta a arquibancada superior”, relata trabalho de autoria dos engenheiros Afonso Henrique Mascarenhas de Araujo, Antônio Sérgio de Rezende, Euler de Oliveira Guerra e Aécio Freitas Lira, apresentado no Congresso Latinoamericano da Construção Metálica de 2012, sobre a nova cobertura do Mineirão.

Na cobertura, a sua extensão foi concebida, ainda de acordo com o trabalho, “como uma solução integrada aço-concreto para se obter uma cobertura adicional, com revestimento em membrana, que prolongue o balanço atual de 29 m em concreto armado para 55 m em aço-concreto.” — portanto, acréscimo de 26 m de cobertura, criando abrigo para todos os 62.160 assentos da nova arena.

Segundo o trabalho, foi feito “o reforço estrutural de concreto armado nos cantos dos pórticos da estrutura existente e reforço estrutural das vigas da arquibancada existente, através de uma mão francesa em chapas de aço, posicionadas entre os pilares inclinados externos de concreto e o fundo das vigas da arquibancada existente”.

A obra de reforma do Mineirão custou R$ 666,3 milhões e agora o estádio está sendo gerido pela Minas Arena, empresa que vai administrá-lo por 25 anos e que é composta das mesmas empresas do consórcio construtor. Ao todo, 3 mil operários trabalharam no pico da obra.

O novo Mineirão terá 98 camarotes com 2.024 assentos; restaurante com vista para o campo para aproximadamente 370 pessoas; área de imprensa com capacidade para comportar 388 jornalistas; 58 bares e lanchonetes; e 54 banheiros atendendo ao público geral e 15 atendendo às áreas de hospitalidade, além de 10 banheiros do lado externo.

Ficha técnica

Estádio: Mineirão
Proprietário: Governo do Estado de Minas Gerais
Início da obra: janeiro de 2010
Término da obra: dezembro de 2012
Custo total: R$ 666,3 milhões
Projeto de arquitetura: Gustavo Penna Arquitetos e Associados (básico) e BCMF Arquitetos (executivo)
Consórcio construtor: Construcap, Egesa e Hap
Consórcio gestor: Minas Arena (Construcap, Egesa e Hap)
Análise estrutural: Solução Engenharia
Projeto básico e executivo de terraplenagem, fundações, contenções, estruturas de concreto armado e protendido da área externa e interna: Engserj
Projeto da cobertura: Schlaich Bergermann und Partner (SBP)


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