A newsletter eletrônica ENR Global Insider OE,das revistas ENR-Engineering News Record, da McGraw Hill, de Nova York,e O Empreiteiro, chega à edição nº 8
Tecnologia BIM agora aplicadaà construção horizontal
A tecnologia BIM (Building Information Modeling) já vem sendo amplamente aplicada no desenvolvimento de construções verticais, como edificações industriais, comerciais e residenciais. Já nas chamadas construções horizontais, como estradas, pontes e utilities, a solução se apresenta mais complexa pelas condições da superfície de execução e as necessidades extremas em geral apresentadas em iniciativas de infraestrutura. No entanto, a tecnologia de projeto e construção virtual podem também beneficiar este último segmento.
A Sundt Construction, de Tempe, no Arizona, é uma das líderes nos Estados Unidos no uso da tecnologia BIM para construções verticais. Há pouco mais de um ano, a empresa tem trabalhado para transferir o seu conhecimento em BIM para projetos de infraestrutura horizontais.
Os princípios, os métodos, os softwares e hardwares envolvidos para construções vertical e horizontal são similares. Mas para evitar confusão, a Sundt usa BIM quando se refere à construção vertical e VDC (Virtual Design and Construction, projeto e construção virtual) para criações voltadas à construção horizontal.Alguns aspectos diferenciam uma tecnologia da outra. O VDC, por exemplo, incorpora o “escaneamento” 3D do site em um projeto preliminar para obter medidas diretas no programa. Isso permite avaliar as condições locais e os métodos de construção.
Estradas, pontes e projetos de utilities são obras com muitas variáveis. Uma simples seção de uma rodovia, por exemplo, pode apresentar mais de 10 diferentes tipos de solo. Por conta disso, os softwares e métodos usados no VDC são mais flexíveis que o BIM.
O VDC é ainda capaz de detectar possíveis intersecções com redes de água e esgoto e outras redes de utilities. Além disso, diferentemente dos projetos verticais, construtoras de obras horizontais devem coordenar o tráfego de veículos existente durante o período da obra. A VDC também tem capacidade de projetar os desvios necessários.
Arizona adota contrato DBO
Uma década atrás, o Departamento do Meio Ambiente de Pima, no Arizona, Estados Unidos, reclamou, com o Departamento de Esgotos local, do elevado teor de nitrogênio das águas que saíam da estação de tratamento da cidade. O elemento nestas condições é altamente nocivo, principalmente porque parte do esgoto é lançada em um rio das redondezas, representando uma ameaça à saúde pública.
Assim, foi implementado um programa para solucionar o problema. A iniciativa consistia na construção de alguns sistemas de interceptação de esgoto na rede, utilizando a modalidade “projeto, construção e operação” (design-build-operate).
A CH2M HILL venceu um dos contratos no valor de US$ 164 milhões nesta modalidade. Um outro projeto, de US$ 227 milhões, do mesmo programa, teve a MWH Constructors Inc. como responsável pela construção, CH2M HILL como projetista e Jacobs Field Services como gestora da instalação pelo prazo do contrato.
O governo do Arizona informa que o contrato de projeto, construção e operação foi a modalidade escolhida para assegurar que o problema seria solucionado a longo prazo.
GE realiza megaprojeto de despoluição no rio Hudson
Os 500 km de extensão do rio Hudson, que percorre o lado leste do estado de Nova York, desde as montanhas de Adirondack até o porto de Nova York, sempre foi visto como um curso d’água de uso comercial e para o lazer. Mas o Hudson também sofreu com sua ocupação às margens, principalmente de indústrias.
No passado, empresas jogavam efluentes de processos químicos no rio. Isso fez com que mais recentemente fosse criado um dos programas de despoluição mais complexos já realizados no país. Esses sedimentos lançados no passado foram classificados como cancerígenos.
*Rio com foz em Nova York tem complexo programa de despoluição
Para reduzir a elevada concentração de elementos químicos no rio, a General Electric financiou um projeto de dragagem no valor de US$ 1 bilhão ao longo de 64 km do Hudson, entre Fort Edward e Truy, trecho considerado altamente contaminado.
As duas fases da iniciativa envolvem cerca de 350 trabalhadores, mais de 70 equipamentos sobre embarcações, máquinas pesadas e 445 mil m² de área em Fort Edward para desaguamento e descontaminação dos sedimentos.
Entre 1947 e 1977, a GE usou largamente produtos químicos em suas plantas industriais às margens do rio, assim como outras empresas da região. E esses elementos foram despejados no Hudson ao longo do tempo de forma quase indiscriminada.
A fase 1 de dragagem começou no fim de 2009 e a 2, em 2011, sendo esperado finalizá-las em 2017 ou 2018. Apesar dos esforços, permanece no ar a dúvida se os trabalhos serão suficientes para remover todos os elementos tóxicos do leito do rio.
Críticos saúdam suspensãode licenças de usinas nucleares
Críticos da indústria de energia nuclear elogiaram a Comissão de Regulação Nuclear norte-americana, pela decisão recente de suspender licenças de construção e operação para todos os reatores nucleares ainda não aprovados, assim como a renovação de licenças, até que sejam revistos os impactos no meio ambiente dos resíduos nucleares.Mas observadores da indústria notam que a decisão da comissão não significa o fim dessa matriz energética. Steve Kerekes, porta-voz do Instituto de Energia Nuclear, disse ser “muito cedo” para saber o verdadeiro impacto da medida.
A Comissão de Regulação Nuclear suspendeu as licenças em resposta à decisão da Corte de Apelo norte-americana, que exigiu estudo de adequação sobre os riscos ao meio ambiente a longo prazo do lixo nuclear. Um grupo de 24 ambientalistas e outras organizações chegaram a fazer uma petição para que a comissão cumprisse a decisão da Corte.
Prevendo um aumento da demanda de energia de 9% ao ano, os Emirados Árabes Unidos anunciaram o início da construção da sua primeira planta nuclear. Trata-se do primeiro projeto de usina nuclear aprovado entre quatro planejados. Cada unidade gerará 1.400 MW.
A Emirates Nuclear Energy Corp. (ENEC), criada em 2008 para desenvolver a matriz energética no país, disse que o projeto está avaliado em US$ 20 bilhões.
A planta fica localizada na cidade industrial de Al Ruwais, perto do Golfo Pérsico.
A Autoridade Federal de Regulação Nuclear concedeu licença de construção de duas unidades nucleares, em um processo que durou quatro anos e resultou em 9 mil páginas de relatório, e que inclui informações sobre a seleção do local da usina, a tecnologia adotada, segurança e o controle de qualidade durante o processo de construção. A ENEC afirma que respondeu a mais de 1.800 pedidos de informação feitos pela agência reguladora.
A primeira usina deverá ficar pronta em 2017. O consórcio de projeto e construção é liderado pela Korea Electric Power Co. Compõem ainda o consórcio a Doosan Heavy Industries, Hyundai Engineering & Construction, Samsung C&T Corp. e Westinghouse.
A CH2M HILL é a empresa contratada para gerenciar os projetos das usinas nucleares a serem construídas nos Emirados Árabes.
Obra de linha de transmissãode US$ 1,3 bi já pode começar
Projeto de interconexão de sistema de energia da Etiópia e do Quênia – primeira fase da iniciativa de integração energética do leste da África no valor de US$ 1,3 bilhão – já pode começar, depois que o Banco Mundial aprovou fundos no valor de US$ 684 milhões para o projeto, mesmo com pressão contrária feita por grupos ambientalistas.
O Banco de Desenvolvimento Africano e a Agência de Desenvolvimento da França são os outros financiadores do projeto da linha de transmissão.
Opositores têm tentado bloquear os recursos do Banco Mundial como parte do esforço para paralisar o projeto de uma hidrelétrica na Etiópia, a Gibe III, já em construção, que alimentará a linha de transmissão. Eles alegam que as consequências sociais e ambientais da nova usina são graves e que não foi feito estudo adequado do impacto, violando os direitos da população da região.
O projeto de transmissão de energia contempla conexão às redes da Etiópia e Quênia, com uma linha de 1.045 km. Em março, o Quênia assinou acordo para adquirir 400.
MW da hidrelétrica, que terá capacidade de 1.830 MW quando começar a operar.
A implementação do projeto consolida o acordo entre os dois países de cooperação na geração, transmissão e interconexão de suas redes de energia.
Data center economiza 80% de energia
Os data centers são conhecidos como grandes consumidores de água e energia, aumentando os custos operacionais, na contramão do esforço em reduzir as emissões de gás carbono na atmosfera.
Esta imagem negativa pode ter começado a mudar em agosto, quando a Telus deu início à construção de um novo data center, em Quebec, Canadá. Com as obras deste data center, a cargo da Skanska, a operadora de telecomunicações canadense quebrará um paradigma no segmento.
O ponto crucial do projeto é um inovador sistema de resfriamento, chamado eOPTI-TRAX, da Inertech, uma empresa de infraestrutura de tecnologia. Usando o processo, a Telus poderá reduzir o consumo de água e energia em 80%, comparado com outros sistemas.
“Isso é crítico porque 39% da água nos Estados Unidos é destinada ao resfriamento de prédios e unidades de produção de energia”, diz Earl Keisling, presidente da Inertech. “A construção do data center da Telus, de US$ 65 milhões, ainda teve seu custo reduzido de 30% a 40% em relação à construção de tradicional data center”.
Lançado no mercado aparelho topográfico a laser de alta precisão
Um novo aparelho topográfico de alta precisão foi lançado no mercado utilizando tecnologia a laser, permitindo maior precisão de levantamento de dados topográficos em diferentes superfícies.
O equipamento DigiRod da Trimble pode medir elevação de até 6 m, e tem 5 polegadas de recepção vertical e que não exige centralização do equipamento para obter leitura. A tecnologia a laser permite ainda alcançar 50 m de distância de leitura, com cerca de 2 mm de precisão.
A rotação do aparelho a laser em operação também é um diferencial, pois estudos topográficos podem ser feitos em menos tempo e com realização de menos cálculos.
ENR publica extensa reportagem de capa sobre o Brasil
A revista norte-americana ENR – Engineering News Record, principal publicação do mundo de engenharia, construção e infraestrutura, parceira exclusiva de conteúdo no Brasil da revista mensal O Empreiteiro, publicou em sua edição de 27 de agosto extensa reportagem, com chamada de capa, sobre o Brasil, retratando obras para a Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016. Além disso, abordou outros projetos de infraestrutura em andamento no País.
O jornalista responsável pela reportagem chama-se Andrew Wright. Andrew esteve em maio último viajando por três estados brasileiros por duas semanas, para a produção desse amplo material – no total, foram publicadas sete matérias. O jornalista norte-americano foi acompanhado pelo editor-assistente da revista O Empreiteiro, Augusto Diniz, na produção da reportagem – as matérias feitas pela revista O Empreiteiro foram publicadas na OE (julho/2012).
Em sua reportagem, Andrew Wright abordou a ampliação do metrô e a implementação do sistema de BRT (Bus Rapid Transit) no Rio de Janeiro, para atender aos Jogos Olímpicos. Tratou ainda das obras do Superporto do Açu, no Norte Fluminense, empreendimento da LLX, do grupo EBX.
Sobre a Copa do Mundo, destacou a construção da Arena Pantanal, em Cuiabá (MT), e o andamento das obras dos outros estádios que atenderão ao Mundial.
Por fim, Andrew relatou os trabalhos nas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no estado de Rondônia, último local visitado pelo jornalista no Brasil.
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A ENR é uma publicação da McGrawHill, editora com mais de 100 anos de atividades e a principal no mundo com foco em Construção, Infraestrutura e Arquitetura. A revista O Empreiteiro é parceira editorial exclusiva da ENR no Brasil. Mais informações: www.enr.com.