A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) está construindo a maior fábrica de hemoderivados da América Latina, numa área de 48 mil m², no município de Goiana, Zona da Mata de Pernambuco. O empreendimento será a âncora do polo farmacoquímico do Estado, cuja área de 345 ha pode abrigar 36 indústrias.
A Concremat Engenharia está atuando, desde janeiro de 2012, no gerenciamento da obra do complexo que contará com 17 prédios com características bem diferenciadas. No bloco 1, por exemplo, está localizada a recepção, triagem e estocagem do plasma humano brasileiro, para que depois possa ser armazenado numa câmara fria a -35°C, operada por dois transelevadores; o bloco 10 será destinado à instalação das caldeiras para a produção de vapor; e o bloco 16 fará a estocagem de álcool etílico necessário à produção.
Por possuir prédios com funções tão específicas, a Concremat Engenharia precisou reunir 45 profissionais com diferentes capacitações para atuar na obra, tendo 90% da equipe formada por engenheiros e técnicos civis, eletrônicos, químicos, mecânicos e elétricos. O coordenador geral do projeto da Concremat Engenharia, Carlos Ximenes, mantém os colaboradores atuando em quatro áreas: projeto, fiscalização, planejamento e comissionamento. “As obras estão divididas em duas etapas. Primeiramente, focamos na construção civil e instalações e, em seguida, nos processos. A construção, iniciada em 2010, já conta com o bloco 1 em funcionamento. O próximo será o bloco 5, previsto para outubro deste ano, e os demais blocos ficarão prontos em 2014”, explica o coordenador.
A fábrica terá capacidade para processar, anualmente, 500 mil l de plasma, matéria-prima para fabricação dos hemoderivados. A previsão é que, em 2014, o complexo entre em operação para produzir medicamentos, como albumina, que é para pacientes com queimadura ou com cirrose e em cirurgias de grande porte; imunoglobulina, que funciona como anticorpo para pessoas com organismo sem defesa imunológica; fatores de coagulação VIII e IX, complexo protrombínico e fator de von Willebrand, destinado à pessoas com hemofilia.
Estes medicamentos são produzidos em poucos países no mundo e, atualmente, o Brasil precisa importá-los para atender os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Em função disso, o Governo Federal firmou uma parceria com a França para adquirir a tecnologia necessária de produção dos seis hemoderivados mais consumidos no mundo. “É uma grande satisfação para toda a equipe participar de uma obra inédita no país e que tem a grande missão de beneficiar tantos brasileiros”, ressalta Carlos Ximenes.
Fonte: Revista O Empreiteiro