Fábrica de celulose difunde cultura industrial em Imperatriz (MA)

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A história da edificação da fábrica da Suzano Papel e Celulose em Imperatriz (MA) precisa necessariamente valorizar o aspecto humano do empreendimento, sobretudo do ponto de vista da formação profissional. É que Imperatriz, segundo município mais rico e populoso do Maranhão e centro de abastecimento comercial de regiões fronteiriças sob sua influência, o norte do Tocantins, o sul do Pará e o sudoeste do próprio Maranhão, não desenvolvera até então vocação industrial. Não havia, portanto, pessoal especializado para um empreendimento fabril, como o da Suzano. Era preciso, por isso, empreender esforço conjunto para formar homens e mulheres tanto para executar as instalações da fábrica quanto para operála. Assim foi feito.

A Suzano firmou uma série de parcerias com as principais entidades locais de formação técnica, como o Senai e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Ifma). Cerca de seis mil pessoas foram treinadas para trabalhar diretamente na execução da obra, via cursos como os de pedreiro, armador e carpinteiro. Dois cursos técnicos, de papel e celulose e de aperfeiçoamento em manutenção, cuidaram da formação de futuros trabalhadores da fábrica. O curso de papel e celulose durou um ano, com bolsa mensal de R$ 800, e teve duas etapas: uma mais teórica, outra mais prática. Esta última incluiu estágio de seis meses em fábricas da Suzano no Sudeste. Hoje, 40% do quadro da área industrial da Suzano ali se constitui de trabalhadores da região.

A unidade da Suzano em Imperatriz, dedicada a produzir celulose com destino ao mercado externo, foi inaugurada oficialmente em março do ano passado, com investimento de US$ 3 bilhões. As obras chegaram a envolver 11 mil trabalhadores diretos e uma rede de cerca de 700 fornecedores de máquinas, equipamentos, materiais e insumos. A fábrica foi criada para operar ininterruptamente (354 dias de produção e 11 dias para manutenção) e é capaz de produzir 1,5 milhão de t/ano de celulose.

O processo produtivo em Imperatriz tem origem na madeira de eucalipto, fornecida por florestas próprias, que é cortada e transformada em lascas para facilitar o processo de extração da celulose. Esse processo tem lugar no digestor, que é um vaso de pressão com 75 m de altura e 12 m de diâmetro. Trabalha em conjunto com o vaso de impregnação. O cozimento a elevada temperatura e pressão isola a celulose.

Autossustentável

A fábrica é autossustentável do ponto de vista energético. Com o auxílio de duas turbinas de geração de 125 MW de capacidade cada, o sistema local é capaz de dar suporte elétrico a toda a produção e ainda gerar um excedente de 100 MW, metade aproveitada por duas outras empresas químicas instaladas no sítio, metade vendida à rede pública. A água utilizada no processo vem do rio Tocantins, que margeia o terreno da fábrica. Uma estação de captação de água bombeia do rio 2 m3/s, conduzidos à fábrica por uma adutora com 6 km de extensão. Depois de fazer circular o processo de produção de celulose, a água retorna ao Tocantins tratada, por outra adutora e por meio de três emissários fluviais. Noventa por cento da água captada é devolvida ao rio.

A fábrica da Suzano em Imperatriz demonstra como um grande empreendimento industrial pode intervir positivamente para o desenvolvimento de uma fronteira econômica, numa espécie de jogo em que todos ganham.

Obras da fábrica de celulose da Suzano, em Imperatriz (MA), chegaram a envolver 11 mil trabalhadores e 700 fornecedores

Ficha Técnica – Fábrica da Suzano em Imperatriz (MA)

Propriedade: Suzano Papel e Celulose (fábrica de celulose)

Investimento total: US$ 3 bilhões

Área do terreno: 1,5 milhão m²

Área construída: 96 mil m²

Construção civil: Construcap e Fortes

Gerenciamento: Pöyry e Guimar

Projetos de arquitetura, engenharia e estrutural: Ilhas de processo –
Valmet e BOP (Balance of Plant) Pöyry

Projeto de instalações hidráulicas e elétricas (sistema de distribuição e energia): Siemens

Paisagismo: Teperman Arquitetos

Terraplenagem: Construcap

Fundações: Construcap e Fortes

Montagem industrial: Imetame, Passaura e Milplan

    Principais fornecedores de máquinas, equipamentos, materiais e insumos: Valmet, AkzoNobel e Air           Liquide

Fonte: Revista O Empreiteiro


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