Augusto Diniz – Itaboraí (RJ)
A empresa vende tinta para decoração (como aplicação em paredes, por exemplo) no mundo, mas inicialmente irá fabricar no Brasil a sua linha para o setor marítimo, informa Noralf Handegard, gerente de projeto da Jotun. De acordo com o engenheiro norueguês, a adaptação da planta para o Brasil “não foi tão difícil porque, na Ásia, a fábrica tem características semelhantes às daqui”. Renã Chrisman, responsável técnico da empresa, explica que a Jotun cuida de todo o ciclo da pintura, desde a sua produção até a sua aplicação.
Embora esteja localizada na zona de influência do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), a empresa irá atender a Petrobras e fornecedores da petrolífera nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. O investimento é de aproximadamente R$ 100 milhões. A fábrica deve empregar pelo menos 100 pessoas.
Medidas contra incêndio
A nova fábrica da Jotun fica em uma área de 130 mil m², sendo 11 mil m² de área construída. O cronograma já avançou mais de 70% e estão hoje na obra 300 trabalhadores e mais de 20 máquinas em operação. O empreendimento é composto de 13 edificações de diferentes finalidades e tamanhos, incluindo depósito de matéria-prima, produção, depósito de produto acabado, quatro tanques de 60 mil l cada para solventes e resinas, laboratório, administração, manutenção, duas subestações (1800 kVA e 500 kVA), casa de incêndio, dentre outras.
Atualmente, processa-se a montagem industrial da fábrica, que durará até o final do ano – de janeiro a março de 2015 será feito comissionamento. As obras civis, com uso predominante de concretagem in loco, já se encerraram. No período de terraplenagem, foram movimentados 140 mil m³ de terra. Localizada às margens da BR-101, 1 km de acessos da estrada ao empreendimento estão sendo construídos.
“O sistema contra incêndio foi a grande preocupação da fábrica”, explica Carlos Maia, coordenador de Contratos da Concremat, gestora da construção. A matéria-prima da tinta, como solvente, é altamente inflamável e precisa de cuidados especiais no manuseio.
As edificações, por exemplo, foram construídas respeitando distância segura entre elas. A área industrial está agrupada em área oposta à administrativa, aponta o engenheiro da Concremat.
Os cuidados maiores recaem sobre a unidade de produção e depósito das tintas prontas. Em caso de incêndio, combate-se o fogo com espuma de alta e baixa expansão.
No depósito, no caso de acionamento do alarme, geradores de espuma de alta expansão, instalados nas extremidades da edificação e no centro dela, espalham o material rapidamente. A espuma é composta de um tipo especial de líquido viscoso que misturado com água se expande em 2 a 3 minutos por toda a edificação, até o seu total preenchimento. Assim, a espuma abafa o fogo. Na unidade de produção, usam-se sprinklers que disparam espuma de baixa pressão quando acionados.
A parede foi feita para suportar até duas horas de incêndio. Já o piso é capaz de drenar a espuma, caso seja usada. O material é removido para um tanque para armazenamento desse tipo de resíduo. O sistema de exaustão está sendo instalado para evitar acúmulo de gases. Ele funciona com controlador de emissões de gases na atmosfera.
A cobertura das edificações industriais é composta de um face felt com película de alumínio para isolamento térmico e acústico.
A segurança de toda planta atende as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) sobreposta à norma norte-americana National Fire Protection Association (NFPA).
Ficha Técnica — Fábrica Jotun em Itaboraí (RJ)
Projeto básico, executivo e EPCM: Concremat
Construtora: Gercom
Montagem industrial: Netzsch
Cobertura: Dagnese
Terraplenagem: AET
Fonte: Revista O Empreiteiro