Ferrovia Norte-Sul: Obras chegam em Tocantins e Goiás

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Concebido em 1987, o projeto original da Norte-Sul prevê a construção de uma ferrovia com 2.100 km de extensão, nascendo na cidade de Açailândia, no Maranhão, onde faz conexão com a Estrada de Ferro Carajás, estendendo-se até o município de Estreito, na divisa com o Tocantins. Deste ponto, a ferrovia avançaria pelo Tocantins até alcançar o município de Uruaçu, divisa com Goiás, cortando, em seguida, boa parte deste estado até chegar à cidade de Anápolis. Com essa configuração, a Norte-Sul, atravessaria o cerrado brasileiro, unindo, pelo interior, o sistema ferroviário nacional, conectando-se ao Norte com a E.F. Carajás e ao Sul com a FCA.
Isso representaria uma alternativa mais econômica para os luxos de longa distância hoje existentes, permitindo o escoamento de grãos, farelos, fertilizantes e adubos, óleo, soja, álcool, derivados de petróleo, açúcar, algodão e cimento, das regiões Centro-Oeste e Norte do país.
Uma vez concluída, a ferrovia se converterá em um forte indutor de ocupação econômica da região do Cerrado Setentrional Brasileiro, que compreende o sul dos estados do Maranhão e Piauí; sudeste do Pará, oeste do estado da Bahia; noroeste de Minas Gerais; norte de Goiás; nordeste do Mato Grosso e todo o estado do Tocantins. O projeto foi orçado pela Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A, empresa do Ministério dos Transportes, que detém a concessão para sua construção e operação, em R$ 2,5 bilhões.
Atualmente, a ferrovia conta com um total de 462 km em operação comercial, mediante convênio firmado com a Vale. O trecho, em bitola larga (1,60 m), liga Açailândia (MA) ao pátio multimodal de Colinas do Tocantins, próximo a Palmas (TO). A inauguração do último trecho Araguaína-Colinas do Tocantins, em dezembro de 2008, incluindo o Terminal de Carregamento de Colinas do Tocantins, permitiu a conexão da ferrovia com os mercados da região, servindo de base para o desenvolvimento de negócios na área de grãos, álcool, fertilizantes, entre outros produtos. Para o produtor da região, o custo de logística caiu de forma expressiva, aumentando a competitividade. O terminal conta com 7.200 t de capacidade de transporte.
A próxima etapa prevista para a Norte-Sul é a conclusão do trecho até Palmas, com 110 km de extensão e prazo de conclusão previsto para dezembro de 2009. Com ele a ferrovia passará a ter 720 km de extensão. O trecho, cujos canteiros de obras já foram instalados, compreende as cidades de Alvorada e Gurupi, no sul do estado, e deve receber investimentos de cerca de R$ 350 milhões do governo federal, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
As obras avançam também na parte sul do traçado, no estado de Goiás, onde a ferrovia terá cerca de 1 mil km de extensão, em bitola mista. Lá está sendo construído o trecho Anápolis-Uruaçu, com 280 km. A Valec tem expectativa de iniciar, ainda este ano, um segundo trecho, até a divisa com o Tocantins.
Recentemente, o governo federal anunciou a decisão de ampliar o projeto, levando os trilhos da Norte-Sul até Santa Fé do Sul e Panorama, em São Paulo, o que aumentaria a ferrovia em cerca de 1.120 km, permitindo a integração total com a rede ferroviária do Sudeste e do Sul. Com isso, a ferrovia Norte-Sul passaria a se constituir em um dos maiores projetos de infraestrutura do Brasil, com investimentos totais estimados em mais de R$ 5 bilhões. Os estudos de viabilidade do novo trecho estão em andamento

Fonte: Estadão


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