A Usina Hidrelétrica Batalha, no rio São Marcos, divisa de Goiás e Minas Gerais, confere à
Construtora Camargo Corrêa o quarto certificado conquistado pela obra: a NBR 16001, que
incorpora os conceitos de responsabilidade social corporativa
A revista O Empreiteiro visitou as obras de construção desta usina, que terá potência instalada de 52,5 MW e deverá entrar em operação em 2011. Ali é implantado cuidadoso programa de recuperação florestal e compensação de CO2, que a construtora desenvolve em parceria com Furnas Centrais Elétricas. Pelas suas características e amplitude, ele foi o único do gênero selecionado para ser apresentado durante o Congresso Mundial de Grandes Barragens (Hidro 2009), em Lyon, França, entre os dias 26 e 28 deste mês.
Marco Bucco, diretor de projetos de energia da construtora, diz que o programa é desenvolvido também nas usinas hidrelétricas de Foz do Chapecó (SC) e em Serra do Facão (GO). Até o final deste ano será estendido à usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO), na área do bioma Amazônia, onde há a maior biodiversidade do planeta, com mais de 45 mil espécies de plantas.
Resumidamente, ele consiste na preservação de três importantes biomas brasileiros: a Mata Atlântica, o Cerrado e a Amazônia. O objetivo é compensar a emissão de gás carbônico gerado pela queima de combustível fóssil emitido pelas máquinas na fase de construção de empreendimentos hidrelétricos.
À conquista da NBR 16001 somase agora a outros três certificados obtidos anteriormente pelas obras de Batalha: a ISO 9001, a ISO 14001 e a OHSAS 18001. A construtora recebeu anteriormente o certificado NBR 16001 em razão das obras realizadas na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos.
Marco Bucco sustenta que o programa implementado em Batalha é inovador, compreendendo diferentes ações sociais e ambientais em sua metodologia de restauração de áreas. Incorpora segmentos da comunidade, sobretudo as escolas da região, cujos alunos são conscientizados quanto aos problemas atuais e futuros das agressões praticadas contra a natureza e a maneira de evitálas ou minimizá-las, de modo a garantir a sustentabilidade ambiental.
Em Batalha, crianças de escolas locais participaram de representação, encenando prejuízos provocados pelas agressões contra a natureza. Em seguida, plantaram centenas de mudas de plantas típicas regionais, seguindo orientação de ambientalistas de Furnas e da própria construtora, tendo em conta a recomposição de paisagens naturais do ecossistema local.
Márcio Porto, diretor de construção de Furnas, diz que a apresentação do programa desenvolvido na área da hidrelétrica de Batalha, durante o Congresso Mundial de Barragens, na França, mostrará, do ponto de vista internacional, que as empresas brasileiras que atuam nesse segmento de atividades estão preocupadas em oferecer soluções para a redução das emissões de gases e contribuir para a sustentabilidade O canteiro compacto reduziu a área de movimentação de terra ambiental.
A hidrelétrica
A usina hidrelétrica Batalha achase atualmente em fase acelerada de construção. Foram concluídas as obras de escavação do túnel de adução e encontra-se em etapa final a escavação do túnel de desvio. As escavações desenvolvidas a céu aberto registravam um avanço da ordem de 90% até fins do mês passado. Atualmente os trabalhos concentram-se também na concretagem da estrutura da casa de força.
O que chama a atenção, no design do canteiro, é a compacidade. Houve preocupação em reduzir ao mínimo a área de movimentação de terra, aproveitando-se ao máximo a configuração geológica em proveito do projeto. Todo maciço rochoso natural, integrado ao projeto, foi protegido e impermeabilizado, com a aplicação, ampla, de concreto projetado.
O empreendimento, integralmente de Furnas Centrais Elétricas, está hoje orçado em R$ 740 milhões. Ele vai favorecer o crescimento econômico dos municípios de Cristalina (GO) e Paracatu (MG), que vêm apresentando significativa demanda reprimida por eletricidade, motivo pelo qual não podem implementar programas de eletrificação rural e de aumento da irrigação. A energia gerada, que será destinada ao Sistema Interligado Nacional, atenderá aquela demanda e contribuirá para o crescimento da região e para a melhoria da qualidade de vida da população.
Fonte: Estadão