<em><p align="left"></p></em><strong><p align="left"></p></strong><p align="center"><strong><font size="2">Consórcio responsável por execução do empreendimento adota projeto inovador, em que a <br />obra </font></strong><font size="2"><strong>civil representa 1/5 do total previsto na licitação, reduzindo impacto ambiental e <br />garantindo maior </strong><strong>navegabilidade do rio Madeira</strong></font></p><p align="left"><font size="2">Diariamente, as rádios de Rondônia veiculam, ao longo de sua programação, centenas de ofertas de emprego para profissionais das diversas áreas da construção civil. São vagas para pedreiros, carpinteiros e armadores, especialistas em terraplanagem e em manutenção, mecânicos, eletricistas e operadores de guindaste. As vagas são oferecidas pela Camargo Corrêa, para contratação imediata, para atuar na construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, localizada no rio Madeira, em Rondônia, a 130 km do centro urbano de Porto Velho. A prioridade é para os trabalhadores residentes na capital e no interior do estado. A hidrelétrica terá uma potência de 3,3 mil MW e uma energia assegurada de 1,9 mil MW médios, suficientes para abastecer quase 10 milhões de casas. <br />O escopo do contrato com a Camargo Corrêa prevê a execução das obras civis, conforme o projeto executivo, sob o regime de Empreitada por Preços Unitários. Para atender este escopo a Camargo Corrêa está implantado um canteiro Industrial e um acampamento, em cada margem do rio Madeira. O valor do contrato é deR$ 3,350 bilhões e o custo total da obra está orçado em R$ 10 bilhões. <br />Todos os meses a empresa contratará em média 600 profissionais até atingir o pico da obra, quando esperar contar com cerca de 15 mil profissionais, gerando ainda cerca de 30 mil empregos indiretos. Mas a geração de empregos é apenas um dos reflexos diretos do empreendimento na economia local. Quando concluídas as obras, a capital e o estado de Rondônia receberão algo em torno de R$ 50 milhões/ano, pelos royalties da energia gerada pelas águas do rio Madeira. A hidrelétrica deverá entrar em funcionamento em janeiro de 2013. Juntamente com a usina Santo Antônio, Jirau formará o Complexo do Rio Madeira.<br />O empreendimento, um dos principais projetos do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, do governo federal, foi concedido por licitação ao consórcio Energia Sustentável do Brasil, formado por Suez Energy (50,1%), Eletrosul (20%), companhia Hidrelétrica do São Francisco-chesf (20%) e Camargo Corrêa Investimentos em Infraestrutura (9,9%). O consórcio venceu a disputa graças a um projeto inovador, em que a obra civil representa 1/5 do total previsto na licitação, com igual redução do impacto ambiental e manutenção da navegabilidade do rio Madeira.<br />De acordo com o engenheiro Luiz Américo Rogo, gerente do contrato, apesar do atraso na emissão da Licença de Instalação, a construtora buscará o mês de março de 2012 como meta para início de geração de energia. No cronograma de concessão para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o início de geração estava previsto para Janeiro de 2013. Isto representa uma antecipação de 10 meses no início de geração. Além desta antecipação, a Camargo Corrêa está se esforçando para adiantar a conclusão de várias outras unidades, pois o cronograma da agência reguladora previa entrega de uma unidade geradora de cada vez até outubro de 2.016.<br />Em fevereiro de 2009, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social-BNDES aprovou o financiamento de R$7,2 bilhões para o consórcio, que também fará a operação e manutenção da usina.<br /><br /><strong>Impactos sócio-ambientais</strong></font></p><p align="left"><font size="2">Com a licença de instalação emitida no início de junho pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), cerca de cinco mil trabalhadores deram início às obras. Pelo menos dois terços deste total são pessoas da região. <br />"O cronograma de implantação da obra está sendo atualizado, com o incremento de equipamentos e de mão-de-obra para manter o prazo dentro do previsto", Rogo. <br />Os acordos de compensação e mitigação sócio-ambiental, necessários para a liberação da licença de instalação, foram assinados recentemente com a Prefeitura de Porto Velho e com o Governo de Rondônia para serem aplicados em educação, saúde, segurança pública, habitação popular, infraestrutura e preservação ambiental. O programa inclui a construção do Polo Jirau de Desenvolvimento, para onde serão transferidas as famílias que residem nas áreas abrangidas pelo futuro reservatório da usina, e compreende 1.600 casas, escola, posto de saúde e correios, entre outrasobras. Até mesmo o alojamento, refeitórios e quadras e esportivas, construídas para os operários, bem como os acessos rodoviários para as obras, serão doados para a comunidade local assim que os trabalhos forem concluídos.</font></p><strong><p align="left"><font size="2">Projeto otimizado</font></p></strong><p align="left"><font size="2">A usina de Jirau está sendo construída no local denominado Ilha do Padre. A obra está concebida em um barramento contínuo e caracteriza-se pela disposição de duas casas de força, uma em cada margem do rio Madeira, a primeira com 28 unidades geradoras, do tipo bulbo, acoplada à tomada d'água, localizada no braço direito do rio. Na margem esquerda, localizam-se mais 18 unidades geradoras, também do tipo bulbo, tendo como vértice a extremidade sul da Ilha do Padre. Cada uma das casas de força apresenta duas áreas equipadas para montagem e manutenção das 46 unidades geradoras, com 75 MW de potência unitária.<br />As turbinas do tipo bulbo são mais modernas e ecologicamente recomendáveis. Elas deixam passar todo o sedimento fino do rio e não exigem o represamento de grandes quantidades de água, nem de barragens que alagam áreas imensas.</font></p><strong><p align="left"><font size="2">Grandes desafios</font></p></strong><p align="left"><font size="2">As condições topográficas são favoráveis, não apresentando grandes diferenças de cotas. Atualmente, as obras civis registram um avanço físico acumulado de 10%, incluindo toda a parte de canteiro industrial e acampamento.<br />Segundo o gerente do contrato, o principal desafio deste projeto é seu cronograma de meta, pois a curva de crescimento de recursos é muito acentuada, atingindo um incremento mensal entre 2.000 e 2.500 pessoas. Nos meses com maior número de funcionários ainda soma-se uma rotatividade de até 1.000 pessoas. Para vencer este desafio a Camargo Correa implantou o Projeto Geração Sustentável para qualificação da mão-de-obra. O projeto consiste no treinamento de 10.000 pessoas sem compromisso formal, ou seja, todos são treinados sem a obrigação de trabalharem no projeto. Hoje há mais de 1.000 pessoas treinadas com um aproveitamento de mais de 70% para contratação.<br />Outro grande desafio foi vencido com a implantação, na margem direita, as ensecadeiras de primeira etapa no período de vazões maiores, entre fevereiro e maio deste ano, o que não é comum devido à velocidade da água exigir o lançamento de blocos de rocha maiores. O segundo grande desafio está na implantação, na mesma margem, de uma nova ensecadeira em solo com 2 milhões de m³, ainda neste período "seco" (até início de novembro), na jusante das ensecadeiras já implantadas, para permitir a escavação dos canais de fuga e de restituição. <br />Na margem esquerda, outra meta desafiadora está prevista: a implantação da casa de força 2, a ser executada em junho de 2.010. Isso exigirá um volume de escavação de 3 milhões de m³, em solo e mais um milhão e meio de m³ de escavação em rocha. <br />O consórcio Energia Sustentável do Brasil assinou o contrato no valor de US$ 410 milhões para aquisição de parte das turbinas necessárias, com o consórcio formado pelas empresas Dong Fang Electric Corporation International e DongFang Electric Machinery, da China. De um total de 46 unidades, as empresas chinesas fornecerão 18 turbinas com 75 MW de capacidade.<br />O contrato de fornecimento assinado em dezembro passado marca a entrada no mercado brasileiro de um dos maiores fabricantes chineses e mundiais de equipamentos de geração de energia, a Dong Fang. <br />As 28 turbinas restantes serão fornecidas pelo consórcio formado pelas empresas Alstom, Voith Siemens e Andritz. O contrato é no valor de R$ 1,95 bilhão. com que,A Energia Sustentável do Brasil também assinou fornecerá 28 turbinas com 75 MW de capacidade. As turbinas começarão a ser instaladas em 38 meses. <br />A barragem principal, prevista para ser do tipo enrocamento, com núcleo argiloso, está disposta segundo um eixo retilíneo ligando a extremidade sul da ilha do Padre à parede direita da casa de força 2, na margem esquerda. A área do reservatório será variável e terá 302,6 km², em seu nível d'água máximo normal, com área inundada variando entre 31 km² e 108 km².<br />As mudanças no projeto também representam melhorias do ponto de vista econômico, como permitir uma casa de força com 28 unidades e a segunda com 18 unidades; reduzir o número de ensecadeiras e dos impactos ambientais. Possibilita ainda a antecipação da concretagem da segunda casa de força; aumento das áreas de montagem; montagem e comissionamento simultâneos das duas casas de força; antecipação da geração; e com isso a redução da tarifa oferecida ao consumidor.</font></p> Fonte: Estadão