O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) está coletando semanalmente dados sobre a turbidez do rio Madeira, a fim de monitorar os possíveis impactos que a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau possam trazer ao ecossistema do rio.
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Analisar a turbidez significa medir aresistência da água à passagem da luz e, assim, identificar a quantidadede sedimentos suspensos.Tais sedimentos são tão importantes para o rio que foram um dos principais itens debatidos desde os projetos das usinas.
Isso porque o Madeira transporta muitos sedimentos vindos dos Andes e que acabam sendo responsáveis por quase 50% da turbidez das águas na foz do rio Amazonas.
Técnicos e ambientalistas questionaram se o imenso volume de sedimentos poderia acabar retido nos reservatórios, num processo de decantação que impediria a passagem de água pelas turbinas e aumentaria a área alagada.
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Segundo Ana Cristina Strava, coordenadora de operações do Sipam, ossedimentos também são importantes para a sobrevivência de espécies no rio.
“Sedimentos em suspensão transportam a alimentação dos peixes, portanto, alterações podem afetar o equilíbrio da ictiofauna”, explica. A simples presença das barragens já poderia trazer impactos, já que somente um rioc om energia, ou seja, com águas correndo, pode carregar partículas.
Entretanto, o estudo de impactos ambientais prevê que alterações ocorramsomente no início e aposta na recomposição do rio, a niveis iguais aos de hoje, após um período de tempo. Trabalho interinstitucional Para analisar essas alterações, o Sipam iniciou a coleta dados utilizando sonda cedida pela Agência Nacional de Águas (ANA).
Conectado ao computador, o equipamento transmite os índices de turbidez, que são registrados por acadêmicos de engenharia da Faculdade de Ciências Humanas,Exatas e Letras de Rondônia (FARO).
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“Gosto da área e tenho satisfação emcontribuir para análise do impacto das usinas a longo prazo”, diz o estudante Felipe Archanjo.
Os primeiros resultados, referentes à cheia, foram objeto de estudo do aluno Matheus Moura, que aponta que a turbidez triplicou entre novembro edezembro e se manteve nesse nível até inicio de março. O projeto, já aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) pretende gerar informações por cerca de 5 anos, comparando os índices no decorrer do tempo.
Fonte: Estadão