A indústria de máquinas e equipamentos para construção vê o futuro com otimismo no Brasil e no cenário internacional. Para executivos do setor ouvidos pela Revista O Empreiteiro, um ponto é consenso: aprofundar o relacionamento com os clientes será determinante para manter competitividade e acompanhar o próximo ciclo de crescimento.
Segundo Carl Gustaf Göransson, presidente global da CNH Construction Equipment e membro do conselho executivo da CNH Industrial, as fabricantes precisam pensar em estratégias de longo prazo.
“Se você quer um cliente hoje, tem que investir a longo prazo. É preciso trabalhar junto com o distribuidor e oferecer uma solução completa.”
O executivo reforça que o consumidor está mais exigente e que a marca está preparada para o novo ciclo de expansão no Brasil, embora destaque que os Estados Unidos concentram as maiores expectativas de retomada. A Índia também se apresenta como oportunidade relevante.
Exportações e ampliação de mercados
Para Roque Reis, vice-presidente da Case na América Latina, a fábrica brasileira passou a exportar motoniveladoras para a Índia, evidenciando a abertura de novos mercados.
Na Liebherr, o diretor de marketing Rafael Silva afirma que a empresa conquistou novos clientes na área de peças e serviços, impulsionada pela maior demanda por manutenção de frota no Brasil. Segundo ele, a orientação da matriz é clara: continuar investindo no País.
Segmentos em crescimento e estabilização do mercado
O presidente da Volvo CE Latin America, Afrânio Chueire, observa sinais de recuperação em setores como:
- agricultura,
- florestal,
- fertilizantes,
- movimentação portuária.
“A realidade é que o mercado brasileiro parou de cair.”
Na JCB do Brasil, o diretor de Marketing e Vendas Alisson Brandes destaca que a empresa lançará novo equipamento ainda este ano, sustentando a meta de apresentar ao menos um lançamento anual.
Ele projeta ainda:
- dobrar a receita em 2018 (base 2015)
- dobrar o market share até 2020 (base 2015).
Novas linhas de produção e foco em manutenção
A John Deere segue diversificando sua operação e anunciou uma nova linha de produção em Indaiatuba (SP), onde passará a fabricar tratores de esteira destinados a agricultura, construção, aterros sanitários e mineração.
Segundo Roberto Marques, diretor de Vendas de Construção e Florestal:
“A tendência é atender mais o cliente na manutenção, no monitoramento de performance e na localização das máquinas.”
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O gerente de Vendas da JLG, Ricardo Bertoni, reforça que o setor está em recuperação e que há espaço para dobrar o número de plataformas aéreas no Brasil: de 30 mil para 60 mil unidades, atendendo construção, logística e indústria.
Equipamentos mais específicos e reposicionamento do mercado
Para Yuri Monteiro, Regional Sales Manager da Link-Belt do Brasil, o mercado nacional começa a adotar uma cultura mais técnica na escolha dos equipamentos.
“O mercado começa a despertar para empregar o modelo correto para cada tipo de trabalho.”
Por outro lado, ele reconhece que os equipamentos multitarefa continuam relevantes.
Na Terex América Latina, o presidente Gustavo Faria acredita que o segundo semestre deve marcar um reposicionamento de máquinas novas no mercado. A empresa reafirmou o compromisso de manter suas operações no País.
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O segmento de locação, onde a Terex atua diretamente, ajusta sua oferta e tem até vendido equipamentos para o exterior como estratégia de equilíbrio.




