O município de Caxias do Sul, na região da Serra Gaúcha é o centro econômico e de atração de um importante pólo industrial metal-mecânico – o segundo do País, superado apenas pela região do ABC paulista – que se encontra em franco desenvolvimento. Esse novo pólo se estruturou tendo como base as indústrias de peças, equipamentos e insumos para a produção de carrocerias para ônibus, caminhões e outros veículos comerciais. No centro desse conjunto de indústria estão duas grandes empresas. Uma delas é a Marcopolo, maior produtor de carrocerias para ônibus do Brasil e um dos maiores do mundo, com duas fábricas na região, ocupando um total de 369 mil m2 de área, com capacidade de produção de 10 mil ônibus/ano, gerando cerca de 10 mil postos de empregos. A empresa registrou receita líquida de R$ 2,129 bilhões, em 2007.
A outra é o Grupo Randon, uma holding mista, composta por oito empresas fabricantes de veículos pesados, implementos agrícolas, rodoviários e ferroviários, conjuntos de freios, peças e equipamentos automotivos e consórcio de veículos. A holding reúnem um quadro de cerca de 7 mil funcionários e ocupa uma área total de 728 mil m². Juntas, as empresas do grupo Randon respondem por um faturamento superior a R$ 2,89 bilhões (valor bruto total).
Em torno dessas duas empresas se estabeleceu o pólo metal-mecânico do município, com um total de 6.500 empresas, fornecedoras e sub-fornecedoras, gerando cerca de 120 mil empregos formais, respondendo por cerca de 6% do PIB do Rio Grande do Sul. De 2000 e 2004, Caxias do Sul obteve a sexta colocada em geração de empregos no país. Somente em 2006, foram criados 7.700 novos empregos formais.
Parte desse pique de desenvolvimento se deve à sua localização estratégica. Caxias do Sul está situada no centro do Mercosul, distante 120 km da capital do estado.
Para o ano de 2008 é esperado um novo surto de desenvolvimento na região, já que a Marcopolo anunciou que pretende investir, ao longo do período, cerca de R$ 50 milhões na ampliação das capacidades de suas unidades de Ana Rech e Planalto, localizadas no município. Mais da metade dos recursos será aplicado na compra de equipamentos de última geração que possibilitarão a aplicação de avançados conceitos de fabricação e montagem da carroceria do ônibus.
Já a Randon concluiu, ao final de 2007, um programa de investimentos também para aumentar sua capacidade de produção. Somente a planta de implementos rodoviários e ferroviários, recebeu recursos da ordem de R$ 100 milhões, na ampliação da fábrica, no novo sistema de cabines de pintura e na instalação de novas máquinas, gerando 531 novos empregos em 2007.
O PIB per capita, naquele ano, foi de R$ 20.838,00, e o PIB total do município, no mesmo período, alcançou os R$ 8.422.381.000,00, levando Caxias do Sul a figurar na lista das 50 cidades com maior PIB do Brasil.
Serviços públicos e infra-estrutura
A Administração Pública tem investido em uma multiplicidade de programas de fomento econômico. Dentre eles destacam-se o Programa de Economia Solidária, os Arranjos Produtivos Locais (APLs), as Associações de Recicladores, o Pólo da Informática, o Pólo da Moda, a Certificadora de Gás Natural, a Associação de Garantia de Crédito da Serra Gaúcha (AGC), a Instituição Comunitária de Crédito (ICC – Banco do Povo). Parte desses programas é desenvolvida em parceria com variadas entidades públicas e privadas.
A Saúde Pública é o primeiro orçamento do município, e conta com 39 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), uma unidade do SAMU (duas ambulâncias de remoção e uma UTI móvel), um Centro Especializado de Saúde (CES), um Hemocentro (Hemocs), três Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS), uma unidade do Cais Mental e um Residencial Terapêutico.
Há oito hospitais e inúmeros laboratórios, ambulatórios, contando com 1.419 leitos no total. A expectativa de vida é de 74,1 anos e a mortalidade infantil ronda os 12,89 óbitos por mil habitantes.
Outra prioridade do município é o saneamento básico. Caxias do Sul registra um índice de acesso à rede de esgoto superior à média nacional, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Enquanto a média nacional é de cerca de 47%, em Caxias pelo menos 85% da população possui acesso à rede de esgoto.
Além disso, com os investimentos em curso, o Município registra um índice de 12% de esgoto tratado, número superior ao registrado em várias localidades pela pesquisa da FGV. Há três anos, esse índice era de apenas 4%. Ao final do plano de investimentos que está em andamento, o índice deverá chegar a 86%.
Um dos projetos em andamento é o do Sistema Pinhal, com 22,6 km de rede, que irá coletar e tratar o esgoto de aproximadamente 130 mil habitantes. As obras foram iniciadas em novembro de 2007.
Cerca de 99% da malha urbana tem água encanada e tratada e a limpeza urbana é organizada num sistema de coleta seletiva de lixo, com usinas de reciclagem, sendo a única no Brasil a utilizar containeres de armazenagem. Com isso Caxias do Sul tem um dos melhores sistemas de reciclagem do país, uma das melhores coletas de lixo e o segundo melhor aterro sanitário, perdendo apenas para a cidade de Santos.
A rede de iluminação pública do município também é apontada como uma das melhores do Brasil, com 37 mil pontos de luz; A cidade conta com uma grande rede hoteleira composta de 43 estabelecimentos, além de mais de 250 restaurantes e mais de 500 bares/lancherias e similares. Todos os Clubes de Serviço estão representados no município.
Na área de transporte, a frota urbana de Caxias do Sul tem cerca de um veículo para cada três pessoas, assim distribuídos: 1.048 ônibus, 109.050 automóveis, 6.195 caminhões, 11.138 motocicletas, totalizando 127.431 unidades.
Já no âmbito da Educação, Caxias do Sul é o segundo maior orçamento do município. Conta com 184 escolas e uma taxa de analfabetismo de apenas 3,6% da população. Existem também duas universidades e diversas faculdades, escolas técnicas e profissionalizantes autônomas. A Universidade de Caxias do Sul (UCS) tem aproximadamente 37 mil alunos – é a maior do RS em número de alunos – dispondo de modernas instalações em um grande campus.
Apesar de o setor agropecuário contar com apenas 7,5% da população economicamente ativa, a prefeitura mantém programas para incentivo à produção rural e à fixação do trabalhador no campo. O município se orgulha de ser o maior centro de produção de horti-fruti-granjeiros e o maior PIB agrícola do estado.
Fonte: Estadão