Com 22 anos de existência, Premodisa atende hoje pelo menos 15 obras fornecendo elementos pré-fabricados de concreto
Augusto Diniz – Sorocaba (SP)
O engenheiro Wagner Barbosa de Souza apresenta dados para mostrar o quanto o pré-fabricado de concreto tem para crescer no País. De acordo com o gerente técnico da Premodisa, o setor cimenteiro calcula que o fornecimento de cimento ao segmento pode ocupar 20% entre todas as utilidades do produto. Hoje, este índice não chega à metade.
“O conceito do pré-fabricado é antigo, mas cresceu nos últimos anos por questão econômica”, avalia Wagner. A expansão do pré-fabricado se dá pela falta de mão de obra no setor da construção e o prazo curto cada vez mais exigido na entrega das obras. “Investidores querem retorno rápido do capital, assim que fazem o aporte dos recursos.”
O engenheiro explica que a opção pelo pré-fabricado permite que, em paralelo ao início das obras, como serviços de terraplenagem e fundações, já se proceda à fabricação de pilares, vigas e lajes.
“Mas é preciso que a opção por pré-fabricado seja definida na concepção do projeto. Auxiliamos neste trabalho”, afirma.
A Premodisa tem uma unidade de fabricação do pré-fabricado em Sorocaba, interior de São Paulo. Hoje, a empresa desenvolve elementos para pelo menos 15 obras. As aplicações se concentram em edificações industriais, comerciais e centros de distribuição, além de pontes e viadutos.
De acordo com Wagner, o desafio do pré-fabricado continua na logística. “É preciso pensar nisso corretamente no projeto básico”, diz. A empresa criou até uma unidade de transporte, com veículos e serviços de manutenção, visando dar mais atenção a essa atividade.
Além de unidade de pré-fabricado de pilares, vigas, blocos de fundação, painéis e escadas (estes dois últimos elementos em franco crescimento), o grupo Premodisa mantém uma unidade de produção de lajes alveolares, a Lajeal, e uma outra de preparo do aço utilizado nos seus produtos (essencialmente para corte e dobra).
Fabricação
Wagner conta o avanço em tempos recentes do processo de fabricação de elementos pré-fabricados de concreto. Ele relata que a resposta rápida da cura é um deles. O outro é a evolução de equipamentos de transporte e içamento de elementos.
A introdução de um produto químico desmoldante (que não permite que a peça pré-moldada grude no molde) também melhorou o acabamento da peça. O engenheiro aponta ainda o uso de plastificante para dar mais fluidez ao manuseio do cimento antes de ser moldado. “Mas o elemento químico não pode agredir o aço”, lembra.
Há também desenvolvimento do pré-fabricado de concreto como parte da montagem eletromecânica de edificações. As fachadas de prédio com pré-fabricados, incorporando beleza estética, também evoluíram.
“Tudo aquilo que é fixado na estrutura de concreto pode ser pensado na fabricação do pré-fabricado, gerando velocidade de construção, como o pipe-rack ”, menciona.
Um outro caso é na implementação de sistema de para-raios, que pode ter passagem de cabo pelo pilar, com caixas de saída nas extremidades. A empresa usou a novidade na construção de um novo condomínio logístico em Sorocaba (ver abaixo).
A unidade de pré-fabricados da Premodisa emprega 150 funcionários. O fornecimento do cimento é da Holcim, e do aço das empresas Gerdau e ArcelorMittal. O controle de qualidade é feito por meio de uma parceria com a Lemat, Laboratório de Mecânica dos Solos e Materiais de Construção Civil da Faculdade de Engenharia de Sorocaba (Facens).
Fonte: Revista O Empreiteiro