O entendimento da diretoria do BNDES é de que os serviços que possam ser oferecidos pela área de infra-estrutura do País devem estar à frente da demanda. Somente assim, eles não poderão se tornar fator capaz de provocar interrupções no processo de crescimento e de evolução das atividades produtivas.
Em razão desse entendimento, o Banco está dando prioridade a projetos que tenham em vista a expansão e a modernização do setor elétrico; a diversificação da matriz energética; o desenvolvimento do mercado de gás natural; a promoção de energias renováveis; o aumento da oferta de biocombustíveis; o equacionamento dos “gargalos logísticos” identificados no contorno de cidades e nos acessos a portos e ampliação dos sistemas de telelcomunicações, de modo a contribuir para o desenvolvimento de produtos de tecnologia nacional de ponta.
É na linha dessas prioridades, segundo a diretoria, que o Banco já aprovou, dentre outros inúmeros projetos, o apoio financeiro para a implantação de empreendimentos elétricos localizados no rio Madeira, objeto dos leilões realizados pela Agência Nacional e Energia Elétrica (Aneel): a usina hidrelétrica Santo Antônio, com capacidade instalada de 3.150 MW e a usina hidrelétrica Jirau, com 3.300 MW de potência instalada, ambos no Estado de Rondônia; e os projetos em curso nos segmentos de petróleo e gás, dentre os quais a construção do Gasene (investimento total de R$ 5,6 bilhões), o gasoduto Urucu-Manaus, a construção do estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, que vai fabricar navios da Transpetro e outros empreendimentos.
Os financiamentos
Ao longo do ano passado, os desembolsos da área de infra-estrutura do BNDES alcançaram o patamar de R$ 14 bilhões, representando 21,6% dos desembolsos totais do Banco, que somam R$ 64,9 bilhões. Aqueles desembolsos foram assim distribuídos:
No segmento da energia elétrica, os recursos se destinam a projetos de geração (hidroelétricas, PCH´s, co-geração e fontes alternativas), e, principalmente, de transmissão e distribuição de energia elétrica.
Em gás e petróleo, os desembolsos têm em vista, majoritariamente, os projetos de transporte e distribuição de gás natural. Entretanto, conforme aquela diretoria, projetos de construção naval (apoio marítimo), combustíveis renováveis e exploração e produção de petróleo também receberam recursos.
Em logística, os desembolsos priorizaram projetos nos segmentos de ferrovias, rodovias, portos e armazéns, navegação e transporte aéreo. Mas a prioridade maior ficou por conta das ferrovias.
Já para telecomunicações, os recursos visam os planos de investimento das operadoras de telecom.
Ainda em 2007, houve um esforço para os desembolsos destinados às obras listadas no Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. Os recursos disponibilizados deram prioridade à infra-estrutura, somando R$ 3,8 bilhões dos desembolsos daquela área do Banco. As distribuições foram feiras assim:
As aprovações
As aprovações da Área de Infra-Estrutura alcançaram o patamar de R$ 35 bilhões, representando 35,4% das aprovações totais do BNDES (R$ 98,8 bilhões) em 2007. Elas tiveram a seguinte distribuição:
Nesse segmento, as aprovações ocorreram principalmente para o setor geração de energia elétrica, com ênfase para os projetos de geração hidrelétrica, mas levando em conta, também, os projetos de PCH´s e biomassa. Tiveram destaque, nesse caso, os projetos de linhas de transmissão e planos de investimento das distribuidoras. Para se ter uma idéia da prioridade dada pelo Banco a esse segmento, a diretoria informa que os projetos de geração, aprovados no período, vão agregar 3.587 MW ao Sistema de Interligado Nacional (SIN). Além disso, serão construídos 2.819 Km de linhas de transmissão.
Quanto a petróleo e gás, as aprovações ocorreram, majoritariamente para os projetos de construção de gasodutos. Mas não foram deixados de lado aqueles que previam investimentos para a construção naval (apoio marítimo), distribuição de gás e combustíveis renováveis.
No segmento de logística, a aprovações destinaram-se principalmente a projetos de construção de embarcações, enfatizando simultaneamente o segmento ferroviário, que tem sido uma prioridade do governo federal.
Considerando as obras listadas no PAC, as aprovações em 2007 somam R$ 24,7 bilhões assim distribuídos:
Geração de Energia Elétrica – aprovações de R$ 8,0 bilhões, representando 3.546 MW a serem adicionados ao Sistema Interligado Nacional;
Os financiamentos e os respectivos desembolsos, segundo a diretoria do BNDES, espelham um esforço em favor da infra-estrutura do País.
Fonte: Estadão