O problema é velho. E as soluções, novas ou antigas, invariavelmente têm resultado inócuas. Esteja o sujeito onde estiver, a insegurança o alcançará e ele se tornará refém do medo e da impotência.
Conheço amigos que moravam em residências muradas, dotadas de cerca elétrica e de toda a parafernália moderna para evitar que delinquentes se aproximassem deles e de seus familiares. Pois bem. Os bandidos romperam todas as barreiras e os bens, levados para locais incertos e não sabidos, continuam até hoje desaparecidos. E, dos delinquentes, nenhuma pista, nenhum indício. É como se eles tivessem se dissolvido no ar ou se transformado em pó nas remotas periferias.
Vários desses amigos desistiram de morar em casas isoladas, conquanto munidas de modernosos aparelhos de segurança. Mudaram-se para apartamentos e ficaram empoleirados nos mais altos, supostamente mais inacessíveis. Vieram os arrastões e de nada serviu estarem lá em cima, mais recolhidos e anônimos.
Então estamos assim: no porão ou no topo dos edifícios; nas metrópoles ou nas cidades miúdas do interior. Seja aonde for, a insegurança está alcançando os cidadãos e deixando-os, na melhor das hipóteses, a pé e com as contas bancárias e os bolsos esvaziados.
Nesses novos tempos de violência na rua, em casa, nas ilhas ou em barcos no alto mar, a bandidagem está à solta preparada para tudo.
Leio, por exemplo, sobre os riscos que rondam até os legislativos municipais. A FSP de hoje traz matéria segundo a qual 14% dos 1.227 candidatos à Câmara de Vereadores da Pauliceia têm problemas legais. E, quais seriam esses problemas? A lista é ampla: crime contra a administração pública, furto ou roubo, estelionato, homicídios, cárcere privado e sequestro, crime contra a mulher, receptação, crime de trânsito, abuso de autoridades e outros.
Resumindo: se não tomarmos cuidado nessas eleições estaremos empurrando para dentro do poder legislativo a escumalha humana responsável por delitos de toda natureza. A cidade, já sacrificada por administrações danosas ao longo dos anos, não pode acolher, dentro de um de seus poderes, a delinquência generalizada.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira