Linha Leste pode instalar canteiro no segundo semestre

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Convênio com governo federal garante recursospara extensão metroviária na capital cearense,cuja primeira linha demorou 13 anos para ficar pronta

Vanessa Vignati

Orçada em R$ 3,3 bilhões, que, segundo o governo do Ceará, será o maior investimento em obras da história do estado, a construção da Linha Leste do Metrô de Fortaleza (Metrofor) está prevista para começar em julho deste ano.

Linha Sul do Metrô de Fortalezasó começou a operar a partir domeio do ano passado

O projeto consiste de 12 estações (11 subterrâneas) e 20 trens elétricos que percorrerão 12,4 km em trilhos, passando por diversos bairros nobres da cidade, desde o Centro até o Fórum Clóvis Beviláqua, no bairro Edson Queiroz, Zona Leste da cidade, com capacidade prevista de transportar cerca de 400 mil pessoas/dia. Apesar do convênio com o governo federal, que garante recursos, há ainda quem duvide de que o projeto saia do papel. Afinal, foram 13 anos de obras para que a Linha Sul do Metrô da capital fosse inaugurada (atualmente, a linha está em operação assistida) – a Linha Sul tem 20 estações, possui 24,1 km de extensão e deverá transportar 350 mil passageiros/dia. Há ainda um outro projeto, em estudo, que é a construção de uma linha para a Zona Oeste da cidade, numa espécie de prolongamento da Linha Leste.

O trajeto da Linha Leste fará a integração com as linhas Sul e Oeste do metrô (na estação Chico da Silva), terminais de ônibus e com o VLT Parangaba-Mucuripe. Do valor total para a construção desse trecho do Metrofor, R$ 1,1 bilhão será do Orçamento Geral da União, outro R$ 1 bilhão do FGTS e o R$ 1,2 bilhão restante do estado, por meio de parceria público-privada (PPP) ou concessão por um período de 15 a 20 anos.

A distância entre as estações, conhecidas pelos nomes iniciais de Chico da Silva, Sé, Luiza Távora, Colégio Militar, Nunes Valente, Leonardo Mota, Papicu, HGF, Cidade 2000, Bárbara de Alencar, CEC e Edson Queiroz, será de aproximadamente 900 m. A linha subterrânea, que acompanhará em boa parte o trajeto da avenida Santos Dumont, tem como objetivo causar o menor impacto possível ao já complicado tráfego de Fortaleza.

Obras até 2016

De acordo com a Secretaria Estadual da Infraestrutura do Ceará (Seinfra), o início da operação da Linha Leste está marcado, caso não ocorra atraso, para 2016. O edital das obras deve sair ainda este mês (abril).

Com um orçamento de R$ 128,2 milhões, a empresa norte-americana Robbins vai fornecer quatro tuneladoras do tipo Earth Pressure Balance (EPB), para a construção da nova linha. A expectativa é que dois destes equipamentos cheguem a Fortaleza no fim de maio, mas serão necessários ainda mais dois meses para a sua montagem. As tuneladoras conseguem trabalhar 24 horas, seis dias por semana, paralisando apenas um para manutenção. Elas devem perfurar até 14 m/dia, a uma profundidade média de 30 m, além de instalar os anéis de concreto que revestem o túnel do metrô.

A empresa MWH Brasil Engenharia e Projetos, que apresentou proposta de cerca de R$ 5 milhões, foi a vencedora da licitação para a elaboração dos estudos básicos do projeto, entre eles, de instalações hidráulicas, eletromecânicas, edificações, sistemas viário e fixos, ventilação e material rodante.

Segundo um estudo realizado pela secretaria da Infraestrutura, 57 é o número total de desapropriações que ocorrerão ao longo do traçado da Linha Leste. O trecho que liga a estação Papicu a HGF e o trecho da Estação Leonardo da Mota serão os mais afetados, somando nove desapropriações cada um.

Esquema de tuneladora Robbins; equipamento perfurará túneis da Linha Leste

O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) sobre as desapropriações mostra que o projeto da Linha Leste do metrô, conforme descrito no Plano de Reassentamento (PBA), adotará medidas que antecedem à posse definitiva dos imóveis pelo governo, por meio de pesquisas cadastrais, reuniões com a população diretamente afetada e lideranças comunitárias locais, além de programar o pagamento das indenizações estipuladas. Planos e ações governamentais devem levantar a questão da realocação das comunidades de baixa renda, para áreas reurbanizadas e em melhores condições que as atuais.

Fonte: Revista O Empreiteiro


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