Mercado de máquinas focaliza os 5 mil km de rodovias concessionadas

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Concessionárias privilegiam tecnologia e alta performance dos equipamentos

 

Augusto Diniz

 

As obras nos cinco trechos de rodovias concessionadas no ano passado transformaram-se em foco de mercado das empresas de máquinas, equipamentos e serviços que expuseram na Brazil Road Expo, realizada de 9 a 11 de abril em São Paulo (SP). Não é para menos. Os segmentos somam cerca de 4.250 km de estradas que deverão ser todas recuperadas, após reparos emergenciais, sendo que mais de 2.800 km passarão por trabalhos de duplicação. Trata-se de um novo ciclo de construção rodoviária no País, conduzido por operadoras privadas de estradas, que possuem histórico bem-sucedido na área.
 

O governo federal programou realizar o último leilão de rodovia federal, antes das eleições, no dia 23 de maio, com a concessão da BR-153 TO/GO. A iniciativa aumenta em 624,8 km as futuras obras no segmento rodoviário, sendo que 598,3 km deverão ser duplicados. “O setor privado continuará investindo sempre que houver condições adequadas”, afirmou durante o evento Ricardo Pinto Pinheiro, presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). “A participação expressiva de grandes grupos privados nas concessões realizadas em 2013 foi consequência de discussões ocorridas entre o poder público e a iniciativa privada”.

 

De acordo com a entidade, nas esferas estaduais, além do lançamento do edital da PPP para duplicação dos trechos de serra da Rodovia dos Tamoios, no litoral norte paulista, o governo do Paraná também iniciou a contratação, igualmente via PPP, do consórcio que administrará, por 30 anos, a rodovia PR-323, que tem 220 km. O projeto prevê investimentos da ordem de R$ 7,7 bilhões, segundo a ABCR. Outras iniciativas estão em avaliação no Mato Grosso, com a concessão de 387,8 km de rodovias estaduais, e ainda no Mato Grosso do Sul, envolvendo 11 estradas em um total de  950,8 km de segmentos.

 

No lado das obras rodoviárias vinculadas ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), José Alberto Ribeiro, presidente da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor), crê que o órgão deverá investir este ano entre R$ 12 bilhões e R$ 15 bilhões em trabalhos que envolvem construção e reforma de estradas federais.

 

No entanto, José Alberto demonstra preocupação com o valor referencial de insumos e serviços para contratação de obras de rodovias pelo Dnit. “O índice está defasado. Por conta disso, identificamos atualmente um número menor de empresas participantes nas licitações”, revela. O mercado afirma que a inflação chegou aos insumos rodoviários ao contrário dos preços administrados pelo governo. Segundo o presidente da Aneor, o assunto tem sido tratado dentro do órgão, mas ainda de forma lenta. 

 

A indústria e seus lançamentos

O presidente da Ciber, Luiz Marcelo Tegon, explica que o segmento de obras de rodovias concessionadas tende a investir em máquinas de alta performance porque tem enorme interesse em construir “rodovias duradouras já que os contratos são longos”. De acordo com o executivo, “a exigência técnica se eleva e busca-se o melhor aproveitamento do equipamento”. A necessidade de se duplicar pelo menos 10% da rodovia concedida antes de fazer a arrecadação de pedágio dos usuários, pressiona ainda mais as concessionárias por equipamentos eficientes.  

 

Pavimentadora Vögele “traço 3”

 

De olho nesse segmento, a Ciber, subsidiária no Brasil do Grupo Wirtgen, lançou na Brazil Road Expo a nova série de pavimentadoras asfálticas  Vögele “traço 3”. A máquina se destaca pelo menor consumo de combustível, é mais silenciosa, fácil manuseio e excelente padrão de qualidade no resultado.

 

Volvo Construction Equipment, apresentou no evento as novas vibroacabadoras sobre esteiras ABG5820 e ABG2820. A marca sueca afirma que elas fecham o portfólio de equipamentos rodoviários centrado no segmento de rodovias concessionadas.

 

Para entrar nesse mercado com custos mais compatíveis, Réus Rosa, diretor-geral da Bomag Marini Latin America, afirma que a empresa quer “finamizar” toda a sua linha de road building. Depois da aquisição pela empresa da fábrica de máquinas rodoviárias da Terex, as operações da Bomag passaram a ficar concentradas na unidade industrial de Cachoeirinha (RS). No Brazil Road Expo a marca expôs o novo compactador de solos de 12 t BW212 com fabricação em território nacional.

 

Pavimentadora de asfalto BF223, da Bomag

 

A Sotreq, dealer da Caterpillar no Brasil, levou à feira modelos das linhas de pavimentação e construção, como a carregadeira 938K, com novo motor Caterpillar C7.1 Acert e trem de força com gerenciamento de potência inteligente, e rolo compactador vibratório de solos CP54B com sistema Eco Mode para redução de consumo de combustível. “Estamos otimistas com o mercado de pavimentação neste ano e acreditamos que será significativamente melhor que em 2013”, disse Chrystian Garcia, gerente de Desenvolvimento de Mercados da Sotreq.

 

Atlas Copco apresentou no evento novos modelos da linha Dynapac para compactação e pavimentação, incluindo a moderna pavimentadora F2500C, que atinge larguras de trabalho de até 8,1 m – uma máquina talhada para as duplicações de pistas a ser executadas nas rodovias concessionadas.

 

Pavimentadora Dynapac F2500C

 

As chinesas XCMG Sany apresentaram suas linhas de produtos para o segmento rodoviário, incluindo motoniveladoras e rolos compactadores. Renato Torres, diretor da RRX Máquinas, dealer da XCMG, explica que é a primeira vez que a empresa participa da Brazil Road Expo e destaca a aceitação das máqu
inas da marca no mercado nacional.

 

Tigre-ADS, fabricante de tubos corrugados de polietileno de alta densidade (PEAD), levou a linha de produtos de drenagens para rodovias com alta rigidez estrutural, vedação 100% eficiente e instalação simples. 

 

 A Copagaz mostrou na feira as vantagens do uso do gás nas usinas de asfalto, com redução nos custos de manutenção, diminuição no consumo de energia elétrica e ganho de até 15% na produtividade.

 

ThyssenKrupp expôs soluções para cravação e retirada de estacas, como a estaca-prancha, que pode, dependendo dos casos, substituir as paredes-diafragma, além de possuir um sistema dinâmico de cravação e retirada — técnica destinada a trabalhos relativos a obras de arte.

 

A Gascom levou à feira as mais recentes versões de dois importantes equipamentos da marca: Pressolub (operações de abastecimento e lubrificação móvel) e Multiflex (realiza lavagem de grandes áreas, faz tratamento, umedece solo e realiza bombeamento de água), ambos essenciais para trabalhos de terraplenagem.

 

Tecnologia Evother de mistura asfáltica, da MWV

 

MWV trouxe inovadora tecnologia para mistura asfáltica morna, a Evother, que promove melhor compactação e adesão em temperaturas. Já a Maccaferri lançou sistema de contenção de revestimento MacSoil e também destacou outras tecnologias na área durante o evento.

 

Sistema de contenção da Maccaferri

Fonte: Revista O Empreiteiro


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