Modais terrestres preocupam mais a ABTP

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A infraestrutura portuária está melhorando no País?

Com a lei dos portos, o Brasil conseguiu começar a gerir de forma eficaz os terminais de portos. A lei, realmente, trouxe benefícios para o País e até para o setor. Posso afirmar que vivemos o melhor momento de importação e exportação. Numa recuperação surpreendente, a movimentação de cargas no Sistema Portuário Nacional (Portos Públicos e Terminais Privativos) alcançou 834 milhões de t, registrando um aumento geral de 13,8% (101 milhões de t) em relação a 2009, retomando a tendência anual crescente e ultrapassando em 8,6% a movimentação total registrada em 2008 (768 milhões de t).

Qual é o volume de investimento previsto para o setor?

De acordo com os dados levantados, os investimentos privados a serem realizados nos próximos cinco anos, tanto em terminais públicos quanto em terminais privativos, deverão atingir o expressivo montante de R$ 32 bilhões, sendo que R$ 26 bilhões em terminais privativos e R$ 6 bilhões em terminais localizados em portos públicos.

Qual a sua avaliação do Porto Sudeste, tendo em vista que este será um dos mais importantes do País?

Todos os portos têm seu grau de importância. Com uma localização privilegiada, o Porto Sudeste irá se beneficiar da infraestrutura de acesso terrestre e marítimo já existente. Sua integração com a ferrovia MRS permitirá que o Porto Sudeste atenda algumas das principais regiões mineradoras localizadas em Minas Gerais.

Quais os entraves do setor?

Sinceramente, minha preocupação são os modais terrestres. Melhorando as estradas e as ferrovias, facilitando esse transporte da fábrica até o consumo final, seja onde for, teremos condições de alavancar ainda mais o setor portuário. Estamos vivendo um momento muito importante na exportação e importação, mas a via terrestre freia esse desenvolvimento. A licença ambiental, em todos os modais de transporte, também atrasa um pouco. E, perceba, eu não sou contra as leis ambientes e ação para defender o meio-ambiente, eu sou contra a morosidade. Vale lembrar que se não avançamos, o consumidor será afetado diretamente, pois há aumento no valor final do produto.

Privatização dos portos é uma “água a navegar”?

Sim. A Lei de Modernização dos Portos (nº 8.630) é o melhor instrumento que se tem, hoje, para dar competitividade internacional aos portos brasileiros e deveria ser adotada como marco legal para todas as políticas públicas que venham a ser propostas no setor portuário. A Lei também criou condições para uma gestão mais democrática no setor, com a criação dos Conselhos de Autoridade Portuária (CAPs) e para a modernização das relações capital-trabalho, por meio dos Órgãos Gestores de Mão-de-Obra (Ogmos). Os portos que hoje dão conta dos 800 milhões de t estão capacitados, principalmente os da iniciativa privada. Este é um caminho a ser tomado, com certeza. Se quisermos crescer ainda mais, temos que deixar a sobreposição estatal.

OBRAS NOS PORTOS PARA COPA DE 2014

Porto

Valor aprovado PAC (jun/2010)
R$ milhões

Matriz de Responsabilidade

Nova Proposta (29/03/2011

Prazo das obras

Início das Obras

Conclusão das Obras

Prazo das obras

Início das Obras

Conclusão

das Obras

1

Rio de Janeiro – RJ

314,0

2 anos e 8 meses

Maio/2011

Dez/2013

2 anos e 9 meses

06/06/2011

09/03/2014

2

Santos – SP

119,9

2 anos

Dez/2011

Nov/2013

2 anos e 6 mês

08/11/2011

30/04/2014

3

Recife – PE

21,8

3 anos e 7 meses

Jun/2010

Dez/2013

1 ano e 4 meses

17/10/2011

17/02/2013

4

Natal – RN

53,7

1 ano e 9 meses

Fev/2012

Out/2013

1 ano e 2 meses

01/01/2012

28/02/2013

5

Mucuripe – CE

105,9

2 anos e 7 meses

Jun/2011

Dez/2013

1 ano e 10 meses

16/01/2012

30/11/2013

6

Salvador – BA

36,0

1 ano e 10 meses

Mar/2012

Dez/2013

1 ano e 5 meses

10/12/2011

09/05/2013

7

Manaus – AM

89,4

1 ano e 3 meses

Out/2012

Dez/2013

1 ano e 3 meses

10/01/2013

30/03/2014

TOTAL

740,7

Fonte: Secretaria Especial de Portos

Investimentos para a Copa

Segundo informações da Secretaria Especial de Portos, para a Copa do Mundo de 2014 estão garantidos R$ 740 milhões. Todavia, a Secretaria adverte que este valor poderá chegar até R$ 1 bilhão.

Os terminais que receberão investimento ficam nas cidades-sede litorâneas do Mundial no Brasil: Rio de Janeiro, Fortaleza, Natal, Manaus, Salvador e Recife.

Todas as obras ainda estão em fase de licitação. Contudo, os primeiros a receber atenção do governo serão os portos do Rio de Janeiro e Recife. A previsão é de que as obras estejam prontas em 2013, um ano antes do Mundial de futebol.

Fonte: Estadão


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