Muito além da produtividade

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Augusto Diniz – Passau (Alemanha)

Melhorar a produtividade é bandeira perseguida pela indústria de máquinas de construção desde sua criação. Nas últimas décadas, a redução de custos de produção de equipamentos também passou a ser preponderante por causa do aumento da concorrência neste mercado. Nos últimos anos, mais um item entrou na pauta: a necessidade de buscar avanço tecnológico que implique ao mesmo tempo menos consumo de combustível e mais alinhamento ao conceito global de sustentabilidade.


Ciente disso, a alemã ZF, uma das líderes mundiais no fornecimento para a indústria de máquinas de construção de sistemas de eixos e transmissão, além de módulos de câmbio e chassi, aposta na integração da alta produtividade, custo baixo e economia de combustível em seus produtos para atender as exigências atuais do mercado.

*Hermann Beck aposta nosmercados do Brasil, China e Índiapara continuar crescendo

Em encontro recente da empresa com a imprensa, clientes e funcionários, em sua sede de negócios voltados à indústria de veículos pesados, em Passau, Alemanha, Hermann Beck, vice-presidente da unidade de negócios de sistemas para máquinas de construção da ZF, citou como exemplo dos novos tempos a recém-lançada linha de transmissão automática da empresa, o ZFcPower. “A tecnologia assegura otimização da transmissão, gerando mais produtividade. Além disso, possibilita redução de consumo de combustível em comparação com as transmissões convencionais”, explica.

*Sistemas para máquinas de construçãoque reduzem consumo de combustível egeram alta produtividade são exigênciascada vez maiores do mercado

A empresa justifica que o aumento crescente do preço do combustível e a preocupação com a emissão de CO² impulsionam a demanda por mais eficientes sistemas de transmissão, que compõem o trem de força das máquinas. Em vários países e continentes a empresa tem se adaptado às legislações locais quanto à emissão de poluentes na atmosfera de máquinas de construção.

Foco no Brasil

Stefan Prebeck, diretor de Sistemas de Eixos e Transmissões Fora da Estrada da ZF do Brasil, expõe que nessa nova direção, de tornar os equipamentos mais eficientes, as soluções tecnológicas têm sido grandes aliadas. “O uso de software aplicado aos sistemas de transmissão, para torná-los automáticos, é uma realidade. Trata-se de uma necessidade do cliente (indústria de máquinas)”, afirma.


De acordo com Prebeck, a prática vem ao encontro do conceito de Total Cost Ownership —que se baseia na indicação total do custo desde a posse do produto pelo usuário até o seu descarte, o que inclui preço de aquisição e gastos de manutenção. Ele explica que o cálculo hoje de uso de máquina de construção pelo proprietário é pelo dinheiro gasto por km rodado, o que envolve despesas com o condutor e o combustível, entre outros itens. Por isso, justifica-se hoje a produção de equipamentos com um série de características que envolvam muito além da produtividade.
Silvio Furtado, gerente comercial da ZF do Brasil, ressalta que, no Brasil, isso se torna ainda mais preponderante porque “a taxa de ocupação de uma máquina é alta”.


O sistema de transmissão ZFcPower ainda tem sido utilizado na Europa de forma experimental em máquinas de construção. “O Brasil tem tecnologia igual à da Europa. O brasileiro está acostumado a trabalhar com equipamentos mais avançados”, ressalta Furtado sobre como o País deve receber em breve a nova tecnologia.


A ZF do Brasil tem ampliado seu foco no País. A empresa fornece componentes para empresas de máquinas de construção, mas deverá produzir eixos e sistemas de transmissão completos para atender o mercado local no ano que vem.

O responsável pela unidade, Stefan Prebeck, que está há três anos no Brasil, foi transferido da Alemanha para justamente fortalecer a linha de atendimento ao mercado de máquinas de construção.

Mercado global

*Prebeck informa que o Brasilproduzirá sistemas de transmissãocompletos para o setor deconstrução

O vice-presidente Hermann Beck indicou também durante o evento em Passau que há expectativa de forte crescimento da empresa na Índia e China. Neste último país, inclusive, estabeleceu parceria local com a LiuGong na produção de sistemas. Sobre o Brasil, a empresa projeta otimismo.


“China e Índia são grandes mercados, mas o Brasil possui potencial de expansão. O País tem investimentos em infraestrutura e um mercado crescente”, avaliou Hermann Beck. De acordo com a ZF, o Brasil se mantém na categoria de mercado potencial por ainda possuir um “volume tímido” de negócios na área de off-road. Mas a projeção é de expansão de dois dígitos no ano que vem.


No entanto, a ZF está preocupada com o desempenho do mercado europeu. O continente representa mais de 30% de seus negócios para a indústria de máquinas de construção. A empresa já admite queda dos resultados no segundo semestre em relação ao mesmo período do ano passado. “Os Estados Unidos apresentam início de melhora. A China apresenta queda, mas não preocupa. Já a Europa caiu muito”, expõe.


Em 2011, o faturamento da ZF alcançou € 15,5 bilhões (20% a mais em relação a 2010) – € 791 milhões foram provenientes da unidade de negócios de sistemas para veículos pesados. Em Passau, a empresa emprega 4 mil pessoas.


A ZF fornece componentes para escavadeira, retroescavadeira, niveladora, compactadora, caminhão basculante, empilhadeira, concreteira, entre outras máquinas. Entre seus clientes, estão empresas conhecidas no mercado brasileiro, como a Caterpillar, Doosan, Hamm, Hitachi, JCB, Liebherr, New Holland, Terex e Volvo, e outras que ainda não desembarcaram no País, como Hidrotek (Turquia) e Jungby (Suécia).

*ZF apresenta na Europa novosistema de transmissão


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