Novos trens da Linha 6-Laranja regeneram energia na frenagem

Novos trens da Linha 6-Laranja regeneram energia na frenagem

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Com produção nacional, os novos trens da futura Linha 6-Laranja do metrô de São Paulo contam com uma tecnologia que transforma energia do movimento em eletricidade reaproveitável. Os primeiros modelos, fabricados pela Alstom Brasil, na cidade de Taubaté (SP), já começaram a ser entregues. Aliás, eles vão operar no trecho entre o bairro da Brasilândia, na zona norte da capital paulista, e a Estação São Joaquim, na região central da cidade. A operação do ramal está prevista para começar a operar no segundo semestre de 2026.

Segundo a diretora-geral da Alstom Brasil, Suely Sola, os trens têm sistema de frenagem regenerativa que permite recuperar parte da energia usada no trajeto. “Cerca de 50% da energia utilizada pode ser regenerada em condições típicas de operação”, afirma Suely. O processo ocorre principalmente durante a frenagem. Portanto, a energia cinética que seria perdida em forma de calor é convertida em eletricidade por inversores com até 99% de eficiência. Sistema semelhante é usado nos automóveis elétricos atuais.

Essa energia retorna para a rede elétrica da catenária (linha aérea) que alimenta o sistema. Ou seja, outros trens podem utiliza-la para fazer a aceleração. “É como se a energia fluísse de um trem que está freando para outro que está ganhando velocidade”, explica. Se não houver outro trem próximo consumindo energia, o excedente é dissipado internamente nos próprios trens, por meio de resistores. Além disso, a tecnologia reduz o desgaste de componentes mecânicos. “A frenagem regenerativa prolonga a vida útil dos freios e diminui os custos de manutenção”, pontua Suely. Por isso, o projeto é certificado com selo AST-Infra, que reconhece soluções sustentáveis em infraestrutura.

Suely Sola – diretora-Geral da
Alstom Brasil

TECNOLOGIA DOS NOVOS TRENS

Ao todo, serão entregues 22 trens para a futura linha de metrô com seis carros cada, totalizando 132 carros. Os veículos são de aço inoxidável, material mais leve e resistente do que o aço carbono. Aliás, isso também contribui para o menor consumo de energia. Os primeiros trens já estão em fase de testes no Pátio Morro Grande, na zona norte da capital paulista.

Além do reaproveitamento de energia, os trens trazem inovações em conforto e acessibilidade. Entre os destaques estão: condução automática, ar-condicionado, câmeras de vigilância e intercomunicadores acessíveis a pessoas em cadeira de rodas. De acordo com a empresa, cada trem tem capacidade para até 2.044 passageiros; as composições têm foco em ergonomia, conforto térmico e visual moderno.

SOBRE A LINHA 6-LARANJA

A Linha 6-Laranja é conhecida como “linha das universidades”, por atender diretamente sete instituições de ensino superior. A expectativa é que o novo ramal transporte cerca de 630 mil pessoas por dia. Dessa forma, apresentará redução de até 1h no tempo de deslocamento entre a zona norte e o centro da cidade.

A obra é da concessionária Linha Uni, em parceria com o Governo de São Paulo, sob coordenação da Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI). A escavação dos túneis terminou em fevereiro de 2025, e a fase atual inclui instalação de trilhos, sistemas e testes com os trens. A construtora responsável é a Acciona.

ESTÁGIO DAS OBRAS

As obras da futura Linha 6-Laranja do metrô de São Paulo avançaram e atingiram o marco de 61,83% de progresso físico, conforme divulgado pela concessionária LinhaUni (Acciona), responsável pela construção e operação. A previsão é que o ramal, que ligará as zonas norte e oeste ao centro da cidade, seja inaugurado parcialmente até o final de 2026, no trecho entre Brasilândia e Perdizes. O percurso restante até São Joaquim, por conseguinte, tem inauguração prevista em 2027.

Entre as estações mais adiantadas estão as de Perdizes, Água Branca e Santa Marina. Já foram instalados 19 km de trilhos ao longo do traçado da linha, que conta com 15 estações e, além disso, 15,3 km de extensão operacional. A expectativa é que, assim, a linha atenda 633 mil passageiros diariamente, reduzindo a 23 minutos o tempo necessário para vencer o trajeto que exige hoje uma hora e 30 minutos de ônibus.

A Linha 6 fará integração com outras três linhas, inicialmente: a Linha 1-Azul, do Metrô de SP, na Estação São Joaquim; a Linha 4-Amarela, da ViaQuatro, na Estação Higienópolis-Mackenzie; e com os trens suburbanos da Linha 7-Rubi, operados pela CPTM (e que serão assumidos pela concessionária TIC Trens em novembro deste ano), na Estação Água Branca. Há planos para transformar esta última em um ‘hub’ de transportes, ponto final dos dois trens intercidades que ligarão a cidade de São Paulo até Campinas e Sorocaba, a serem operadas pela concessionária TIC Trens, além de parada das Linhas 8-Esmeralda e 9-Diamante, da Via Mobilidade, e da Linha 3-Vermelha, do Metrô de SP.

CONFIRA O AVANÇO FÍSICO DE CADA ESTAÇÃO:

Estação Brasilândia: 72,43%
Estação Maristela: 43,29%
Estação Itaberaba-Hospital Vila Penteado: 55,39%
Estação João Paulo I: 73,17%
Estação Freguesia do Ó: 69,44%
Estação Santa Marina: 81,42%
Estação Água Branca: 81,67%
Estação SESC-Pompeia: 70,60%
Estação Perdizes: 82,42%
Estação PUC-Cardoso de Almeida: 67,87%
Estação FAAP-Pacaembu: 52,97%
Estação Higienópolis-Mackenzie: 54,40%
Estação 14 Bis – Saracura: 15,33%
Estação Bela Vista: 61,61%
Estação São Joaquim: 58,63%


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