O futuro em jogo

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Marcos Túlio de Melo

Ao reduzir o IPI de materiais de construção, o governo federal conseguiu diminuir o impacto da crise financeira mundial na indústria nacional da construção civil, mas a retomada do desenvolvimento do setor continua dependendo em muito da implementação de programas como o "Minha Casa, Minha Vida", do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e das expectativas para as obras de infraestrutura nas doze capitais que vão sediar os jogos da Copa de 2014.
O quadro demanda cuidados. Segundo dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego do Ministério do Trabalho, a geração de novos postos de trabalho no setor teve uma redução de mais de 50% no comparativo do primeiro quadrimestre de 2008 com o mesmo período de 2009. Foram cerca de 130 mil novas vagas em 2008 e apenas 61 mil neste ano. O consumo nacional de cimento teve uma pequena elevação, comparando o primeiro trimestre do ano passado com o primeiro deste ano, passando de 11,5 milhões de toneladas para 11,7 milhões de toneladas no mesmo período de 2009. No setor de aços laminados longos, no entanto, o consumo caiu quase pela metade, de 2,8 mil t para 1,5 mil t, comparando-se os primeiros trimestres do ano em curso com o do ano passado (dados do IBGE/CBIC).
Devido à sua importância estratégica do ponto de vista socioeconômico, em função do seu amplo efeito multiplicador, sedimentado pela sua vasta cadeia produtiva, e ação de seus produtos típicos (habitação, saneamento básico e infraestrutura), a construção brasileira não pode prescindir de taxas positivas de crescimento, uma vez que impulsiona todo o desenvolvimento da economia.
Mas, ao mesmo tempo, empresas e seus profissionais da engenharia e da arquitetura não podem ficar apenas torcendo pelo sucesso de programas governamentais. Os desafios apontam também para a necessidade de buscar na inovação tecnológica um caminho para o crescimento do setor e para o desenvolvimento sustentável do País.

Marcos Túlio de Melo é presidente do Conselho Federal de

Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea)

Fonte: Estadão


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