Luiz Carlos Botelho*
O ano de 2014 foi especialmente difícil para a construção civil e para o setor imobiliário. Com imóveis em oferta, os empresários mantiveram seu desempenho fortalecido pelo recuo de lançamentos. A economia nacional seguiu em crise e o segundo governo da presidente Dilma entrou o ano com forte descontentamento popular, sobretudo depois do anúncio de que o ajuste fiscal seria inevitável.
Vieram novas manifestações populares, ainda maiores que as de junho de 2013. Desta vez, o foco era o fim da corrupção, a punição para os envolvidos na Operação Lava Jato e o impeachment da presidente. No Distrito Federal, a conjuntura econômica também não é animadora: o governador Rodrigo Rollemberg enfrenta uma crise financeira sem precedentes deixada por seu antecessor, com dificuldades até para arcar com os compromissos da folha salarial dos funcionários públicos.
Mas, mesmo assim, com o cenário economicamente desfavorável, o setor da construção civil tem a expectativa de que o mercado imobiliário, cuja retomada de tendência reativa melhore, encontre em 2015 um ano de ajustes, com o crescimento gradual e seguro das vendas. Não teremos um “boom”, é claro, até porque, no momento, há uma constrição econômica no País. Mas será um momento de revitalização do mercado.
Acreditamos que, mesmo com as dificuldades enfrentadas hoje, as empresas saberão adaptar-se às novas condições de crédito e às possibilidades financeiras que a economia trará ao setor produtivo. Como resultado positivo, teremos um mercado que especule menos e seja mais confiável. Os consumidores, prudentes, irão optar pela compra de apartamentos mais compatíveis com seus orçamentos domésticos.
Com a venda das unidades em oferta, já alcançamos o equilíbrio entre imóveis e clientes. A partir daqui, se o governo não atrapalhar o setor produtivo e o cidadão, seguiremos, avançando. Vamos recuperar a vitalidade do setor, que é o maior gerador de emprego e renda do DF.
*Luiz Carlos Botelho é presidente do Sinduscon-DF
Fonte: Redação OE