Participação na geração elétrica no Brasil deve dobrar até 2023

Compartilhe esse conteúdo

A participação da força dos ventos no total de energia gerada no sistema nacional deve dobrar nos próximos sete anos. Em 2023, essa matriz energética pode atingir 19% do total do sistema, ante os 6% atuais, de acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia, divulgado pelo Ministério de Minas e Energia. “Atualmente, a capacidade eólica instalada é de 9,77 GW, com 360 usinas. Ao final de 2019, a projeção é que chegue a cerca de 19 GW”, afirma a presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum.
 
Segundo ela, é importante destacar que esses números referem-se ao montante de potência eólica contratado em todos os leilões dos quais a fonte já participou. “Com novos leilões, essa curva vai continuar subindo”, explica.
 
De acordo com a entidade, no ano passado, foram investidos cerca de US$ 5 bilhões no setor, e mais de 11 milhões de residências receberam, mensalmente, energia elétrica proveniente de fontes eólicas. “Tivemos 33 milhões de pessoas abastecidas por fonte eólica no ano passado”, calcula. De 2006 a 2015, o investimento acumulado foi de US$ 28,13 bilhões, nas contas da Abeeólica.
 
Nos últimos anos, o setor vivenciou um salto tecnológico. Também cresceu o número de fabricantes nacionais de aerogeradores e de componentes da cadeia produtiva. Hoje, as máquinas instaladas têm capacidade de 3 MW, contra apenas 1 MW dos primeiros equipamentos. Outro fator de melhoria da eficiência foi o aumento da altura das torres e do comprimento das pás dos aerogeradores. Saltaram de 80 m para até 150 m de altura, e de 50 m para até 65 m de comprimento. “Torres mais altas captam vento mais uniforme e constante para a geração de eletricidade”, explica a executiva. E com pás mais longas, a captação do vento é ainda mais eficiente.
 
Elbia Gannoum ressalta que o problema no passado recente de parques eólicos aptos a operar, mas sem interligação com o sistema nacional de energia, está quase superado.
 
Ela aponta o descompasso entre cronograma de obras dos parques eólicos e as linhas de transmissão como o motivo do problema. “Parte da solução desta questão se deve a um adequado planejamento das obras de infraestrutura e também à inclusão do assunto ‘conexão’ no edital de alguns leilões, de forma que os projetos vencedores destes certames tenham conexão em áreas próximas geograficamente”, menciona. Atualmente, apenas 15 parques estão ainda sem conexão, representando 377,5 MW, informa a Abeeólica.

 


Compartilhe esse conteúdo

Deixe um comentário