Ponte adota sistema construtivo misto

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A solução estrutural estudada para essa ponte é considerada simples e previu o uso de vigas metálicas biapoiadas, formando um tabuleiro com 15 m de largura, com duas faixas de tráfego de 3,6 m, dois acostamentos com 2,4 m e dois passeios com 1,5 m.

A diretoria de engenharia da Ottimiza Engenharia, com sede no Rio de Janeiro, responsável pela elaboração do projeto da estrutural, informa que, para atender ao comprimento da obra, e utilizar vigas que o contratante tem em estoque, o esquema de vãos é composto por 5 tramos biapoiados: os de extremidade com 20 m de vão e, os centrais, com 30 m, somando os 130 m da transposição.

A seção transversal é composta por seis vigas metálicas ligadas por transversinas a cada 5 m e pela laje de rolamento. As vigas são perfis soldados, reforçados de modo a aproveitar as peças existentes. O reforço de estruturas metálicas é simples e, nesse caso, foram adotadas chapas de 400 x 12,5 mm soldadas à mesa superior que tinha 250 x 12,5 mm e chapas de 600 x 19 mm soldadas à mesa inferior, de 450 x 19mm. A chapa de alma manteve-se como no projeto original.

A laje de rolamento é em concreto armado, trabalhando em conjunto com a viga metálica como um sistema misto. Pode ser concretada parcialmente no local sobre pré-lajes, com armadura incorporada. Deste modo, nos vãos centrais da laje não há necessidade de escoramentos.

O balanço da laje é apresentado no projeto básico com duas alternativas. Numa delas, a tradicional, é adotado o padrão dos vãos internos, também podendo ser usadas pré-lajes. Na alternativa com maior apelo estético – pois sua forma dá a sensação de maior esbeltez das vigas – ocorre um rebaixamento na laje, obrigando a uma concretagem no local. Esta segunda opção, mais adequada a meios urbanos, também permite a passagem de um maior numero de tubulações pelo passeio rebaixado e resolve um problema crônico de estética e manutenção em viadutos urbanos, pois permite a canalização das tubulações de drenagem da pista.

Os acessórios, como guarda corpos foram projetados de modo a possibilitar não só a passagem de cabos pelo passeio, como também proporcionar uma iluminação com faixas de luz embutidas nos perfis “U” que formam o guarda corpo.

A meso-estrutura

A meso-estrutura foi definida buscando-se uma solução tecnicamente correta, que tivesse também um apelo estético, uma vez que são os seus elementos que ficam no nível dos usuários, principalmente no caso de obras urbanas. Deste modo, a partir de uma solução técnica tradicional, buscou-se a racionalização da construção, desenvolvendo-se um sistema construtivo com um vocabulário geométrico compatível com o desenho de algumas peças estruturais e acessórios, que pode variar de acordo com a localização da obra e sua importância geográfica e social.

Dentro desse princípio, adotam-se pilares com forte presença. São moldados in loco e admitem variações de desenho dentro da mesma concepção geométrica e variação estética. No caso da ponte em questão, os pilares apresentam vazios na sua forma.

Aspecto do pilar adotado

Os apoios extremos são encontros tradicionais em concreto armado, que apóiam as vigas principais e servem de arrimo para os aterros de acesso. As fundações foram projetadas em estacas-raiz, com diâmetro de 31 cm, com 12 estacas por pilar e 12 em cada encontro.

De acordo com as sondagens fornecidas, a previsão de profundidade das estacas é de cerca de 14 m, devendo tal dimensão ser confirmada no local, na ocasião da cravação.

Na região da ponte, o rio foi retificado em cerca de 10 m para cada lado da obra, adotando-se gabiões tipo colchão para a regularização do canal e proteção das margens.

Fonte: Estadão


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