Fábrica de Escolas usa pré-moldados para construir prédios em menos de 12 meses

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O programa se destina à criação de 136 unidades de ensino, que estão sendo instaladas nas zonas Norte e Oeste da cidade

Augusto Diniz – Rio de Janeiro (RJ)

O programa Fábrica de Escolas do Amanhã, anunciado pela prefeitura do Rio de Janeiro há dois anos, prevê a entrega, até 2016, de 136 novas unidades de ensino na cidade. Os estabelecimentos estão sendo instalados nas zonas Norte e Oeste da cidade – bairros da Ilha do Governador, Vargem Grande, Bangu e Nova Sepetiba -, sendo 34 localizados em áreas pacificadas.
 

Algumas unidades já estão em funcionamento. Os lotes das obras estão divididos entre as construtoras Odebrecht, Carioca Christiani-Nielsen, OAS e Zadar.

Victor Rodrigues: Planejamento         Raphael Costa: Falta de espaço
na entrega dos pré-fabricados            nos canteiros exige logística

Victor Rodrigues Pessoa, engenheiro de produção da Odebrecht, explica que cada escola é uma sequência de trabalho. “Precisamos fazer planejamento de entrega, seguindo prioridades, para atender todos os canteiros”, conta ele. Os canteiros estão localizados em bairros populosos e em terrenos com limitada área livre disponível.

Estrutura é montada de baixo para cima; já a consolidação se processa de cima para baixo

O engenheiro é responsável pelo canteiro industrial da construtora, onde são produzidas as sapatas, vigas e pilares pré-fabricados – as lajes alveolares são feitas por dois fornecedores que levam as peças diretamente aos canteiros. O local funciona dentro da antiga fábrica de pré-fabricado da Faulhaber, às margens da avenida Brasil, em Bangu. A unidade possui duas usinas de concreto.

É de lá que são enviados os elementos préfabricados para 28 canteiros sob responsabilidade da construtora – atualmente, há 17 unidades escolares em obra pela empresa; 11 outras restantes do lote da Odebrecht começam a ser construídas no segundo semestre.

Construção da estrutura com auxílio de guindastes começa por onde há acesso no terreno

Cada unidade, de dois ou três andares, leva dez meses para ficar pronta, em média, da terraplenagem à entrega. O procedimento de construção envolve fundação, posicionamento dos pré-fabricados e painéis termoacústicos divisórios, instalações eletromecânicas, acabamento e urbanização, incluindo paisagismo, áreas de esporte e lazer e parques. A fachada-padrão é composta de brise metálico.

“A montagem é de baixo para cima e a consolidação (união das estruturas), de cima para baixo”, explica Raphael Costa, engenheiro responsável por cinco canteiros. O piso é concretado in loco, depois da estrutura pronta, para facilitar circulação de máquinas e equipamentos durante os trabalhos.

A metodologia das obras é a mesma, mas a forma de realização depende da logística. As escolas em construção não têm espaço para estoque de materiais.

Ele explica que a execução das estruturas pode acontecer a partir dos extremos ou do centro do terreno. “Tudo depende do acesso.”

Na construção da escola de Inhoaíba, a unidade com obras mais adiantadas do lote da Odebrecht, Raphael conta que foram usados dois guindastes para auxiliar a montagem da estrutura, com envolvimento de 60 operários no pico. Esta escola, de três pisos, terá 24 salas para atender 840 alunos.

As obras do lote da Odebrecht, abrangendo também o bairro de Bangu e no valor de R$ 346,4 milhões, começaram em junho de 2014, e a entrega de todas as 28 unidades prontas deve acontecer ao longo do ano que vem. Neste lote, existem 600 operários trabalhando. 

Outros lotes da Fábrica de Escolas

No lote de Nova Sepetiba, a Carioca Christiani-Nielsen é responsável pela construção de 40 unidades, no valor de R$ 498.671.195,85.

No lote da Ilha do Governador, a OAS é responsável pela construção de 24 unidades, no valor de R$ 328.684.657,82.

No lote da Vargem Grande, a Construtora Zadar é responsável pela construção de 16 unidades, no valor de R$ 214.453,171,12.

*Há unidades escolares ainda a ser licitadas dentro do programa, totalizando 136 unidades construídas.

Pré-fabricados

A produção de pré-fabricados na Faulhaber para o projeto Fábrica de Escolas começou no final de outubro. Mais de 50% dos elementos já saíram da unidade industrial.

As sapatas têm variação de tamanho entre 130 cm x 130 cm até 320 cm x 320 cm, com 1,95 m de profundidade. Já os pilares possuem de 7 m a 13 m, com 2 até 4 consoles. Existem 24 tipos de vigas. A fábrica chegou a produzir no pico, em um dia, 15 sapatas, 41 vigas e nove pilares.

As lajes alveolares, que são produzidas por fornecedores da construtora (Incopre e Cassol), têm padrão de 1,25 m de largura por 15 cm de espessura, com comprimento variável. Os pré-fabricados já vêm adaptados para receber instalações elétrica e hidráulica, os chamados elementos passantes.

Para as 28 unidades do lote da Odebrecht, no total, serão utilizadas 7.838 peças pré-fabricadas.

O painel termoacústico é feito de parede dupla, com lã de rocha no centro, entre as paredes, com passagem de instalações hidráulica e elétrica. A montagem dos painéis processa-se após a realização do piso térreo. A empresa fornecedora é a MBP Metalúrgica. São 66 mil m² de painéis.

As escadas e rampas são metálicas, já o poço do elevador é concretado in loco – nas escolas, instala-se escada e elevador ou escada e rampa para mobilidade.

Fonte: Redação OE


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