Paulo Godoy*
Quando a Petrobras confirmou a descoberta de grandes reservas de petróleo e gás na camada pré-sal da costa brasileira em 2008, o Brasil se viu diante da oportunidade de se tornar um dos maiores produtores de óleo e gás e possivelmente, fornecedor mundial de bens e serviços para esse mercado.
Esta oportunidade ímpar, entretanto, vem de mãos dadas com a responsabilidade de se estabelecer uma articulação que envolva toda a cadeia produtiva, de integradores a fornecedores de bens e serviços, para preparar a indústria nacional para atender de maneira eficaz e eficiente todas as demandas que surgirão e seja possível tornar essa perspectiva de desenvolvimento em realidade.
Há fatores essenciais para que isso ocorra: incrementar o treinamento de mão de obra em diversos níveis profissionais e de fornecedores, desenvolver instrumentos financeiros que ofereçam condições plenas para a cadeia produtiva, equipar e atender as encomendas do pré-sal e modernizar a logística voltada às operações e atividades exploratórias.
A exploração do pré-sal trará impactos muito positivos diretos para a cadeia produtiva do setor, mas também indiretos para outras áreas de infraestrutura, na medida em que será necessário expandi-las para suportar as operações mais intensas nas localidades nas quais os investimentos voltados ao pré-sal serão feitos.
Os ganhos não serão imediatos e a geração e distribuição de renda dependem do acerto dos modelos, regras, medidas e instrumentos que empresas e autoridades precisam elaborar. Contudo, mesmo com todas as ações pela frente, as reservas devem colocar o Brasil em outro patamar de desenvolvimento em poucas décadas.
*Paulo Godoy é presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib)
Fonte: Estadão




