Programa levanta recursos para etapa de três milhões de novas unidades

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O governo federal lança em breve a terceira fase do programa habitacional Minha Casa Minha Vida (MCMV), com o objetivo de contratação de três milhões de novas moradias até dezembro de 2018.

Questionado se os cortes no orçamento anunciados no final de maio poderiam afetar os planos, o Ministério das Cidades, que coordena o programa, afirma que a meta “está mantida”. O contingenciamento nas verbas destinadas à pasta foi o maior entre os ministérios, representando uma redução de R$ 17,2 bilhões, o equivalente a quase um quarto do total de cortes (R$ 69,9 bilhões).

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Ainda assim, o ministério não vê risco ao programa. “O perfil das obras é de longo prazo e não haverá interrupção, mas, sim, alongamento de prazos que serão compensados nos anos seguintes com a retomada do crescimento e os efeitos positivos do ajuste fiscal”, anunciou o Ministério das Cidades, em nota.

O MCMV foi lançado em 2009 e no primeiro ano cumpriu a meta de entregar 1 milhão de unidades habitacionais. A segunda etapa, entre 2010 e 2014, tinha expectativa de construir outros 2 milhões de habitações, mas até o início de junho as duas fases do programa tinham disponibilizado juntas 2,265 milhões de unidades.

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Os cinco Estados que mais tiveram habitações contratadas dentro do programa são, pela ordem, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná.

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Quarta faixa de renda

Entre as mudanças em discussão para a terceira etapa está a criação de uma quarta faixa de renda das famílias atendidas, intermediária entre a primeira e a segunda já existentes. Atualmente, há três faixas de renda para os imóveis urbanos. Famílias com rendimentos de até R$ 1.
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600 por mês podem fazer financiamentos de 120 meses, com prestações mensais mínimas de R$ 25 e máximas equivalentes a 5% da renda bruta. Assim, o subsídio governamental pode chegar a 96% do valor do imóvel – não é preciso dar entrada, o beneficiário só começa a pagar após receber a unidade.

A segunda faixa é válida para famílias que recebem de R$ 1.600 a R$ 3.275 mensais, em que a prestação mensal não pode superar 30% do rendimento obtido no mês, e o prazo de financiamento pode chegar a 360 meses. O subsídio máximo do governo é de R$ 25 mil e, dependendo do financiamento, é necessário entrada.

A terceira faixa é válida para famílias que ganham entre R$ 3.275 e R$ 5.000 mensais. Nesse caso não há subsídio, o benefício do programa está em oferecer taxas de juros mais baixas que as de mercado e é exigida entrada.

A quarta faixa viria para atender famílias que têm renda pouco acima do limite de corte inicial (R$ 1.600 mensais), mas ao mesmo tempo encontram dificuldades de obedecer as condições do segundo patamar – em especial nas grandes cidades. Assim, seria estabelecida uma banda intermediária, para os grupos familiares com rendimento entre R$ 1.
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500 e R$ 2.200 por mês.

A terceira fase do Minha Casa Minha Vida também pode atender a uma demanda das construtoras e da classe média, elevando o valor máximo dos imóveis financiados dentro do programa através do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para R$ 300 mil. Atualmente, o teto é de R$ 190 mil, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Inadimplência

Um problema extra ao programa neste ano tem sido o aumento da inadimplência, especialmente na faixa 1, que recebe o maior subsídio do governo. Ao final de março, 21,8% dos cadastrados no Minha Casa Minha Vida com renda familiar até R$ 1.600 mensais estavam com as prestações em atraso por mais de 90 dias, em comparação a 17,5% em abril de 2014.

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Para as famílias com rendimento acima disso e limitado a R$ 5 mil mensais, o atraso também cresceu, embora a proporção de atrasados seja bem menor – era de 1,9% dos participantes do programa em abril de 2014 e passou para 2,2% em março passado.

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A explicação para a diferença é simples: os imóveis das faixas 2 e 3 podem ser retomados se os beneficiários não pagarem suas mensalidades, o que não ocorre com os da faixa 1.

Fonte: Redação OE


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