Rede de esgoto chega apenas para 2,5% dos paraenses

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  • Estado amplia investimentos, mas universalização é sonho muito distante

População total: 7,5 milhões de habitantes (143 municípios)
Participação do estado no PIB nacional (2009): 1,8%
47% da população com água tratada
2,5% da população com coleta de esgoto
2,2% do total do esgoto coletado é tratado

Fonte: IBGE e SNIS 2010.

Com R$ 148,1 milhões, o Pará ocupa a 14ª posição do investimento em saneamento básico, entre todos os estados brasileiros, de acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento 2010 (SNIS). Há rede de água tratada para menos da metade da população (47%) e rede de esgoto para apenas 2,5% dos paraenses.

Para ter uma ideia da complexidade do problema do saneamento no estado, havia 77,8 mil domicílios particulares permanentes sem banheiro e sem sanitário. Do 1,370 milhão de domicílios com banheiro de uso exclusivo, apenas 183,2 mil deles tinham esgotamento sanitário via rede. Os dejetos de 185 mil domicílios particulares permanentes iam diretamente para uma fossa rudimentar, de 77 mil para a vala e de outros 17 mil para o rio, lago ou mar. Os dados são do Censo Demográfico 2010, do IBGE.

No Ranking do Saneamento do Instituto Trata Brasil, com os 100 municípios brasileiros mais populosos, Belém, Santarém e Ananindeua ocupam posições modestas: 95ª, 96ª e 97ª, respectivamente.

Sua empresa estadual da área, a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), está presente com água tratada em 57 municípios e com esgotamento sanitário só na capital Belém. Outros quatro municípios, Marabá, Castanhal, Marituba e Santarém, estão em obras para ganhar rede de esgoto. A elevação dos investimentos do Pará no setor, nos anos recentes, de menos de R$ 20 milhões para cerca de R$ 150 milhões anuais, é sinal, ao menos, de que o saneamento entrou na pauta política. Agora, é preciso avançar.

Emissário

Uma das principais intervenções de saneamento no estado se dá em Marabá, município com cerca de 200 mil habitantes. O objetivo, ali, segundo a Cosanpa, é a ampliação do sistema de água e a implantação do sistema de esgotamento sanitário. Para a pretendida universalização do serviço de água na cidade, está em construção uma adutora com 2,3 km, uma estação de tratamento, uma estação elevatória de água tratada, um reservatório elevado (com a revitalização de outros dois) e uma rede de distribuição com 63 km, para 5,9 mil novas ligações. Para o esgotamento de Marabá, trabalha-se por um emissário com 2,5 km, uma estação de tratamento, uma linha de recalque com 4,7 km e uma rede coletora com 88 km, para 13,9 mil ligações. As obras de ampliação do abastecimento de água chegam a 41% do total, com prazo de término marcado para março do ano que vem. As intervenções por esgotamento somam um quarto do total (24%), com data prevista de conclusão em dezembro de 2013.

Destaque também para as obras de ampliação do abastecimento de água e implantação da rede de esgoto em Altamira, município sede da futura usina hidrelétrica de Belo Monte. As obras fazem parte das contrapartidas assumidas pelo consórcio construtor de Belo Monte. Entre os itens de serviços por mais água tratada, está a construção de mais uma estação de tratamento e de mais 40 km de rede de distribuição, para mais 1,4 mil novas ligações. Prazo de conclusão: janeiro do ano que vem.


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