Está chegando a hora de contabilizar as despesas produzidas para o antes, durante e o depois do Rio+20. Toneladas de papéis, viagens aéreas e terrestres pelos quatro cantos do mundo, hotéis, gastos com segurança particular e oficial, cafezinho, almoços, jantares. Despesas com organizações de entidades, pessoal de apoio, e deslocamentos de chefes de Estado, de manifestantes, vide mulheres com os peitos de fora, índios exibindo arco e flecha e outras representações naturais ou exóticas. No final, vem a indagação: Para quê?
A diplomacia considera que houve avanços com o texto genérico sobre O futuro que queremos. Ocorre que o futuro que queremos, a depender desse evento, é como aquela difusa linha do horizonte, que sempre se afasta de nós, na medida em que procuramos nos aproximar dela. Tanto é, que as decisões ou definições quanto a fundos de financiamento e projeções para a melhoria das condições futuras do planeta, por conta da poluição da atmosfera, rios, lagos e mares, foram postergadas. Deverão voltar a ser discutidas em 2014 e 2015. E, de lá, serão jogadas mais um pouco para diante e, assim, sucessivamente, até que a finalidade original do documento seja colocada para as calendas.
Alguns dos participantes estão achando que a Rio+20 retrocedeu. Retornou ao patamar em que se deu a reunião do Rio 1992. E retrocederia ainda mais, não fossem alguns gritos coletivos ou isolados de protesto.
De prático mesmo sobram os problemas comuns do dia a dia, aqui ou alhures. Citemos apenas um deles: a reforma da praça Roosevelt, contratada há dois anos por R$ 37 milhões, deverá chegar a R$ 66 milhões. Por enquanto.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira