Rubens Paiva é lembrado por sua atuação política e pelo trágico fim durante a ditadura militar, mas sua formação e atuação na engenharia civil ainda são pouco conhecidas do público geral. Sua história reflete a conexão entre técnica, cidadania e compromisso com o futuro do Brasil.
Formação e engajamento político
Nascido em Santos (SP), Rubens Paiva formou-se engenheiro civil pela Universidade Mackenzie em 1954. Desde jovem, esteve engajado em movimentos políticos como a campanha “O petróleo é nosso” e o movimento estudantil.
Em 1962, foi eleito deputado federal por São Paulo pelo PTB, mas teve o mandato cassado dois anos depois com o golpe militar.
Exílio e retorno ao Brasil
Com a cassação, Paiva exilou-se por nove meses na Iugoslávia e França. Insatisfeito com a vida no exterior, decidiu retornar ao Brasil — em um gesto simbólico, surpreendeu a família ao desembarcar em São Paulo sem aviso prévio.
Atuação na engenharia e imprensa
Rubens Paiva dirigia duas empresas de engenharia: a Geobrás e a Paiva Construtora. Também atuou no campo editorial, fundando o Jornal de Debates e chegando a dirigir o Última Hora ao lado de Fernando Gasparian.
Prisão e morte
Suspeito de manter contato com exilados políticos, Paiva foi preso no dia 20 de janeiro de 1971 e assassinado no dia seguinte nas dependências do DOI no Rio de Janeiro. Seu nome hoje batiza locais públicos em Santos e no Rio, mas sua história na engenharia permanece apagada.
Um legado que precisa ser resgatado
Rubens Paiva foi um engenheiro que enxergava o futuro do Brasil com profundidade. Seu pensamento avançado e sua atuação política foram violentamente interrompidos. Resgatar sua memória como profissional da engenharia é também fazer justiça a um legado inacabado.