Sabesp faz balanço após um ano de privatização – e mais de R$ 10 bi investidos

Sabesp faz balanço após um ano de privatização – e mais de R$ 10 bi investidos

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Há quase um ano à frente do plano que é visto como o mais ambicioso do setor de saneamento, como CEO da Sabesp, Carlos Augusto Piani acredita que a companhia deve cumprir a primeira meta anual estabelecida no plano de universalização e tirar da frente o risco de multa nesse período.

Completando 12 meses da privatização, a Sabesp adicionou 874 km de redes, sendo 567 de água e 307 de esgoto. Bateu a meta para água tratada, alcançando mais 1,32 milhão de pessoas, o que representa 111% do objetivo de 2025 e adicionou 1,37 milhão de habitantes à rede de coleta de esgoto, com 86% da meta anual cumprida em junho, conforme dados divulgados no mercado. Está em linha com o cronograma no tratamento de esgoto (51% da meta, representando 1,43 milhão de pessoas), considerado o mais desafiador justamente porque demanda grandes estações de tratamento que demandam investimentos plurianuais.

“O desafio inicial era colocar a cadência necessária para atingir a universalização em 2029, já que são metas muito difíceis e fazer tudo ao mesmo tempo nessa escala é bastante complexo”, diz Piani. “Mas o ritmo de investimento e execução nesse primeiro ano dá otimismo de que vamos chegar lá. Está tudo caminhando para a entrega do que foi acordado.

São mais de 500 canteiros de obras atualmente, com R$35 bilhões de projetos contratados. O volume de investimentos no primeiro semestre saltou 137% na comparação anual, a R$6,5 bilhões, totalizando quase R$11 bilhões desde a privatização. A estimativa é que o plano total de universalização demande mais de R$60 bilhões.

As metas de rede da Sabesp, agregadas nos dois primeiros anos, são agrupados por municípios no terceiro ano e, no quarto e no quinto, têm recorte por município e também por localização urbana e rural. Em 2026, o censo rural será refeito, para validação ou repactuação dos números apresentados pelo governo estadual à época da privatização.

O CEO não descarta que a Sabesp entre em novas concessões. “Vamos olhar tudo, todas as oportunidades de crescimento, até por dever de ofício. Mas é claro que a probabilidade de fazer algo este ano é menor do que no quinto ano”, diz Piani.

A ação da Sabesp já tinha subido antes da privatização, tirando o desconto de estatal, mas segue valorizando acima da bolsa. Em 12 meses, o papel subiu 26%, acima do Ibovespa, que valorizou 4,8%, e também de utilities como Eletrobras, privatizada dois anos antes, com alta de 2% no período.

No primeiro trimestre, a companhia divulgou alta de 8% na receita operacional, para R$6,12 bilhões, e de 29% no lucro líquido, para R$1,48 bilhão. A desestatização fez a companhia paulista antecipar em quatro anos, de 2033 para 2029, o cumprimento da meta de universalização de saneamento básico prevista no marco legal do setor. Isso significa que, ao final de cinco anos, 99% da população paulista deve ter acesso à água potável e 90% acesso à coleta e tratamento de esgoto.

Obras vão tratar o esgoto de +2 milhões de paulistas 

Para avançar na meta de universalização do saneamento, a Sabesp deu início a 31 grandes obras do projeto IntegraTietê na capital e na Grande São Paulo, que vão instalar a infraestrutura de coleta e tratamento de esgoto em 12 cidades. Outras 17 frentes tiveram início em abril. Com isso concluído, cerca de 2,3 milhões de paulistas passarão a ter o esgoto tratado, garantindo mais saúde e rios mais limpos. Com um investimento total de R$9 bilhões, a conclusão da primeira fase do programa está prevista para setembro de 2027. 

Segundo levantamento da empresa, as obras estão com avanço de 5%. Nesse período, mais de 32.848 domicílios passaram a contar com serviço de esgotamento sanitário.  Na capital e na Grande São Paulo, são 42 conjuntos de obras lineares, que incluem a instalação de novas tubulações e estações de bombeamento, além da ampliação de seis Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), totalizando assim 48 contratos assinados para a primeira fase do programa. As obras já iniciadas vão beneficiar diretamente os moradores da capital paulista e de sete cidades da Grande São Paulo: Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Poá, São Bernardo do Campo e Suzano. As demais obras vão contemplar Barueri, Diadema, Ribeirão Pires e Santo André.

A companhia fez ajustes em contratos com grandes empresas clientes e em projetos de expansão já existentes enquanto operação pública, trazendo para o ambiente privado, e também mobilizando novos fornecedores. Fez um plano de demissão voluntária, promoções internas e também contratações. “É um combinado de gente da casa e gente nova, é a fórmula que está funcionando”, diz Piani.

Esse conjunto de investimentos consiste na instalação de tubulações subterrâneas e bombas que vão captar o esgoto dos imóveis e transportá-lo por quilômetros até as estações de tratamento, e permitir que o material seja despoluído e depois devolvido à natureza. Serão implantados, aproximadamente, 1.100 km de tubos, o equivalente à distância da cidade de São Paulo até o município de Porto Seguro, Bahia. Parte dessas tubulações chegam a ter diâmetro de 1,80 m.

A estimativa é que sejam tratados mais 15 mil litros de esgoto por segundo. É uma vazão capaz de encher uma piscina olímpica em 2 minutos. “As obras do Integra Tietê fazem parte do nosso plano maior, que é o da universalização, afirma Roberval Tavares, diretor de Engenharia e Inovação da Sabesp.

Este pacote de obras vai ocorrer principalmente nas zonas norte e leste da capital paulista, em Guarulhos e em cidades da região do Alto Tietê, mais próximas da nascente do rio. Com o aumento do tratamento do esgoto, os cursos d’água que deságuam no Tietê nessas áreas terão melhor qualidade, o que vai contribuir para a qualidade da água do principal rio paulista. Confira abaixo quais regiões serão diretamente beneficiadas:

  • Alto Tietê (todos os córregos estão na Bacia do Alto Tietê): na região de Arujá, Itaquaquecetuba, Poá e Suzano, serão realizadas obras de coleta e afastamento de esgoto nas áreas próximas aos ribeirões Amparo (afluente do Rio Mogi-Guaçu), Jaguari (afluente do Rio Pardo), Perová (afluente do Rio Atibaia), Três Pontes (afluente do Rio Jaguari), Una (afluente do Rio Itatinga), além de alguns afluentes do Rio Tietê, como o Alto Ribeirão, Guaió, Itaquera, Itaim e Poá. Também serão atendidos os córregos Água Branca, Lajeado e Mandi.
  • Na capital paulista, as obras de saneamento irão abranger áreas próximas aos afluentes do Rio Tietê, como os rios Aricanduva, Cabuçu de Baixo, Cabuçu de Cima, Itaquera, Jacu, Pacaembu, Sumaré, Tatuapé, Tiquatira e Tiburtino, além da margem esquerda do Rio Tietê.Também serão atendidos os córregos Água Vermelha e Tijuco Preto.    
  • No ABC, as intervenções de coleta e tratamento de esgoto beneficiarão moradores das áreas próximas dos córregos Jaboticabal e Ourives, da margem esquerda do Rio Tamanduateí, da margem esquerda do Rio Tietê, e de alguns de seus afluentes, como o Ribeirão dos Meninos e o Ribeirão dos Couros.
  • Em Guarulhos, os investimentos vão melhorar as condições de afluentes do Tietê, como o Baquirivu-Guaçu, Ribeirão dos Cubas, Cabuçu de Cima, córregos Cocaia, Guarulhos, Invernada e Itapegica.

Ampliação e modernização de 6 ETEs

Dentro do programa IntegraTietê, a Sabesp realizará um investimento de quase R$3 bilhões na ampliação e modernização de seis Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs). As unidades que serão contempladas com as melhorias incluem: 

  • ETE Barueri, localizada em Barueri; 
  • ETEs Bonsucesso, São João e Várzea do Palácio, em Guarulhos; 
  • ETE São Miguel, na capital paulista;

As obras também começaram em abril. Já a ETE Parque Novo Mundo, em São Paulo, está em andamento desde novembro de 2024.  A ETE Barueri e a ETE São Miguel passarão por melhorias nos sistemas e renovação de sistemas, com previsão de ampliação futura, enquanto a ETE Parque Novo Mundo terá sua capacidade expandida de 2.500 L/s para 6.200 L/s. Já a ETE Bonsucesso aumentará sua capacidade de 190 L/s para 720 L/s, enquanto a ETE São João terá sua capacidade expandida de 180 L/s para 290 L/s. O aumento de capacidade da ETE Várzea do Palácio será de 140 L/s para 490 L/s.(EV—SUBSTITUIR TEXTO POR UMA TABELA) 

A ETE Barueri atende a maior população, superando 10 milhões de habitantes, seguida pela ETE Parque Novo Mundo, com mais de 3 milhões, ETE São Miguel, com mais de 1 milhão, ETE Bonsucesso e ETE Várzea do Palácio, com pouco mais de 200 mil cada, e ETE São João, com mais de 100 mil. Juntas, essas ETEs atendem cerca de 14,5 milhões de pessoas. (EV–SUBSTITUIR TEXTO POR TABELA)

Obras já iniciadas

Importantes projetos já estão em execução. Em Itaquaquecetuba, aproximadamente 20 mil pessoas de diversos bairros serão beneficiadas. Já em Guarulhos, mais de 300 mil moradores de diversos bairros terão acesso a serviços de coleta e tratamento de esgoto. As obras atenderão as áreas ao redor dos afluentes do córrego Taboãozinho e Ribeirão Bento, córregos J. Félix, Cubas e Cocaia Japonesa. O investimento das obras é de pouco mais de meio bilhão de reais. 

Por enquanto, as obras estão na primeira fase, que tem conclusão prevista para setembro de 2027. São 48 contratos já em andamento e cerca de R $9 bilhões de investimentos.  A empresa, por meio do projeto de universalização, vai avançar cinco décadas em cinco anos, ampliando o acesso à água potável e ao saneamento básico para a população dos 375 municípios atendidos pela Companhia. Seu compromisso é antecipar em quatro anos as metas estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento (de 2033 para 2029). 

1,3 milhão de paulistas passam a ter água potável esgoto tratado 

No primeiro ano de desestatização da Sabesp, foram conectados mais 484.968 imóveis ao sistema de água potável, levando o serviço a 1.320.390 moradores. Em relação ao fornecimento de água, a Sabesp já cumpriu a meta que havia sido estipulada até o fim do ano. Já em coleta e tratamento de esgoto, a meta deve ser atingida durante o segundo semestre de 2025. 

O avanço é resultado da desestatização da Sabesp, que completou um ano no dia 23 de julho O objetivo ambicioso envolve um investimento de cerca de R$70 bilhões. Metade do montante previsto já foi programado pela Sabesp em apenas 12 meses: foram 542 projetos contratados, somando R$35 bilhões.

Além dos dados técnicos, a transformação é percebida por quem mais importa: os cidadãos. Aderaldo Araújo passou 45 anos consumindo água de poços construídos por moradores da Viela do Loreto, em Guarulhos, e vendo seu esgoto ser lançado em um córrego nos fundos de sua casa ou diretamente na rua. Seu imóvel fica no Jardim Cumbica, em uma região que há décadas busca a regularização das moradias. “Moro há quase 50 anos aqui e sempre sofremos com a falta de água constante, além do forte cheiro de esgoto em casa e com a infestação de ratos pelas ruas. Hoje tenho água sem depender da ajuda de ninguém e não sofremos mais com esgoto passando na porta de casa”, diz Aderaldo. 

Saneamento em áreas informais

Uma das novidades da desestatização acelerou o ritmo das instalações das redes de água, coleta e tratamento de esgoto em áreas informais. Desde julho de 2024, a Sabesp pode atuar em todas as comunidades que ainda não estão regularizadas formalmente, desde que não sejam em locais de proteção ambiental. Para isso, precisa de autorização do município. Antes, a empresa era proibida de instalar infraestrutura nesses locais. 

Com essa liberação, mais de meio milhão de paulistas nessas localidades de alta vulnerabilidade social estão tendo acesso pela primeira vez aos serviços básicos de saneamento. Ao todo, serão implantadas 280 mil novas ligações de esgoto e 170 mil de água, beneficiando aproximadamente 600 mil pessoas. Com conclusão prevista para dezembro de 2026, o investimento total será de R$1,9 bilhão.

Tatiane Carvalho é moradora da comunidade Capadócia, na Brasilândia, zona norte da capital paulista. Há seis meses, ela e seus vizinhos passaram a ter acesso à água tratada e à rede de esgoto. Professora, Tatiane lembra com emoção o momento em que soube que a Sabesp chegaria ao seu bairro: “Me senti feliz como mãe, professora e, principalmente, cidadã.”

Jorge Luis Rocha de França passou anos sem água tratada em seu ponto comercial, uma barbearia. Desde abril, passou a ter acesso a serviços de saneamento básico, e conta por que ter esses serviços essenciais disponíveis mudou a vida da sua família. “Eu não tinha água para os meus clientes da barbearia. Hoje não falta mais e consigo lavar o cabelo das pessoas que vêm cortar no salão”, conta Jorge, cujo comércio fica no Jardim Cumbica, na cidade de Guarulhos.

“Como antes não possuíam endereço, os moradores não tinham acesso a alguns serviços, como entregas em domicílio, nem conseguiam matricular os filhos na escola. Com a regularização da água, as ruas dos bairros ganharam nomes e identificação, contribuindo para a cidadania da população”, afirma Débora Pierini Longo, diretora de Operação e Manutenção da Sabesp.

“Fiquei bem contente quando recebi a notícia de que vamos ter os serviços da Sabesp aqui na rua. É um ganho não só para saúde pública, porque evita-se várias doenças, mas também por conta da natureza, porque é muito ruim ver um rio contaminado. Além disso, toda obra de infraestrutura valoriza o bairro”, comenta Márcia Ferrarezi,  51 anos, que mora em Itaquaquecetuba há 33 anos.

Ivani de Barros, que mora no Jardim Louzada, em Itaquaquecetuba, há 30 anos, foi contratada pela Companhia para atuar como agente de comunicação social: “Com a Sabesp, outras coisas também melhoraram. Muitos empregos foram gerados, porque as próprias pessoas do bairro foram contratadas como mão de obra. Muitos pais de família estão trabalhando, assim como eu”, conta. 

Resultados em cada região do Estado 

Confira abaixo o que foi feito em cada região do Estado entre janeiro de 2024 e junho de 2025:

Região Metropolitana de São Paulo

•       Cerca de 950 mil pessoas com acesso à água

•       Cerca de um milhão de pessoas com acesso a tratamento de esgoto

Região Metropolitana da Baixada Santista

•       Cerca de 80 mil pessoas com acesso à água

•       Cerca de 135 mil pessoas com a acesso a tratamento de esgoto

Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte

•       Cerca de 73 mil pessoas com acesso à água

•       Cerca de 60 mil pessoas com acesso a tratamento de esgoto

Vale do Ribeira

•       Cerca de 10 mil pessoas com acesso à água

•       Cerca de 2.900 pessoas com acesso a tratamento de esgoto

Região de Campinas e Franca

•       Cerca de 75 mil pessoas com acesso à água

•       Cerca de 68 mil pessoas com acesso a tratamento de esgoto

Região de Itapetininga e Presidente Prudente

•       Cerca de 64 mil pessoas com acesso à água

•       Cerca de 58 mil pessoas com acesso a tratamento de Esgoto

Região de Botucatu e Lins

•       Cerca de 66 mil pessoas com acesso à água

•       Cerca de 51 mil pessoas com acesso a tratamento de esgoto

Saneamento rural

Além de atuar em áreas informais, a Sabesp deu início a um amplo programa de saneamento rural, outra área em que a Companhia não podia atuar antes da desestatização. A iniciativa contempla 371 municípios, abrangendo aproximadamente 821 mil domicílios rurais, e será realizada em 20 frentes regionais. As ações do censo rural começaram em abril de 2025, e a implantação das soluções está prevista para iniciar em novembro. 

Carlos Piani

CEO da Sabesp 

Carlos Piani possui mais de 20 anos de experiência em investimentos, fusões e aquisições e ocupou diversas posições executivas. Atuou como presidente da HPX Corp, o primeiro SPAC dedicado ao mercado brasileiro (2020-2023). Atualmente é membro do conselho de administração da Hapvida Participações e Investimentos e Modular Data Centers. Anteriormente, o executivo foi presidente do Conselho de Administração da Equatorial Energia e membro do Conselho de Administração da Vibra Energia. 

Carlos Piani é graduado em Administração de Empresas pelo IBMEC/RJ e em Processamento de Dados pela PUC-Rio. Também possui o título de CFA Charterholder pelo CFA Institute e concluiu o curso Owners and President Management (OPM) Program da Harvard Business School.

Débora Pierini Longo – diretora de Operação e Manutenção da Sabesp

Débora é graduada em engenharia civil pela Universidade Paulista, tem MBA em Gestão Estratégica Socioambiental pela Fundação Instituto de Administração/Fundação Getúlio Vargas e em Parcerias Público-Privadas e Concessões pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, com módulo internacional na London School of Economics. 

Ela iniciou sua carreira na Sabesp em 1995 como estagiária e desde março de 2023 desempenhava o papel de assistente executiva da Diretoria. Antes disso, foi Superintendente da Unidade de Negócios Oeste (jan/2022 a jan/2023), e Norte, além de diversas posições gerenciais. 

Integra Tietê

O IntegraTietê conta com cinco frentes de atuação ao longo do rio: saúde e qualidade de vida; controle de cheias; turismo, lazer e integração; eficiência logística; todos interligados pelo eixo da governança. 

Controle de cheias

Com o objetivo de melhorar a vazão, e contribuir para a diminuição das enchentes, a meta até 2029 é de retirar 17,5 milhões de m³ de sedimentos do Rio Tietê e afluentes. Além dos serviços de desassoreamento, manutenção e limpeza, ações contínuas neste eixo, também são realizadas obras complementares, como a manutenção do sistema hidráulico das seis comportas da Barragem da Penha, obras na Região Metropolitana de São Paulo, sendo eles:

  • Manutenção e operação em 27 Piscinões; 
  • Continuação das obras de canalização do Ribeirão Vermelho;
  • Implantação do reservatório de detenção RM-19 Jaboticabal, em São Paulo; Implantação dos reservatórios de detenção EU-08 e EU-09, em Franco da Rocha; 
  • Implantação da Galeria de Reforço no Ribeirão Água Vermelha, na Av. Hamilton Prado, em Franco da Rocha. 

Com ações direcionadas para expansão da rede de saneamento, a estimativa de investimentos é de cerca de R$19,4 bilhões, até 2029. As medidas previstas envolvem o incremento da capacidade de tratamento de esgoto e a expansão das redes e coletores troncos. Organizado em duas fases, o programa também já está investindo na implantação de 1.200 km de interceptores e coletores-tronco, de 1.150 km de redes coletoras de esgotos, no aumento da capacidade das Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) do Sistema Principal RMSP. 

Eficiência logística 

Estão em andamento as obras de aprofundamento do canal de Nova Avanhandava, no Baixo Tietê. Essa intervenção havia sido paralisada em 2019 e agora avança para garantir maior eficiência na navegação. O projeto abrange um trecho de aproximadamente 16 km da Hidrovia Tietê-Paraná, passando pelos municípios de Buritama, Brejo Alegre e Birigui, na região Noroeste do Estado. Com a remoção de 553 mil m3 de rochas, o equivalente a 600 piscinas olímpicas,  a obra permitirá a navegação segura das embarcações mesmo nos períodos de estiagem. Com um investimento de R$300 milhões, as obras tiveram início em meados de 2023 .

Turismo, Lazer e Integração

Aprovado no âmbito no Renasce Tietê, que será incorporado ao programa, os recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) englobam iniciativas em educação, cultura, lazer e esporte, em Salesópolis, com investimentos de R$500 milhões. O convênio permite, ainda, a ampliação do uso de novas tecnologias de controle para o monitoramento qualitativo e quantitativo das águas do rio. Ainda estão previstos investimentos em manutenção paisagística e de áreas verdes das Várzeas do Tietê e no Jardim Metropolitano, além da implementação de dois parques (um novo e outro restaurado), com área de lazer, ciclovia e via de acesso, na região do Alto Tietê. 

Tratamento de esgoto

No primeiro ano do programa, a Sabesp realizou um acréscimo de 211 mil imóveis conectados ao sistema de esgotamento, o que representa mais de 640 mil pessoas que passam a ter esgoto tratado, na Região Metropolitana de São Paulo. Outro destaque é a publicação dos editais de contratação da ampliação da capacidade de tratamento das Estações de Tratamento de Esgoto do ABC, Barueri, Parque Novo Mundo, São Miguel e Suzano. Juntas, elas passarão dos atuais 24,5 m³/s de capacidade para 41,2 m³/s, um aumento de 68%. 

Outras três estações em Guarulhos terão sua produção expandida de 0,5 m³/s para 1,1 m³/s, ou 120%: Várzea do Palácio, São João e Bonsucesso. No total, o programa prevê o incremento de 1.568.087 novos domicílios no Alto Tietê, até 2026, e 2.218.243, até 2029.

Remoção de sedimentos

A SP Águas já realizou a remoção de 1,4 milhão de m³ de sedimentos da calha do Tietê e do canal do Rio Pinheiros, no primeiro ano do programa, maior volume retirado dos últimos oito anos, com investimento total de R$145,8 milhões. Também foram iniciados os serviços de desassoreamento de 44,2 km do Rio Tietê em quatro municípios do Alto Tietê: Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá e Suzano, onde serão investidos mais de R$132 milhões para a execução dos serviços ao longo dos próximos 30 meses. A expectativa é de retirada de 17,5 milhões de m³ de sedimentos no Alto Tietê, até 2029.

Desde 2024, o indicador que mede a concentração média de COT dos principais afluentes do Rio Tietê conta com a instalação de dezenove novos pontos de medição, totalizando 30. 

O resultado de 2024 continua positivo, com uma média ponderada de COT de 26,0 mg/l, mantendo o atendimento à meta estabelecida para esse ano de 33,5 mg/l. O resultado deve-se, principalmente, ao aumento dos domicílios ligados à rede coletora, devido à expansão das obras. 

Por outro lado, o outro indicador, que mede a carga de COT na saída da RMSP, isto é, na Barragem de Edgard de Souza, mostrou-se levemente superior à meta estabelecida. Este indicador leva em consideração a somatória da quantidade de matéria orgânica presente no Rio Tietê, que é constituída pela carga de COT dos afluentes, bem como das Estações de Tratamento de Esgotos– ETEs e dos Sistemas de Tratamento de Águas Residuárias – STARs. Em 2024, foi constatada  uma carga de COT no ponto de controle, atingindo 218 toneladas por dia, superando em 10 toneladas por dia a meta estabelecida. Esta diferença, provavelmente, está associada com lançamentos pontuais das ETEs e/ou STARs e, eventualmente, com a carga difusa. 

Empresas contratadas para as obras

  • Alcântara Viana – CEAVIL
  • Allsan Engenharia e Administração Ltda
  • Aliter
  • Amaralina Construções
  • Amaralina Construções e Empreendimentos Ltda
  • Ankara Engenharia Ltda
  • ASD Construções e Saneamento
  • Biosany Tratamento de Efluentes
  • CATUÍ Engenharia Ltda
  • Catuí Engenharia Ltda
  • Catui Engenharia Ltda
  • Construtora Marquise S/A
  • Construtora Monte Negro Ltda
  • Construtora Ribeiro Ltda
  • Construnível
  • Construnível Construções e Comércio Ltda
  • Consórcio Nova Peruíbe
  • Consórcio RPS
  • CTL Engenharia Ltda
  • Darwin Engenharia S.A.
  • DBO Engenharia Ambiental
  • Dellut
  • Dom Giovani
  • DP Barros
  • DP Barros Pavimentação e Construção Ltda
  • Dual Construtora Incorporações e Empreendimentos Imobiliários
  • E. Fideles Rosa
  • ECOESP
  • Effico
  • Enersa Engenharia Pavimentação e Saneamento
  • Engeral Construtora de Obras Ltda
  • Enotec Engenharia
  • Enpasa
  • Enpasa Engenharia
  • Pavimentação e Saneamento
  • Enorsul Serviços em Saneamento
  • Geralis Fiber Glass
  • Gimma Engenharia Ltda
  • Goiânia Mauá Construtora Ltda
  • Infracon
  • JDF Empreendimentos
  • Jofege Pavimentação e Construção Ltda
  • JPG Construções e Saneamento
  • JPG Saneamento
  • KMG Construtora
  • L.F.M. – Engenharia de Obras Ltda
  • Melhor Forma Construtora Ltda
  • OECI S.A.
  • Pacotão 2
  • Palácio Construções
  • Passarelli Engenharia e Construção
  • PB Construções S/A
  • Pena Empresa de Saneamento Ltda
  • Polêmica Serviços Básicos Ltda
  • Preserjac
  • Reluc
  • Sanencol Saneamento
  • Sanex
  • Sanex Soluções Ltda
  • Sanorte Saneamento e Locações Ltda
  • Sanevale Serviços Básicos Ltda
  • Scoan
  • Sialdrill Engenharia e Construções Ltda
  • Starsan
  • Starsan Construtora e Locações Ltda
  • Sul Vale Construtora de Obras Ltda
  • TanksBR
  • Trail Infraestrutura Ltda
  • Universal Process Equipamentos Industriais Ltda
  • Vitalux
  • Zigurate Construção Ltda


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