Saint-Gobain fornece tubulação à Adutora do Agreste

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Augusto Diniz – Barra Mansa (RJ)

Um dos principais projetos no País de distribuição de água, a Adutora do Agreste está em obras em Pernambuco. A Saint-Gobain Canalização é a responsável pelo fornecimento de tubulação da rede principal e derivações – é o maior provimento já feito em sua história. A companhia atua hoje em dois lotes da construção, iniciativa da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), que irá atender pelo menos 2 milhões de pessoas. O custo total do projeto, estimado para terminar até 2018, passa de R$ 2 bilhões.

A Saint-Gobain fornece tubos de ferro fundido com ponta e bolsa para transporte de fluidos. Trata-se do produto mais comercializado pela empresa – o mesmo que está sendo instalado na Adutora do Agreste. Eles são amplamente aplicados em saneamento.

A adutora receberá água da Transposição do Rio São Francisco, terá 1.300 km de extensão e atenderá 68 municípios. Em um primeiro momento, a Saint-Gobain está entregando 104 mil t de tubos, com diâmetro variando de 500 mm a 1.200 mm, representando 344 km de extensão. O grupo abriu um centro de distribuição em Pernambuco para atender a obra.

O consultor João Carlos Pereira, que trabalha há 45 anos na empresa, explica que o produto tem enorme vantagem por não exigir mão de obra especializada para sua instalação e ter baixa manutenção. “Cada vez mais avança o uso do ferro fundido com menos espessura e mais resistência”, destaca.

Processo de centrifugação

Os tubos de ferro fundido da marca francesa são fabricados em sua unidade de canalização em Barra Mansa (RJ). A antiga fábrica – a unidade tem 75 anos e em 1951 foi adquirida pelo grupo francês – utiliza o sistema de centrifugação para produção das peças.

O minério de ferro (chega por trem à planta industrial) é transformado em minério líquido em dois altos-fornos da planta. Após a inoculação de magnésio para ganhar mais resistência, ele sofre processo de centrifugação para conformação do tubo. A unidade foi a primeira a usar o processo, desenvolvido pelo francês Dimitri Sensaud de Lavaud e o brasileiro Fernando Arens Jr. e aplicado desde o início da atividade da fábrica.

Além de tubos, a Saint-Gobain fabrica na planta válvulas, conexões e acessórios. A produção chega a 150 mil t/ano. A empresa afirma gerar 70% de carvão vegetal para operação dos dois altos-fornos a partir de uma plantação própria de eucalipto de 25 mil ha em Minas Gerais – em cinco anos a proposta é ser autossuficiente nisso, gerando 100% do carvão vegetal consumido.

A linha de sistemas de fluidos da Saint-Gobain é comercializada para o setor de saneamento público (75%) e mercado privado – indústrias e construtoras (25%). Há alguns produtos de destaque, como o de drenagem de água pluvial, aplicados em alguns estádios novos construídos no Brasil. Neste, um sistema antivórtice não permite a entrada de ar na tubulação, fazendo melhor captação da água, diminuindo diâmetros de tubulação e colunas.

Em outro sistema, uma válvula de fluxo anular contém um cilindro anticavitação, ou antibolha, permitindo que o líquido flua melhor. A linha recém-lançada Klikso permite conexões de ferro dúctil com tubos de PVC. A empresa agora está lançando um sistema de transporte de polpa voltado exclusivamente para o setor de mineração.

A Saint-Gobain possui uma outra fábrica no segmento de canalização em Itaúna (MG), que produz tampões, grelhas e válvulas. A companhia conta também com área de serviços, para prover soluções, treinamento, testes e acompanhamento de obras.

Fonte: Revista O Empreiteiro


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