Novas tecnologias e sustentabilidade no segmento de saneamento ambiental

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A Associação dos Engenheiros da Sabesp (AESabesp) realizou, em agosto, a 22a edição da Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente (Fenasan) e o XXI I Encontro Técnico – Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, em São Paulo (SP). Neste ano, o tema proposto foi “Saneamento ambiental – A qualidade de vida no Planeta”.

Na Fenasan 2011, estiveram presentes 194 expositores/ investidores, entre empresas fabricantes de equipamentos para o setor, criadoras de programas de desenvolvimento da área, prestadoras de serviços e de demais segmentos complementares à esfera do saneamento. Por seus estandes passaram 13 mil visitantes, um público geralmente formado por técnicos especializados, pesquisadores, executivos, empresários, gestores e investidores nos setores de infraestrutura, dentre os quais o saneamento está em evidência por contar com recursos da união, do estado e de fundos de capitais privados.

Empresas nacionais que atuam no setor, além de representantes brasileiros de vários grupos internacionais, como Amanco, Amitech, ITT Water, Saint-Gobain, Tigre ADS, Valloy, entre outros, escolheram o evento para divulgar suas linhas de produtos e serviços. Mas também foi crescente, o interesse de empresas sediadas fora do Brasil. Dentro desse perfil, destacamos as seguintes presenças 100% internacionais em 2011: Bänninger Kunststoff Produkte G.m.b.H. (Alemanha); Mirab Co. (Irã); HCP Pump Manufacturer Co., Inc. (Taiwan); Politejo (Portugal) e Waterleau Group NV (Bélgica).

Encontro técnico

Uma das mesas de discussões técnicas teve como tema “A necessidade de ampliação de obras na macrometrópole de São Paulo” e contou com a participação de Rogério Menezes, da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, Francisco José Toledo Piza, diretor- presidente da Fundação Agência da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, Giuliano Deliberador, chefe de gabinete do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) e Reynaldo Young Ribeiro (Sabesp).

Menezes traçou o cenário das demandas até o ano de 2035: “Seriam necessários mais 60m3/s de água para atender à necessidade da macrometrópole. Para alcançar esse objetivo, a Secretaria está mapeando os mananciais para possível exploração e zonas de demandas críticas, que precisam de maior atenção. A Secretaria também está desenvolvendo uma agenda de curto prazo que engloba a renovação da outorga do Sistema Cantareira, ampliação de ação de gestão de demanda e uso racional de água, entre outras ações”. Piza falou sobre a necessidade de ampliação de obras, principalmente daquelas as quais chamou de estruturantes: transporte (aéreo, hidroviário e ferroviário), energia (termoelétrica, eólica, petróleo, etanol e PCHs) e recursos hídricos. Para beneficiar de maneira efetiva a sociedade, o palestrante afirmou que é preciso ações conjuntas dos governos federal, estadual e municipais.

Deliberador abordou as enchentes em São Paulo e as maneiras de controlá-las, com ênfase na construção do Parque Várzeas do Tietê, que irá devolver as várzeas para o rio: “o parque, ainda em construção, contará com espaços em oito cidades às margens do Tietê. São áreas permeáveis capazes de absorver a água dos períodos das cheias e podem ser usadas para lazer em épocas de seca”.

A preocupação com o meio ambiente, mais especificamente com a emissão de carbono, foi o tema da apresentação da química Maria Aparecida Paula Santos, coordenadora do Polo AESabesp Costa Carvalho/Centro e gestora doprojeto.

Durante a exposição “Projeto de Neutralização de Carbono AESabesp”, ela destacou a importância de se promover eventos de maneira sustentável. “Assim como na Fenasan 2010, neste ano trabalhamos para promover ações que reduzam a quantidade de carbono emitida”. Entre elas, a palestrante citou o transporte coletivo, reciclagem, economia de água, diminuição da quantidade de panfletos impressos e redução de resíduos. Este Projeto é uma ação que a AESabesp inclusive disponibiliza para outros eventos do setor. Caso haja interesse em conhecê-lo, basta ter contato com a diretoria de Projetos Socioambientais da entidade.

A mesa redonda “A qualidade dos empreendimentos nas companhias de saneamento” reuniu o então diretor de Tecnologia e Meio Ambiente da Sabesp, Marcelo Salles Holanda Freitas; o presidente nacional do Sinaenco (Sindicato da Arquitetura e da Engenharia) João Alberto Viol, e Arisnandes Antonio da Silva (Sabesp) para discutirem a estrutura das grandes obras do setor, o reconhecimento das mesmas na infraestrutura do País e as questões orçamentárias e tributárias com que elas são tratadas, bem como a qualidade de prestação de serviços oferecidos à sociedade.

A tecnologia da automação foi colocada na mesa redonda “Pesquisa e inovação tecnológica no setor de saneamento ambiental”, pelo superintendente da Sabesp no Vale do Paraíba, Oto Elias Filho, pelo representante da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Est. de São Paulo) e por Wady Roberto Bon (Sabesp). Grandes desafios como redução de perdas, agilização de serviços e atendimentos simultâneos, que fazem parte das necessidades do setor, foram abordados no debate. Oto Elias destacou a importância da pesquisa para a Sabesp, já que “novas empresas de tratamento de água estão surgindo no mundo todo e elas são rápidas na inovação tecnológica. Daqui a pouco, estão batendo aqui na nossa porta”. Ele ainda abordou os estudos realizados pela Sabesp no Parque Tecnológico de São José dos Campos, em parceria com a prefeitura da cidade: estão sendo feitas pesquisas com membranas filtrantes, telemetria e monitoramento dos aquíferos subterrâneos. “É um investimento que volta para a sociedade”.

Fonte: Estadão


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