Em 1957/8, quando a Petrobrás realizou os primeiros levantamentos sísmicos marítimos nas baías de Todos os Santos (BA) e de São José (MA), a tecnologia de pesquisa de petróleo no mar ainda era precária e se limitava, como no mundo todo, a águas rasas
Nos anos 60, as pesquisas foram estendidas para mar aberto, na plataforma submarina adjacente aos estados do Espírito Santo, Sergipe, Alagoas, Maranhão e Rio de Janeiro (bacia de Campos). Em 1968, foi perfurado o primeiro poço na plataforma continental brasileira. Foi no mar do Espírito Santo, mas não foi revelada a possibilidade de produção comercial.
Naquela época, já se registrava produção de óleo e gás natural em águas rasas na baía de Todos os Santos, no Campo de Dom João, litoral baiano. Contudo, o marco da descoberta brasileira de petróleo em mar aberto foi o poço I-SES-I, no campo de Guaricema, ao largo da costa de Sergipe, em frente à foz do rio Vaza Barris, em águas com 30 m de profundidade.
Em 1970, o desenvolvimento tecnológico da exploração e produção já permitia efetuar levantamentos da superfície até a cota de 200 m, na época considerada águas profundas. Para Guaricema, foram construídas três plataformas PGA com projeto e construção da Ingram (Estados Unidos), para lâminas d’água de, respectivamente, 28,6, 24,4 e 27,3 m e peso de 274, 288 e 458 t – a primeira para três condutores de poços e as outras para seis condutores.
Desses 30 m de profundidade em Guaricema para os 1.877 m do poço produtor 7-RO-8, a Petrobrás deu, em pouco mais de 30 anos, um salto tecnológico notável, assumindo a liderança mundial no desenvolvimento de tecnologias para operação em águas profundas. Com projetos inovadores e arrojados, acumulou recordes e aumentou a produção de petróleo de tal maneira que já se tem no horizonte a meta de auto-suficiência.
Embora atualmente Roncador seja o de maior lâmina d’água do País e do mundo, já se registrou a existência de reservas de óleo em águas ultraprofundas (2.243 m) no poço I-BRSA-18-ESS, na bacia de Campos, abrindo uma nova fronteira.
Além do aumento da produção de petróleo e outras vantagens econômicas como a redução das importações, a evolução da exploração e produção de petróleo em águas profundas significou ganhos expressivos na engenharia multidisciplinar que é o receptáculo da tecnologia, como no projeto e construção das plataformas, módulos e conversões de navios, com reflexos diretos nos segmentos industriais de máquinas, equipamentos e bens de capital.
Foi só em 1974 que começou a participação brasileira no projeto de plataforma com a PCM I para Camorim, em que a Petrobrás entrou com o projeto e a construção; ficou por conta da Inconav a fabricação de convés e, da Damulakis , a fabricação de jaquetas e estacas. Em 1975, a Petrobrás e a Cobrapi projetaram a PCB 2A e a Damulakis construiu a plataforma para Caioba. Até o final de 1995, a única plataforma que não foi para Sergipe foi a PUB I, destinada a Ubarana, no Rio Grande do Norte, com projeto da estatal e construção pelas mesmas duas empresas.
Em 1977, foi montada a primeira plataforma PCA I para Cação, no Espírito Santo, com projeto da Petrobrás e construção da A. Araújo, que fez a PRB I para Robalo/SE, projeto da EPTM francesa, e a PCA 2 para Cação, com projeto da EPTM/Petrobrás, em 1978. A mesma empresa construiu mais 10 plataformas.
Fonte: Padrão