Sinalizando uma trajetória de crescimento

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Depois de ver seu faturamento consolidado cair em 2003 e permanecer estágnado no ano seguinte, a receita bruta das 190 maiores empresas construtoras, projetistas, de montagem industrial e que prestam serviços especiais de engenharia, integrantes deste ranking, desenhou uma trajetória ascendente de 2005 a 2007, alcançando uma valorização de 47,69% no período de cinco anos.

Não é um resultado espetacular, mas merece registro, mostrando que a Engenharia está acompanhando o ciclo favorável da economia brasileira, impulsionada por um fluxo consistente de investimentos privados.

Estes empreendimentos privados estão criando novos pólos industriais pelo País, valendo-se das vocações regionais de recursos naturais, clima e logística. São os casos do pólo de petróleo e petroquímica no litoral fluminense; celulose e florestas plantadas no sul da Bahia; agronegócios em Mato Grosso; os pólos industriais junto aos portos de Suape e Pecem, no Nordeste e o pólo minero-metalúrgico de Carajás, no Pará, que continua se expandindo após mais de duas décadas, e que poderá inspirar clusters do gênero em Goiás e Mato Grosso, além de outros.

Nestes pólos, as atividades principais acabam arrastando consigo os fornecedores de matéria-prima ou componentes, além de serviços, que se fixam na região, gerando com isso uma onda de empregos, formação de mão-de-obra, e aquisição de bens nas comunidades vizinhas.Consolida-se, assim, a tendência de se formar novas fronteiras econômicas em regiões até então esquecidas – reproduzindo hoje a proposta de interiorização de desenvolvimento do saudoso presidente JK.

Crescimento de 19,24% em 2007

A pesquisa realizada com exclusividade pela revista O Empreiteiro, anualmente, para colher os resultados operacionais das empresas no ano de 2007, que constam do Ranking da Engenharia Brasileira publicado nesta edição, revela um avanço de 19,24% sobre a receita bruta conjunta registrada em 2006. Esse número abrange as 190 maiores empresas por faturamento bruto de quatro segmentos – Construção, Projeto e Consultoria, Montagem Industrial, e Serviços Especiais de Engenharia – atingindo o total de R$ 41.982 milhões.

A série cobrindo o período de 12 anos teve os valores atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 5,16%, segundo informação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) tomando como data de referência 30 de dezembro de 2007. Nesse total de R$ 41.982 milhões, as 100 principais construtoras participaram com 67,75%; as 20 maiores empresas de montagem industrial entraram com 13,18%; as 40 firmas de projeto e consultoria contribuíram com 9,63%; e as 30 empresas que prestam serviços especiais de engenharia ficaram com 9,48%.

O Ranking da Engenharia Brasileira, dividido em quatro segmentos, lista as empresas por ordem decrescente do faturamento bruto registrado em 2007, comprovado em balanço publicado no período de janeiro a dezembro.

Para as construtoras que executam obras por administração, o ranking considerou o resultado do faturamento equivalente à produção total realizada no exercício, comprovado por auditor independente, cujo parecer faz parte da documentação contábil analisada pela revista O Empreiteiro e auditor contratado.

Os valores em dólar americano publicado no ranking foram apurados à taxa média da cotação cambial oficial no ano de 2007, no valor de R$1,7860, segundo índice publicado pelo FGV.
A pesquisa exclusiva do Ranking da Engenharia Brasileira foi realizada por meio de questionários enviados a cerca de 2500 empresas do setor, com a colaboração de entidades setoriais, além da análise dos balanços publicados que foram fornecidos pela Associação Comercial de São Paulo.

Empresas de engenharia que não devolveram o questionário no prazo estabelecido, ou não anexaram o balanço publicado, não foram incluídos no ranking.

Construtoras

As 100 maiores construtoras, que representam um grupo de 156 empresas do setor listado no ranking, alcançaram uma expansão de 16,72% no ano de 2007, com faturamento bruto somado de R$ 28.442 milhões. É o melhor resultado no período de 12 anos considerado, desde 1996, comparando-se os valores atualizados para 30 de dezembro de 2007, conforme o gráfico. É o terceiro ano de expansão desde 2005, a taxas crescentes, com forte contribuição dos empreendimentos privados, cujo percentual da receita total das construtoras é indicado no ranking.

O ranking das construtoras reúne 156 empresas por ordem decrescente da receita bruta. Analisando em separado as 10 maiores construtoras, notamos que voltaram a crescer com vigor em 2007, com 24,34% – recuperando-se de um ano anterior fraco. No conjunto das 190 empresas maiores consideradas nesta avaliação, estas dez construtoras participam com 34,04% do faturamento consolidado.

Vinte e sete construtoras cravaram crescimento acima de 50% na receita, destacando-se os estados de São Paulo e Minas Gerais, com sete empresas cada. Entre elas, estão a Servix Engenharia, MG, com 293%; Gabriel Bacelar, PE, 145%; WTorre Engenharia, com 115%, e Engepar, com 104%, ambas de São Paulo e Pedrasul, RS, com 97%.

Entre as 10 maiores construtoras, a Norberto Odebrecht sustenta a liderança, com a Camargo Correa aproximando-se em segundo, com crescimento de 54% na receita bruta; Andrade Gutierrez, em terceiro; Queiroz Galvão, em quarto; OAS em quinto; Delta, em sexto; Hochtief em sétimo, galgando cinco posições, com 79% de expansão nas vendas de serviços; Gafisa, em oitavo; Carioca Christiani-Nielsen em nono, subindo 11 colocações, com mais 75% em receita bruta; e Galvão Engenharia, em 10º .

No bloco seguinte do ranking das construtoras, sobressaem a melhora expressiva nas colocações da Racional, 11º; Via Engenharia, 12º; Metodo, em 13º; EIT, 14º; C.R. Almeida, 16º; WTorre Engenharia, que saiu de 40º para 20º; ICEC em 22º .

Outras construtoras que subiram no ranking são a Norcon, 34º; Leão Engenharia, 38º; Goldsztein, 42º; Planar, 44º; Grupo Thá, 53º . Em 2007, 53 construtoras obtiveram variação positiva no faturamento bruto acima de 20% (ver quadro).

Montagem industrial

Este segmento registrou um avanço de 44,69% na receita bruta das 20 maiores empresas no ano de 2007, alcançando R$ 5.528 milhões – um crescimento acentuado provocado pela ausência de dois nomes importantes no ranking do ano anterior. Como as indústrias pesadas, a exemplo de petróleo, petroquímica, mineração, siderurgia, celulose prosseguem em franca expansão, as atividades de montagem industrial acompanham no mesmo compasso.

A UTC é o líder do ranking, com Enesa e Techint avançando para o 2º e 3º , GDK voltando ao ranking em 4º, e Iesa Óleo e Gás em 5º. No grupo que segue se destacam a MPE em 6º, MCE Engenharia em 10º, ambas subindo quatro posições; Intecnial está em 8º; M

ontcalm em 9º .
As empresas de montagem industrial que marcaram os melhores resultados no crescimento da receita bruta são MPE, 177%; Techma Engenharia, 112%; Enesa, 96%; Techint , 88%; Daltec, 82%, Enercamp, com 62%.

No setor, 16 empresas conseguiram expandir as vendas de serviço acima de 20%.

Projeto, consultoria & gerenciamento

As empresas de engenharia consultiva e gerenciamento comemoram quatro anos de vigoroso crescimento – as 40 maiores do segmento alcançaram mais 26,78% na receita conjunta, totalizando 113% no período de 2004 a 2007.

O valor de R$ 4.037 milhões também é recorde num período de 12 anos.

As entidades representativas desta especialidade torcem para que seja uma virada definitiva na valorização dos serviços de consultoria – convencer os empreendedores de que é melhor investir num projeto para ganhar no custo e prazo de execução.

As dez maiores consultorias e gerenciadoras ratificam esse avanço, crescendo 36,31% no faturamento bruto de serviços em 2007. A Engevix sustenta a liderança, conquistada no ano anterior, elevando em 58,51% sua receita bruta; Concremat chega ao 2º posto, com Promon em 3º; Logos sobe para 4º; CNEC ganha cinco posições e está em 5º, agregando mais 127% no faturamento.

No grupo seguinte do ranking, Minerconsult está em 6º, subindo dois pontos; Progen chega ao 7º, galgando seis posições, com melhora de 101% na receita; Tecnosolo em 8º ; Pöyry Tecnologia em 9º ; e Projectus em 10º, avançando quatro postos.

No ranking da consultoria, destacam-se ainda Ductor, em 15º, ganhando quatro posições; Intertechne em 20º, avançando nove pontos; ABF Engenharia, em 22º. No quadro de variação positiva de faturamento, ressaltam-se Arcadis Hidro-Ambiental, com mais 99%; Logos, com mais 50%; Projectus, com mais 49%. No total, 29 empresas de projetos e consultoria tiveram crescimento de receita acima de 20%.

Serviços especiais de engenharia

As 30 maiores empresas que fornecem serviços especiais de engenharia tiveram um faturamento consolidado de R$ 3.975 milhões em 2007, apenas 3,67% acima do ano anterior. Esse resultado, que não acompanhou a expansão dos outros segmentos da engenharia e construção, foi provocado pela ausência da Qualix Serviços , líder do ranking no ano anterior, e pela queda expressivo de receita bruta das outras empresas que atuam nas atividades de Resíduos Sólidos.

Refletindo esse cenário, as 10 maiores empresas do segmento registraram uma queda de 3,23% na receita bruta conjunta. Medabil, que produz estruturas metálicas engenheiradas, lidera o ranking; RIP Serviços Industriais está em 2º; seguida nas posições seguintes pelas empresas Ecourbis, Loga Ambiental e Vital Ambiental, que atuam no segmento de Resíduos Sólidos.

No bloco seguinte, encontramos a Mills do Brasil, especializada em escoramento e fôrmas para concretagem, em 6º; Engemix, produtora de concreto usinado, em 7º ; VegaAmbiental, de resíduos sólidos, em 8º ; Essencis Soluções Ambientais, em 9º; e Brafer, fabricante de estruturas metálicas, em 10º .

No quadro de variação positiva de faturamento, destacamos Fast Engenharia, de escoramento tubular, com 313%; SCAC Fundações, com 116%; Tecnosonda, de geotecnia, 67%; TDS Travessia Direcional, 53%; e Intec Engenharia, 47%.

Fonte: Estadão


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