O empresário da construção civil, Maurício Roscoe, de Belo Horizonte, tem-se dedicado a reflexões. E, de suas reflexões, nasceu o livro A evolução humana – alguns gargalos e muitas oportunidades. O livro, publicado no ano passado, é de fácil leitura e de fácil compreensão. Mesmo ao explicar as teorias de Síntese e Análise, mostrando as diferenças entre pensamento intuitivo e pensamento racional e a visão global e visão especializada , não remete o leitor, como poderia a princípio sugerir, a territórios herméticos e indevassáveis.
O autor é muito didático na formulação de seus pensamentos, que tratam da evolução do conhecimento e da evolução das ciências exatas; dos desafios das ciências sociais e das questões da mentalidade, dos hábitos, do subconsciente e do espírito. Generosamente é dedicado às pessoas dispostas, “se necessário, a se desapegar de velhas idéias”.
Não se trata de um mergulho em reflexões após uma análise apressada do mundo. Resulta de uma experiência de mais de 60 anos em que ele, empresário, líder setorial e intelectual ligado a instituições como a Fundação Dom Cabral, se testou e testou os caminhos percorridos, assimilando, de uma soma imensa de leituras (a bibliografia consultada é vasta e variada), uma visão própria, que não deixa de ser uma rica contribuição aos interessados nos estudos da evolução humana.
As críticas são judiciosas e não poupam a má distribuição de renda brasileira, o que “cria um clima de insegurança em que os possuidores de riqueza procuram isolar-se em ambientes protegidos, como num retorno à idade media”. Nem a televisão que, “comparativamente a seu enorme potencial, não vem contribuindo para a evolução da cultura e ao estímulo à reflexão”. Reconhece que as gerações de hoje estão deixando um planeta mais pobre para seus descendentes e que o objetivo da vida não pode limitar-se à produção, cada vez maior, de inutilidades.
O que se extrai, desse pequeno livro, num total de 126 páginas, é que o autor buscou respostas para uma série de reflexões e que esse conjunto de reflexões não é aleatório; ao contrário, nos instiga a meditar com ele sobre a vida, a consciência individual e coletiva, e o País.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira