Concebido ainda na década de 1960 como porto-indústria, o Complexo Industrial Portuário de Suape viveu muitas décadas com uma modesta estrutura. A história começou a mudar a partir da segunda metade da década de 1990, quando a União entendeu que o porto poderia mudar a história do Nordeste. Desde então, os investimentos aumentam ano a ano. Da idealização do porto até meados dos anos de 1090, Suape havia recebido apenas cerca de US$ 300 milhões em investimentos. Até 2010, as estimativas indicam investimentos de US$ 3 bilhões para dotar o porto de condições adequadas para receber grandes navios. Hoje, nem o Porto de Santos, o mais importante do País, tem condições de receber embarcações do porte que podem atracar em Suape. |
Atualmente, Suape recebe investimentos da ordem de US$ 17 bilhões, de acordo com informações do próprio Complexo Portuário. São mais de 100 empresas instaladas e outras 35 em fase de implantação nos seus 30 anos de existência. Uma refinaria de petróleo, três plantas petroquímicas e o maior estaleiro do hemisfério sul estão em construção no local e esses investimentos alavancaram novas cadeias produtivas em Pernambuco em um movimento que irá transformá-lo em um grande polo de bens e serviços para as indústrias de petróleo, gás, offshore e naval.
A posição geográfica de Pernambuco, no centro da Região Nordeste, transforma Suape em um centro concentrador e distribuidor de cargas. A localização também torna o terminal vocacionado a um porto internacional concentrador de cargas (hub port) para toda a América do Sul.
De 2007 a 2010, segundo informações do Complexo, o PIB de Pernambuco passou a apresentar desempenho superior à média nacional, acumulando uma alta de 9,4% em 2010. O bom momento tem forte relação com a atração de investimentos promovidos por Suape, que, nos últimos anos tem conquistado a atenção de investidores da iniciativa privada e gerado milhares de empregos, melhorando a qualidade de vida da população.
Em 2010, o porto cresceu 16%, enquanto que o Porto de Santos atingiu a marca de 15%. Outro dado que mostra que Suape conquista cada vez mais força no cenário nacional é o da carteira de investimentos privados, que chegou a US$ 22 bilhões. Além disso, entre 2005 e 2010, dobrou o volume de carga movimentada, atingindo, em 2010, nove milhões de toneladas, o que representa 16,34% de crescimento sobre os números de 2009. Esse aumento pode ser creditado, entre outros fatores, à nova movimentação que surgiu em 2010: os automóveis da GM. A empresa transformou o porto em sua plataforma de exportação de veículos, produzidos na Argentina.
No final do ano de 2010, Suape comemorou mais duas grandes conquistas: a chegada da Companhia Siderúrgica Suape (CSS), com investimentos de R$ 1,5 bilhões e capacidade para produzir um milhão de toneladas de aços por ano e, sem pisar no freio, atraiu a FIAT que irá construir no estado uma planta capaz de produzir 200 mil veículos por ano, atraindo ainda mais de 50 empresas fornecedoras e representando um investimento total na cadeia automobilística de R$ 8 bilhões.
O bom desempenho levou o Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS) a classificá-lo o porto como o melhor do país em pesquisa desenvolvida com cerca de 300 empresários do setor.
O maior crescimento de Suape aconteceu no segmento de contêineres, tanto em peso (toneladas) com 28,90%, quanto em TEUs com acréscimo de 34,40%. Pelos terminais do complexo passaram quase 4 milhões de toneladas de cargas em 2010. Quanto aos produtos movimentados, os granéis líquidos continuam em destaque. Foram quatro milhões e 152 mil toneladas no exercício, com predominância para o gás liquefeito de petróleo, o gás de cozinha, que dominou os registros aumentando de 25,76%. Entre os derivados de petróleo, destacaram-se a gasolina, com acréscimo de 35,62%, e o querosene de aviação, que movimentou mais 31% no ano de 2010.
Apesar dos números serem favoráveis ao comércio externo, a cabotagem – distribuição de mercadorias ao longo da costa brasileira – cresceu 20% em 2010, com um volume embarcado de 5,4 milhões de toneladas.
Para continuar evoluindo, Suape já está trabalhando para construir novos terminais de cargas e para expandir a capacidade do terminal de contêineres, já que a refinaria e o estaleiro, por exemplo, demandarão, quando estiverem em pleno funcionamento, um espaço maior para o recebimento eficiente de cargas.
Projeções
Em 2013, Suape pretende movimentar 30 milhões de toneladas por ano com o início de operação de diversos novos empreendimentos. Em 2016 a projeção é atingir 48 milhões de toneladas. Essa revolução se dará principalmente pelo início da operação da Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, pela ferrovia Transnordestina e pelas operação da Fiat.
Novos negócios
O Complexo Industrial Portuário tem suas atividades voltadas para novos negócios, especialmente aqueles voltados para o foco de sua atuação. Para isso criou uma série de incentivos para facilitar a atração de novos investimentos nos mais diversas atividades econômicas.
E para ampliar os contatos com investidores o Governo de Pernambuco ousou, criando o Projeto Suape Global, reunindo entidades governamentais, privadas, acadêmicas e bancos públicos (BNDES, BNB, BB e CEF) com o objetivo de fazer do Estado de Pernambuco um polo mundial provedor de bens e serviços para as indústrias de petróleo, gás, offshore e naval, participando assim das oportunidades advindas do descobrimento de imensas reservas de petróleo da camada do pré-sal brasileiro. Esse projeto já atraiu 24 empresas envolvendo investimentos de US$ 1,58 bilhão, com a geração de mais de 12 mil empregos diretos e 22 mil indiretos
Principais empreendimentos estruturadores de Suape