A Estação Transformadora de Distribuição (ETD) Itaim, em São Paulo, inaugurada pela AES Eletropaulo, no dia 2 de abril, incorpora um novo conceito do setor elétrico, de subestações compactas, construídas com tecnologia de ponta em locais densamente ocupados. Totalmente digitalizada, ela é automatizada e pode ser operada remotamente. Isso permite realizar a telesupervisão de seus equipamentos e restabelecer mais rapidamente a energia, em casos de falhas, pois não é preciso enviar equipes até o local.
Os equipamentos incorporados na subestação possuem tecnologia híbrida que possibilitam a conexão externa com equipamentos isolados a ar, tendo as partes internas isoladas a gás SF6, diferentemente das subestações SF6 GIS (Gas-Insulated Switchgear), onde os equipamentos são interligados no interior do invólucro, sem a possibilidade de conexão com equipamentos que não sejam isolados a gás.
A utilização da aplicação híbrida exige uma área menor para a implantação da subestação, em relação à exigida pela tecnologia GIS (Gas-Insulated Switchgear). Uma subestação normal ocupa, em média, 10 mil m2.
A ETD Itaim está em uma área de 1,5 mil m2, ou seja, 15% da área convencional.
Esta tecnologia torna-se, uma solução atraente para aplicação em locais de grande concentração urbana e onde as questões estéticas e de aquisição de terreno são pontos preponderantes. A nova subestação, por exemplo, está localizada na Rua Hungria, no Jardim Europa, área nobre cujo preço do metro quadrado é um dos mais caros de São Paulo.
As obras civis ficaram a cargo da construtora São José, e a montagem elétrica , da ABB. O projeto foi executado em um tempo recorde – cerca de um ano e meio – e demandou investimentos da ordem de R$ 38,3 milhões. O projeto foi concebido de forma a assegurar melhoria da qualidade do fornecimento de energia elétrica para 160 mil pessoas nos bairros de Itaim Bibi, Jardim Europa, Vila Olímpia, Vila Funchal e Vila Nova Conceição, Zona Sul de São Paulo, dando maior flexibilidade ao sistema de distribuição da Eletropaulo para atender a novas demandas na região. Trata-se de uma das áreas que mais cresce em toda a Região Metropolitana do Estado de São Paulo. A subestação vai rebaixar o nível de tensão da energia elétrica que chega das linhas de transmissão. Com isso, a distribuição será feita na voltagem ideal para alimentar indústrias, comércio e residências.
Além do ganho de espaço físico, há outras vantagens na utilização desse tipo de solução. Entre elas estão a redução de custo e a flexibilidade de conexão dos módulos compactos da maneira que for mais conveniente, conseguindo soluções específicas de arranjos em função das condições de espaço ou disposição dos circuitos de alimentação e demais equipamentos da subestação.
A ETD Itaim possui capacidade de 120 MVAs (Mega Volt Ampérè) e circuitos de 13.800 volts contra os antigos circuitos de 3.800 volts da subestação que ela vai substituir. Para a entrada em operação, a Eletropaulo desenvolveu ao longo de dois anos, obras de transposição das linhas de sub-transmissão de energia elétrica que alimentavam a unidade antiga e que atendem a ETD Ibirapuera. De acordo com a empresa, esta foi uma operação complexidade, por conta das cargas atendidas por ambas as subestações. Para executar o remanejamento sem interrupção do fornecimento de energia elétrica foi necessário um grande número de manobras.
Até o final de 2012, a Eletropaulo pretende construir mais oito novas subestações e ampliar outras três. Dessas, duas novas e uma ampliação serão entregues ainda este ano. Atualmente, a AES Eletropaulo tem 148 subestações.
Fonte: Estadão