Trabalhos na Serra do Cafezal terminam em um ano

Compartilhe esse conteúdo

Depois de quase oito anos, as obras de duplicação da Serra do cafezal, no trecho paulista sul da Régis Bittencourt (BR-116), tem término previsto para fevereiro de 2017 – há mais de 60% de avanço do cronograma. Entre os km 337 e km 367, nos municípios de Juquitiba e Miracatu, a engenharia executa, ao mesmo tempo, um conjunto de túneis, pontes e viadutos em rodovia, poucas vezes visto no País.

O projeto teve investimento de R$ 1 bilhão. A concessionária Autopista Régis Bittencourt, da Arteris, que administra a rodovia, explica que cerca de 70% dos investimentos já foram feitos nas obras. O número de trabalhadores hoje chega a 1.200.

Viadutos foram concretados in loco, sendo os trabalhos executados no próprio leito da nova via para evitar supressão vegetal
 

O trabalho na Serra do Cafezal inclui a implantação de 30,5 km de pista nova duplicada, contando com quatro túneis e 36 pontes e viadutos. A duplicação da Serra do Cafezal foi dividida em nove lotes. Os lotes 1, 2, 8 e 9 já foram entregues, segundo a concessionária. Já os lotes 3, 4, 5, 6, e 7 (conhecido como Miolo da Serra), estão em obras, sendo os dois últimos em fase de conclusão.

Estruturas:

Pontes e Viadutos – 36

Túneis – 4

Cuidados ambientais na Serra do Cafezal

A concessionária relata que a liberação das licenças ambientais por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) – as últimas licenças foram emitidas em dezembro de 2012 – foi um dos grandes entraves da realização da obra. A região é uma das áreas remanescentes da Mata Atlântica no País.

Para evitar ao máximo a supressão vegetal, decidiu-se no projeto não fazer corte e aterro para construção da pista, e optou-se pela implantação de 36 viadutos ao longo de todo o trecho.

De acordo com a Autopista, a rodovia tem grande volume de tráfego, não podendo utilizar sequer parte da pista existente para realizar os trabalhos. Além disso, chove muito na região quase o ano todo. Com o difícil acesso, a solução encontrada foi executar os serviços no próprio leito carroçável (ou seja, no leito onde se constrói a própria pista), para evitar desmatamento. A ordem era evitar o uso de equipamentos pesados e permitir tráfego de serviço apenas dentro da faixa de domínio para não afetar a fauna e a flora existente.

Engenharia

A concessionária relata ainda que os 36 viadutos foram executados in loco – 12 deles já foram concluídos e liberados ao tráfego; o restante segue em obras. Os tipos de fundações adotadas para os pilares dos viadutos foi basicamente tubulões, devido à dificuldade de acesso de equipamentos pesados.

Para os túneis, o método utilizado é o NATM (New Austrian Method Tunneling). De acordo com a Autopista, os avanços são executados em rocha com utilização de explosivos, e em solo com equipamentos convencionais, como escavadeiras e carregadeiras; concreto projetado com espessura de 6 cm com fibras de polipropileno é aplicado para proteção no acabamento dos túneis.

Volumes:

Concreto – 150 mil m³

Massa asfáltica – 40 mil m³

Principais subcontratadas:

Comsa Emte (túneis e terraplanagem)

Ferrovial Agroman (obras de artes especiais, terraplanagem e pavimentação)

Leão Engenharia (terraplenagem e obras de artes especiais)

Ossa (túneis)

Tecter Construção Civil e Terraplenagem (obras de contenção)

Toniolo, Busnello (túneis, terraplanagem e movimentação)

Solotrat (obras de contenção)

Fonte: Revista O Empreiteiro


Compartilhe esse conteúdo

Deixe um comentário