Trem do Pantanal resgata o turismo sobre trilhos

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O dia 08 de maio de 2009 passou a ser considerado um novo marco na história do transporte ferroviário de passageiros no Brasil. Nesse dia foi retomada a operação do Trem do Pantanal, marcando o início do resgate da história de Mato Grosso do Sul e uma nova fase turística no Estado.
As viagens do Trem do Pantanal, ou Pantanal Express, como foi renomeado, são destinadas exclusivamente ao turismo, sendo divididas em três categorias: a classe Econômica, composta por um vagão, ao custo de R$ 39,00 a passagem; a classe Turística, que contará com cinco vagões, ao preço de R$ de 77,00 e a classe Executiva, ao custo de R$ 126,00 a passagem. Os valores são referentes ao trecho Campo Grande – Miranda, passando por Piraputanga e Aquidauana.
O serviço está sendo retomado em duas fases. Na primeira delas, ao longo de 2009, as viagens serão feitas entre Campo Grande e Miranda. São 220 quilômetros em cada sentido, percorridos numa velocidade de 30 quilômetros por hora, com duração de aproximadamente sete horas no roteiro. As saídas acontecerão todos os sábados, às 7h30, da estação Indubrasil e a volta, aos domingos às 8h30, de Miranda. O trem atualmente em operação é composto por nove vagões de passageiros, um de restaurante e um bagageiro. Ele tem capacidade para aproximadamente 400 pessoas.
Numa segunda fase, a partir de 2010, o itinerário será de Campo Grande a Corumbá. A operadora de viagem do Pantanal Express é a BWT.
Para a reativação do sistema a América Latina Logística (ALL), que detém a concessão do trecho da ferrovia, investiu em obras de infraestrutura R$ 18 milhões. Os recursos contemplaram a troca 30 mil metros de trilhos, 120 mil dormentes e o retensionamento da linha em toda a extensão do trecho, além da reforma de locomotivas e de quatro dos vagões especiais de passageiros que serão utilizados no percurso.
Também foram aplicados aproximadamente 400 vagões de pedra britada para a fixação dos trilhos. Todas as pontes foram revisadas, com a substituição de dormentes comuns por peças maiores, com 2,80 m de comprimento. Nos 12 meses de duração da obra, trabalharam no trecho 400 pessoas, entre engenheiros, técnicos de via e equipes de apoio.
Para garantir ainda mais segurança na circulação, foram instalados detectores de descarrilamento a cada 6 km de via e feita a revitalização das 35 passagens de nível existentes no trecho, com obras de drenagem e reforço na sinalização.
Também foram necessários investimentos da ordem de R$ 1,6 milhões na pavimentação do pátio central e revitalização da antiga estação ferroviária do Indubrasil, principal estação de embarque do sistema, na construção de uma avenida de pista dupla, ligando a estação até a rodovia BR-262 e o paisagismo do local. O governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Obras, executou a pavimentação da via.
O governo do estado Campo Grande está concluindo as obras de restauração de outras quatro estações ferroviárias que integrarão o trajeto do Trem do Pantanal: Piraputanga, Aquidauana, Taunay e Miranda, cujos prédios estavam totalmente abandonados foram e o locais, que, foram urbanizados. No projeto, foram respeitadas todas as normas dos órgãos de preservação histórica visando conservar o patrimônio arquitetônico original.
A estação ferroviária do Indubrasil, substitui a antiga, localizada no centro de Campo Grande, que foi inaugurada em 1936, sob responsabilidade da empresa Noroeste do Brasil (NOB). Após a privatização, no início da década de 90, o transporte de passageiros foi suspenso, ficando desativado até maio deste ano.

Fonte: Estadão


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