Na década de 1950, o Brasil sofria com a falta de energia. Temia-se que ocorresse um colapso na região Centro-Sul, ameaçando o crescimento industrial do país. Foi justamente nessa época, mais precisamente em 1957, que o presidente Juscelino Kubitscheck resolveu criar a Furnas Centrais Elétricas (então Central Elétrica de Furnas), encarregada de construir a usina de mesmo nome.
A criação de Furnas fazia parte do ambicioso Plano de Metas de JK, que continha um programa robusto destinado à área de energia. Esse projeto foi desenvolvido pelo engenheiro John Reginald Cotrim, que se tornou o primeiro presidente da empresa e uma figura fundamental nessa história da Usina de Furnas.
O Início das Obras e o Rigor do Engenheiro Cotrim
Os primeiros estudos para a usina começaram a ser desenvolvidos pela Cemig no final da década de 1950, com apoio da consultoria americana International Engineering Company (Ieco). O foco era analisar as Corredeiras de Furnas, localizadas no rio Grande, em Minas Gerais.
A hidrelétrica começou a ser construída logo em 1958, tendo Cotrim no comando da obra. O engenheiro inglês zelava tanto pela parte de engenharia quanto pela parte financeira, e foi peça fundamental para garantir que as duas primeiras turbinas de Furnas Centrais Elétricas entrassem em funcionamento em 1963.
Dados e Capacidade da Hidrelétrica de Furnas
A Usina de Furnas é dotada de oito unidades geradoras de 152 MW, totalizando 1.216 MW, que entraram em operação entre 1963 e 1974. As seis primeiras unidades contaram com turbinas da Nohab e geradores Siemens, enquanto as duas últimas possuem equipamentos Bardella e General Electric.
O Crescimento e o Legado de Furnas Centrais Elétricas
Em 1971, a razão social da empresa foi oficialmente alterada para Furnas Centrais Elétricas, ajustando o seu nome a uma realidade que se expandia rapidamente, já que outras hidrelétricas foram construídas desde sua criação, como Estreito (1.050 MW) e Funil (216 MW).
Nessa época, Furnas já estava construindo outra hidrelétrica: Porto Colômbia, de 320 MW. Mas muitas vieram depois disso, consolidando a empresa como uma gigante nacional do setor: Itumbiara (2.282 MW), Marimbondo (1.440 MW) e Serra da Mesa (1.275 MW), por exemplo.
O Legado Atual da Empresa no Setor Elétrico
Atualmente, Furnas é responsável pela geração de 9.292 MW, incluindo 10 hidrelétricas e três termelétricas, que representam 15% do total de energia produzida no País. A História da Usina de Furnas é, portanto, a história do desenvolvimento e da segurança energética do Brasil.






