A Sondagem Especial divulgada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) no fim de abril, aponta que falta mão de obra especializada em 89% das construtoras. O problema resulta do forte crescimento setorial nos últimos anos. A escassez de profissionais qualificados não se limita às vagas mais específicas. Conforme o estudo, entre os empresários que enfrentam dificuldades com as contratações, 94% não encontram nem trabalhadores de nível básico, como pedreiros e serventes.
Na avaliação de 61% dos empresários, a baixa oferta de mão de obra qualificada reduz a produtividade do setor,compromete a qualidade das obras e levam ao descumprimento de prazos. "A perda de qualidade e o atraso nos prazos de entrega das obras resultam em perda de competitividade para o restante da economia brasileira", destaca a pesquisa. Isso porque a construção civil está na base da economia brasileira e o desempenho do setor é importante para a expansão das demais atividades.
Os empresários avaliaram a intensidade do impacto da falta de trabalhador qualificado em diferentes áreas das empresas, atribuindo notas entre um e quatro. As categorias profissionais em que a falta de qualificação traz maiores prejuízos ao funcionamento das empresas são aquelas vinculadas diretamente à execução da obra.
Para reduzir o problema, 64% dos donos de construtoras investem em capacitação de pessoal dentro da própria empresa. Além disso, 45% adotam incentivos para retenção do trabalhador, como aumento de salários e outros benefícios. Outros 43% terceirizam serviços ou processos da produção. Mesmo assim, a iniciativa privada não consegue, sozinha, capacitar todos os trabalhadores necessários. "O país precisa investir na qualidade da educação básica a longo prazo", avalia a pesquisa.
A Sondagem Especial Construção Civil, resultado de uma parceria entre a CNI e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), foi feita com 385 empresas, 191 delas de pequeno porte, 145 são médias e 49 grandes.
Fonte: Estadão