Abandonada há mais de três décadas, a regional SulMinas da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF)
tenta preservar parte da Estrada de Ferro Minas e Rio. A entidade também luta para que a prefeitura de Cruzeiro (SP) recupere o importante complexo ferroviárioda cidade, local onde a ferrovia prosperou.
“A gente cuida, mas não dá pra fazer tudo. Não adianta quererabraçar o mundo. É preciso ser autossustentável”, afirma Bruno Sanches,relacionando as atividades que a entidade que representa faz,a ABPF, para manutenção da rede pelo Brasil afora.
Uma das principais ações do grupo é a operação de trem deturismo em pequenos trechos de vias ferroviárias sem uso. Na EFMinas e Rio, que tem 170 km de extensão e liga Cruzeiro a TrêsCorações (MG), a ABPF mantém trem de turismo em Passa Quatro eSão Lourenço, ambos municípios de Minas Gerais.
Até 2001, operava-se um trem de turismo em Cruzeiro namesma ferrovia, mas por falta de apoio da prefeitura, a associação
extinguiu a linha. A EF Minas e Rio sofre com invasões, roubo detrilhos e dormentes apodrecidas em seus trechos abandonados.
Em 2006, se tentou a recuperação do núcleo ferroviário de Cruzeiro,mas por problemas de projeto a obra teve que ser paralisada.Atualmente, a prefeitura de Cruzeiro termina o projeto executivo(corrigindo os erros do projeto anterior) para conseguir a reaprovaçãodos recursos para as obras de reforma do complexo.
“A prefeitura pretende licitar a obra até o final do ano”, diz asecretaria municipal de Obras Cristina Biondi. O custo é de R$ 1,5milhão e a reforma envolve, em um primeiro momento, a estaçãocentral e mais algumas edificações ferroviárias. O restauro, segundoa prefeitura, transformará o complexo ferroviário de Cruzeiro emespaço de artes.
A despeito do bom uso que querem dar ao local, a prática mostraque o uso dos equipamentos ferroviários como alavancador dainfraestrutura logística é coisa do passado bem distante na cidade.
Fonte: Redação OE