A direção da GDF Suez Energy para a América Latina, empresa que detém o controle da Tractebel Energia, declarou recentemente que não tem medo das crise e que pretende dar continuidade aos projetos em desenvolvimento no Brasil. Para 2009, só a subsidiária do grupo Suez espera superar R$ 1,1 bilhão em investimentos no País. Em 2008, o montante investido foi de R$ 100 milhões nas usinas existentes, R$ 230 milhões na Usina Hidrelétrica São Salvador (TO), R$ 650 milhões na compra da UHE Ponte de Pedra (MT), R$ 204 milhões em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) e deve atingir R$ 385 milhões na UHE de Estreito (TO/MA). Com esses aportes, a empresa acrescentará 465 MW ao seu parque gerador que, atualmente, ultrapassa 6 mil MW por ano, de capacidade instalada.
A Tractebel, além de responder pela operação de 16 usinas (nove hidrelétricas e sete termelétricas), vem buscando também diversificação dirigindo investimentos para energias renováveis de biomassa (resíduos de madeira ou bagaço de cana) e eólicas. Seu objetivo, para este ano, é o de alcançar a capacidade de geração de 100 MW com fontes alternativas. Recentemente, associou-se a um consórcio de cogeração de biomassa em parceria com as empresas Açúcar Guarani e a Mega Consultoria, que vendeu 20 MW médios no primeiro Leilão de Energia de Reserva, realizado em agosto passado. Essa energia será produzida por uma usina de biomassa de bagaço de cana-de-açúcar, com 33 MW de capacidade instalada. O empreendimento envolverá aporte fi nanceiro de R$ 119 milhões. A planta, resultado de parceria inédita entre uma geradora de energia elétrica e um produtor de açúcar e etanol, será instalada no município de Pitangueiras, no noroeste do Estado de São Paulo.
Nesse segmento, a Tractebel já possui uma usina de cogeração de energia, em Lages (SC), a partir dos resíduos de madeira, com capacidade instalada de 28 MW. Em junho do ano passado, anunciou também a compra de duas pequenas centrais hidrelétricas – José Gelazio da Rocha e Rondonópolis -, ambas no Mato Grosso e com capacidade de geração de 50,3 MW.
PARQUES EÓLICOS
A Tractebel está implementando dois parques eólicos e mais uma PCH. Os empreendimentos, que pertenciam à Econergy, foram adquiridos pela controladora Suez, este ano, na Bolsa de Londres. Em julho último, a empresa fez oferta pública para aquisição de 100% das ações da Econergy International. Segundo o presidente da Tractebel Energia, Manoel Zaroni Torres, a empresa deverá comprar da Suez os ativos de geração dos parques de Beberibe, no Ceará, com capacidade instalada de 25,60 MW e do Parque Eólico Pedra do Sal, no Piauí, com capacidade de 17,85 MW. Também planeja a aquisição da PCH Areia Branca, com capacidade instalada de 19,8 MW no estado de Minas Gerais, que também era da Econergy.
RECUO NO LUCRO NÃO DIMINUI RECEITA
Apesar da queda de 16,2% no terceiro trimestre de 2008, a Tractebel Energia ainda obteve lucro líquido de R$ 228 milhões. No mesmo período em 2007, o valor registrado foi de R$ 272,9 milhões. Mesmo assim, a receita líquida da companhia cresceu 1,4%, contabilizando R$ 866,2 milhões entre julho e setembro deste ano.
A empresa, segundo sua diretoria, tinha a expectativa de receita 18,3% maior nesse período, tendo como base o aumento do preço médio da energia vendida, que foi de R$ 89,1/MWh para R$ 101,1/MWh no trimestre. A previsão foi frustrada, principalmente, em função da redução das exportações para Argentina e Uruguai.
Fonte: Estadão