A presidente falou. Disse que é incorreto se dizer que essa ou aquela obra precisa ter padrão Fifa. O correto é dizer que tem padrão Brasil. Ela se referia aos aeroportos. Reconheceu que eles – incluindo aqueles que foram ou estão sendo modernizados e ampliados por causa da Copa do Mundo – não devem ser analisados sob a ótica dos que imaginavam que eles receberiam melhorias padrão Fifa.
Ocorre que a menção ao padrão Fifa correu mundo. Virou, entre nós, sinônimo de qualidade. E a impressão de que uma obra tem qualidade, segundo aquele parâmetro, possivelmente perdure até muito tempo depois da Copa do Mundo.
Entendemos que, conforme salienta a presidente, o governo não está fazendo aeroportos unicamente para a Fifa. Ou para a Copa. Está melhorando os aeroportos para o Brasil e, nesse sentido, eles constituirão legado da maior importância.
Mas, não vamos dispensar o padrão Fifa, caso isso signifique, na prática, padrão de qualidade.
É até bom que nos acostumemos que assim seja, e não somente no que diz respeito aos aeroportos. Queremos ter sistema de saneamento de qualidade; educação de qualidade; habitação de qualidade. Os brasileiros merecem padrão Fifa no exercício de viver e trabalhar e, sobretudo, no exercício de poder contar com serviços públicos padrão Fifa. É a contrapartida que a arquitetura, a engenharia, a indústria e todas as demais atividades brasileiras, em todos os campos, podem e devem proporcionar à sociedade, na medida em que sejam mobilizadas e preparadas para esse fim. O padrão Brasil deve ser padrão Fifa.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira