O novo álcoolduto que liga Campo Grande (MS) ao Porto de Paranaguá (PR) é considerado um marco para a infraestrutura logística do Brasil. A obra supre uma carência histórica no escoamento de etanol produzido no Centro-Oeste e representa uma alternativa mais eficiente para alcançar a costa atlântica, consolidando o porto paranaense como hub estratégico de exportação.
Segundo o governo de Mato Grosso do Sul, a parceria com o Estado do Paraná foi motivada principalmente pela capacidade operacional do Porto de Paranaguá e sua posição geográfica favorável.
Porto de Paranaguá em crescimento
A movimentação de etanol pelo porto já vinha em expansão antes mesmo da nova infraestrutura. Em 2006, foram exportados 518,5 mil litros, número que ultrapassou 600 mil em 2007. Os principais destinos do etanol brasileiro incluem Venezuela, Nigéria, Japão, Estados Unidos, China, África do Sul e diversos países da Europa.
Projeção de alta na produção e exportação
Segundo o Instituto de Desenvolvimento Agroindustrial, o Brasil deve alcançar 10 bilhões de litros exportados na safra 2012/2013. A produção nacional de etanol também deve crescer:
- Safra 2010/2011: 32,5 bilhões de litros
- Safra 2012/2013: 39,6 bilhões de litros
Já o consumo interno deve atingir 29,5 bilhões de litros no mesmo período.
Custo logístico favorece a dutovia
Atualmente, cerca de 90% do etanol é transportado por rodovias, com custo médio de R$ 135 por m³ a cada 1.000 km. Em comparação, o transporte por dutovia tem custo estimado de R$ 40, tornando-se uma opção mais econômica e sustentável. A construção de uma dutovia tem custo médio de R$ 2 milhões por quilômetro.
Outros modais e seus custos médios:
- Aquaviário: R$ 20/m³ por 1.000 km
- Ferroviário: R$ 50/m³ por 1.000 km
Um novo capítulo para o etanol brasileiro
Com o aumento da produção, do consumo e da demanda internacional, o álcoolduto entre Campo Grande e Paranaguá torna-se fundamental para garantir competitividade, eficiência e menor impacto ambiental ao transporte de combustível.
A nova infraestrutura posiciona o Brasil de forma ainda mais estratégica no mercado global de bioenergia e reforça o papel dos estados do Centro-Oeste e do Sul como líderes na produção e exportação de etanol.