Entre 2015 e 2025, o setor de engenharia e construção passou por um ciclo de crise, reestruturação e retomada.
A partir de 2012, a Lava Jato e a retração dos investimentos públicos derrubaram o volume de obras.
Mas a partir de 2018, segundo o levantamento da O Empreiteiro, a curva se inverteu — impulsionada por concessões de infraestrutura, saneamento e energia.
Em 2024, as 100 maiores construtoras brasileiras faturaram R$ 82,6 bilhões, um avanço de 126% desde 2018, consolidando a recuperação do setor.
O topo do ranking 2025
As 25 maiores construtoras do Brasil em 2024/2025 apresentam receitas entre R$ 5,2 bilhões e R$ 1,1 bilhão.
O topo é dominado por empresas que resistiram à crise e se adaptaram à nova economia de infraestrutura:
| Posição | Empresa | Receita Bruta 2024 (R$) | Variação 23/24 | Sede |
|---|---|---|---|---|
| 1 | OEC (Odebrecht Engenharia e Construção) | 5,25 bi | +72% | SP |
| 2 | Acciona | 3,92 bi | +27% | SP |
| 3 | Obrascon Huarte Lain (OHL) | 3,76 bi | +14% | SP |
| 4 | LCM Construção | 3,53 bi | +15% | MG |
| 5 | Construtora Barbosa Mello | 2,65 bi | +58% | MG |
| 6 | Construcap | 2,08 bi | +8% | SP |
| 7 | EGTC Infra | 1,93 bi | +38% | RJ |
| 8 | Empresa Construtora Brasil | 1,79 bi | +15% | MG |
| 9 | Racional Engenharia | 1,77 bi | +78% | SP |
| 10 | Álya Construtora | 1,76 bi | +35% | RJ |
Quem se manteve no topo
Três nomes figuram entre os líderes há mais de uma década:
- OEC (ex-Odebrecht Engenharia e Construção): Mesmo após reestruturação e mudança de governança, manteve protagonismo com obras em energia, saneamento e infraestrutura pesada.
- Construcap: Uma das mais sólidas em capital privado, com presença em concessões e PPPs.
- Barbosa Mello: Expandiu fortemente em mineração e logística, consolidando-se entre as cinco maiores.
Empresas estrangeiras como Acciona e OHL ganharam terreno, beneficiadas pela abertura de mercado e concessões federais e estaduais — especialmente em saneamento, rodovias e mobilidade urbana.
As novas forças
Nos últimos cinco anos, novas construtoras nacionais cresceram acima de 100%, segundo a mesma edição da O Empreiteiro:
- Construpower, Vertin Engenharia, LM Construtora, J2R Engenharia, Codrasa, Teccon, Serveng e Elevação lideraram o salto de expansão.
- Outras treze registraram avanços acima de 50%, sinalizando renovação do setor com empresas de médio porte ganhando escala.
O mapa da liderança regional
O ranking também revela distribuição geográfica mais equilibrada:
- Sudeste: Ainda concentra mais de 50% das grandes construtoras, com destaque para São Paulo e Minas Gerais.
- Sul: Empresas como Elevação, Cesbe e CRASA Infraestrutura figuram entre as maiores.
- Centro-Oeste: Teccon (GO) se destacou com alta de 142% na receita em 2024, puxada por obras em energia e saneamento.
- Nordeste: Crescem Cosampa e Dois A Engenharia, em obras de infraestrutura hídrica e rodoviária.
A transformação da década
O período 2015–2025 marcou a transição da engenharia estatal para a engenharia de mercado:
- Investimentos públicos caíram de 10% para 3% do PIB entre 1977 e 2024, segundo o Ibre-FGV.
- Já os investimentos privados voltaram a crescer, sustentando a expansão da construção pesada.
Hoje, as maiores construtoras operam com modelos híbridos de concessão, parcerias público-privadas (PPP) e forte integração ESG.
Na última década, o setor de engenharia brasileiro passou da crise profunda à consolidação sustentável.
Empresas como OEC, Acciona, Construcap e Barbosa Mello mantiveram-se firmes no topo, enquanto novas forças como Teccon, Vertin e Construpower despontaram.
O Ranking da Engenharia 2025 confirma que a nova elite da construção nacional combina governança, inovação e diversificação — pilares que devem definir o futuro da engenharia brasileira.







