Projetos incluem novas ligações domiciliarese bacias sanitárias na capital
População total: 14 milhões de habitantes (417 municípios)
Participação do estado no PIB nacional (2009): 4,2%
76% da população com água tratada
27,5% da população com coleta de esgoto
40,6% do total do esgoto coletado é tratado
Fonte: IBGE e SNIS 2010.
A Bahia é, hoje, o terceiro estado do País que mais investe em obras de saneamento básico, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais. Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento 2010 (SNIS), do Ministério das Cidades, a Bahia destinou ao setor R$ 681,6 milhões no ano, ou 7,6% do total investido por todos os estados e o Distrito Federal.
*Sistema de esgotamento sanitário avança em Feira de Santana (BA)
Embora com investimento crescente (em 2009, segundo o SNIS, o investimento fora de R$ 458,7 milhões), as demandas não são pequenas. Por exemplo, apenas 27,5% da população baiana (em 111 municípios) tem a proteção da coleta de esgotos e, do pouco coletado, menos da metade (40,6%) tem tratamento adequado. O quesito água tratada, de acordo com o SNIS, está disponível a 75,8% dos baianos (em 398 municípios).
Sua empresa estadual de saneamento, a Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa), responde pela água tratada de 361 municípios (12,1 milhões de pessoas), dos 417 municípios do estado, e pelo sistema de esgoto de 74 cidades (4 milhões de pessoas).
Segundo dados da empresa, novas 646 mil ligações domiciliares de água e 291 mil ligações intradomiciliares de esgoto foram implantadas de 2007 a julho deste ano. “A Embasa vem trabalhando para universalizar o acesso aos serviços de água e esgoto na Bahia até 2030”, projeta o engenheiro Abelardo de Oliveira Filho, que preside a companhia desde 2007. Os investimentos até 2014, nas contas da Embasa, somam R$ 6 bilhões e priorizam o esgotamento sanitário, com R$ 3,5 bilhões; para a melhoria do abastecimento de água, são estimados R$ 2,5 bilhões.
*Adutora do São Francisco vai poder abastecer 16 municípios baianos
Ampliação da rede
A capital Salvador é a cidade baiana mais bem pontuada no Ranking do Saneamento, elaborado pelo Instituto Trata Brasil com base em números do SNIS 2010. Na 32ª posição do ranking, Salvador sacia com água tratada a sede de 92,21% de sua população, mas ainda negligencia o descarte de seus habitantes, com 76,01% de coleta e tratamento de esgoto. Para a universalização de seus serviços de água e de esgoto, de acordo com o estudo, faltam ainda 64 mil e 149 mil novas ligações, respectivamente.
Em julho último, a Embasa começou mais obras para combater esse déficit: são intervenções de adensamento (ampliação da rede) em 28 bacias de esgotamento sanitário da capital baiana. Com R$ 30,7 milhões investidos, a projeção é que a cobertura do serviço suba para 87%, com 24 mil novas ligações domiciliares e mais 4 km de rede coletora de esgotos.
Três novas bacias sanitárias, do Trobogi, Cambunas e Águas Claras, também estão em construção em Salvador, com investimento de R$ 120 milhões. Segundo a Embasa, 300 mil pessoas dos bairros de Águas Claras, Cajazeiras, Vila Canária, Castelo Branco, Valéria, Jardim Esperança, Sete de Abril, São Marcos, Trobogi e Canabrava serão beneficiadas. Com término previsto até o fim do ano que vem, a obra compreende 470 km de tubulações e seis estações elevatórias (bombas).
Em Feira de Santana, 72º município do Ranking do Saneamento, foi entregue este mês a primeira fase das obras de ampliação das bacias do Jacuípe e de Subaé. Com R$ 130,3 milhões de recursos, a cobertura do atendimento com coleta, tratamento e destinação adequada do esgoto doméstico chega a 65% na sede de Feira, de acordo com a Embasa.
Obras para a melhoria de esgotamento sanitário também avançam na região sudoeste da Bahia: com R$ 121 milhões, Vitória da Conquista, Encruzilhada e Itambé devem ganhar novos sistemas até o final deste ano. Em Conquista, 47ª cidade mais bem saneada no ranking, a ampliação do atual sistema beneficiará 85 mil moradores de 26 bairros.
Adutoras
Outra obra de relevo na Bahia, no setor de abastecimento de água, visa atender à demanda da microrregião de Irecê, com 16 municípios, afetada pela queda contínua do volume do lago da barragem de Mirorós. Orçada em R$ 178,6 milhões, a Adutora do São Francisco, de 132,2 km, vai levar água do rio São Francisco, desde o município de Xique-Xique até a microrregião de Irecê. Deve ser concluída ainda este ano e beneficiar 350 mil pessoas. Além de tubulações, os serviços também incluem estação de tratamento e 13 estações elevatórias.
Para combater o desabastecimento na microrregião de Guanambi, a Adutora do Algodão vai se estender, em sua primeira fase, por 265 km, para difundir água do rio São Francisco, desde o município de Malhada. Nessa fase são R$ 100 milhões de investimento. Numa segunda fase, serão mais 156 km de tubulações, até a região de Caetité, com R$ 55milhões de recursos.
Destaque ainda na Bahia para a Adutora de Pedras Altas, cuja primeira etapa já está em operação. Com 38 km, interliga a barragem de Pedras Altas, em Capim Grosso, ao sistema de Abastecimento de Água do Sisal, atendendo 20 municípios.